Metroviários decidem, na manhã de quinta-feira, paralisar as atividades: falta de transporte afeta 4,6 milhões de usuários e sobrecarrega o trânsito na cidade de abertura da Copa |
A uma semana da Copa do Mundo, o estado que receberá 15 delegações, além de milhares de turistas, teve um dia problemático na capital. E os transtornos, que não pouparam nem integrantes da Fifa, devem continuar, já que metroviários decidiram, na noite de ontem, manter a greve. Logo de manhã, a cidade de São Paulo registrou o maior congestionamento do ano — foram 204km de lentidão. Houve quebra-quebra em uma estação de metrô, bate-boca entre dirigente e sindicalista, além de muita dificuldade para 4,6 milhões de usuários do transporte público. Agentes de trânsito também cruzaram os braços. E o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ameaça dificultar o acesso ao Estádio do Morumbi nesta sexta, quando o Brasil joga com a Sérvia, às 16h, no último amistoso antes do Mundial.
O entrave entre metroviários, que querem aumento de 12,2%, e representantes do Metrô, cuja oferta chega ao índice máximo de 8,7%, não foi vencido nem com uma audiência na Justiça. Vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho, a desembargadora Rilma Aparecida Hemetério advertiu as partes de que, se não houver consenso, a legalidade da greve será julgada. A Corte avaliará se os funcionários desrespeitaram decisão liminar, proferida na quarta-feira, que determinou circulação de 100% dos trens nos horários de pico — das 6h às 9h e das 16h às 19h — e 70% nos demais períodos.
Se a paralisação for considerada abusiva, as punições vão desde a aplicação de multa diária de R$ 100 mil ao sindicato, além de descontos dos dias parados, até demissão por justa causa. A sessão que julgará o movimento está marcada para a tarde de hoje.
Em entrevista ao vivo no programa Bom Dia São Paulo, o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Alex Fernandes, trocaram acusações. Jurandir disse que os grevistas deixaram a paralisação para as vésperas da Copa. Alex acusou a secretaria de estar “alamada na corrupção”. Em declarações à imprensa, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a greve dos metroviários é motivada por questões políticas. Ele considerou a mobilização “sem o menor sentido”.
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