quarta-feira, 24 de junho de 2015

EMPREITEIRO CONFIRMA ELO DE FERNANDO BAIANO COM O PMDB

Geraldo Bubniak/AGB - 19/11/14

O presidente da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, preso na sexta-feira passada, durante a 14ª fase da Operação Lava-Jato, afirmou, em depoimento prestado à Polícia Federal, que o lobista Fernando Soares, mais conhecido como Fernando Baiano, um dos operadores do esquema criminoso descoberto na Petrobras, pediu dinheiro para a campanha do PMDB. Desde que Baiano foi preso, em novembro passado, a sigla nega qualquer ligação com o lobista e voltou a rechaçar as acusações. Ele responde a processo por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Lava-Jato.

A CPI da Petrobras, controlada nos bastidores pelo PMDB, sofreu críticas, principalmente de petistas, por ter protelado a votação do requerimento para convocação de Fernando Baiano. Depois de muita pressão, o lobista foi ouvido, com outros presos, em Curitiba. O presidente do colegiado, Hugo Motta (PMDB-PB), afirma que as pessoas que estão presas não vão ser ouvidas em Brasília. O operador do PMDB no esquema ficou calado durante o depoimento. “Vou recorrer ao direito de permanecer em silêncio atendendo às orientações dos meus advogados de defesa”, afirmou na oitiva de 11 de maio, cujo teor foi disponibilizado ontem.
Baiano é um dos principais alvos de investigação relativa ao suposto recebimento de propinas por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), referente a contratos de aluguel de sondas de perfuração em águas profundas.

No termo de declaração do empreiteiro, o dono da Andrade Gutierrez conta que o lobista o abordou para falar das doações eleitorais. “Em uma oportunidade, solicitou doação oficial de campanha, possivelmente para o PMDB, o que foi prontamente rechaçado, porque já existia um critério de doação para o diretório nacional sem a existência de intermediário”, diz o documento. No mesmo depoimento, prestado em 19 de maio, Azevedo afirma que conheceu Fernando Baiano “em 2009 ou em 2010”. O empreiteiro afirmou que o lobista esteve quatro vezes no escritório dele para propor parcerias em obras de infraestrutura.

Azevedo revelou ainda que o único político do Partido Progressista (PP) — uma das siglas beneficiadas pelo esquema de corrupção — com quem esteve foi o “então senador pelo Rio de Janeiro Francisco Dornelles. Em relação aos políticos do PMDB, ele citou que “conheceu e teve relação institucional” com o vice-presidente da República, Michel Temer; com o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha; com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha; com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; e com o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Também citou o peemedebista Aloisio Vasconcelos. Sérgio Cabral e Eduardo Cunha são alvos de inquéritos da Lava-Jato

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