terça-feira, 22 de julho de 2014

MENOS CRÉDITO E INFLAÇÃO ALTA REDUZ CONSUMO NO BRASIL

Daniela da Silva lamenta não encontrar espaço no orçamento para realizar mais rapidamente o sonho de morar na própria casa (Carlos Moura/CB/D.A Press - 18/7/14)
Daniela da Silva lamenta não encontrar espaço no orçamento para realizar mais rapidamente o sonho de morar na própria casa


Juros elevados, inflação descontrolada, incerteza no mercado de trabalho e crédito restrito estão fazendo o consumidor mudar seus planos. Quem nos últimos anos foi às compras e se endividou pagando taxas pesadas nas prestações, está preferindo deixar para depois sonhos e projetos, como o da casa própria, do carro e da reforma do apartamento. Até a troca do eletrodoméstico entrou na lista de espera. Na linha de frente do consumo, as lojas sentem a retração da clientela. A Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisou a expectativa de crescimento do varejo este ano, de 6% para 4,4%. Só em junho, o segmento registrou uma queda de 3,2% frente ao mês anterior.

“Quando decide comprar, o consumidor olha em duas direções: presente e futuro. Ao perceber que o ambiente econômico está desfavorável no médio prazo, prefere postegar a compra”, explicou Miguel José Ribeiro, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). O especialista apontou ainda que essa cautela se manifesta também no lado do crédito. “Os bancos também deixaram de operar com a folga de antes e estão mais receosos com a inadimplência”, acrescentou.

O endividamento das famílias com o sistema financeiro está em um dos maiores patamares desde o início da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 2005. Cerca de 44% da renda acumulada em 12 meses está comprometida com dívidas. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também rompeu em junho a barreira dos 6,5%, teto da meta oficial de inflação. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário