sexta-feira, 10 de julho de 2015

O PMDB SERÁ A TROPA DE CHOQUE PARA DEFENDER GOVERNO DILMA

Entre as muitas reuniões que manteve na semana passada, o vice-presidente da República, Michel Temer, teve tempo de confidenciar a um amigo seu desconforto. Os dois políticos tratavam, óbvio, do que todos falavam em Brasília – as possibilidades postas na mesa de, diante da crise, a presidenteDilma Rousseff não terminar seu mandato. Sempre discreto e com meias palavras, inclusive com os mais próximos, Temer se permitiu dizer que “não se sentiria confortável” se tivesse de assumir o comando do país numa conjuntura como a atual. Temer não desperdiça palavras. Formal até nesses contatos, ficou claro que usou o argumento para transmitir um recado incisivo: vai rechaçar qualquer especulação sobre um possível afastamento de Dilma antes da transmissão do cargo, em 2019. Mas só o fato de essa possibilidade ser tema de uma conversa a sério, com Temer, demonstra o grau de incerteza a que chegou o Brasil – e o risco a que está submetido o mandato de Dilma.
Para evitar essa derrocada, o combalido governo Dilma depende cada vez mais de Temer e dos outros dois políticos mais poderosos do PMDB: os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado,Renan Calheiros. Sozinha, ou com o PT, Dilma tem mais problemas do que soluções, como ficou demonstrado nos últimos dias. À primeira vista, depender de Renan e Eduardo Cunhasignificaria que Dilma está liquidada. Renan impõe derrota após derrota ao governo, manobrando os senadores com facilidade. Não só age contra Dilma, como fala abertamente mal dela e doPlanalto, quase todo dia. Eduardo Cunha age e fala de maneira semelhante a Renan. Num ambiente político conflagrado, os gestos de ambos parecem indicar que querem derrubar Dilma. Parecem. Na verdade, os dois querem mantê-la no cargo, embora fraca – cada vez mais fraca. Quanto menos poder Dilma acumular, mais poder sobrará para os dois. E, a depender das circunstâncias desse enfraquecimento, para Temer também

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