A juíza Selma Arruda durante evento, em Mato Grosso (Andréa Lobo/Gcom-MT/Divulgação)
Ela causou alvoroço no Mato Grosso ao anunciar, há poucos meses, que políticos e empresários estavam pegando senha para fechar delações premiadas. Gaúcha radicada em Cuiabá, Selma Arruda, titular da 7ª Vara Criminal da capital, assinou a ordem de prisão contra o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), detido há mais de um ano sob a acusação de chefiar uma quadrilha de fraude em licitações, e contra o ex-presidente da Assembleia Legislativa mato-grossense José Riva, considerado o maior ficha suja do país. Às vésperas de poder se aposentar, Selma já foi alvo de ameaças de morte tanto de políticos quanto de facções criminosas que agem no estado e admite agora entrar na política para propor leis contra a corrupção. Passa dia e noite sob a escolta de seguranças, estuda Direito enquanto caminha na esteira da academia e critica a percepção de que Mato Grosso seria um dos estados mais corruptos do país. Apontada como o “Moro de saias”, em referência ao juiz da Operação Lava-Jato, ela diz que o quadro de corrupção no país é sistêmico, como se o esquema do mensalão se renovasse cotidianamente, e, diante da recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), alerta para o risco de juízes serem corrompidos para evitar que poderosos sejam presos já em 2ª instância.
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