sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

OPERAÇÃO LAVA JATO VÊ PROPINA DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

 Janine Moraes/CB/D.A Press - 27/6/13

Depois de ser alvo de seis ações de improbidade administrativa ajuizadas pelo Ministério Público do Distrito Federal em 2015, o ex-governador Agnelo Queiroz pode ter muita dor de cabeça com a Operação Lava-Jato este ano — sobraria até para o ex-vice do petista, Tadeu Filippelli (PMDB). Além da delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez envolvendo a construção do Estádio Nacional de Brasília, repasses para obras de mobilidade no DF foram citados em outras denúncias relacionadas à operação. Os recursos tiveram como destino a construtora OAS, responsável pelas obras do BRT Sul. Só no ano passado, o GDF pagou R$ 109,6 milhões à empreiteira para o sistema viário nas regiões do Gama e Santa Maria.

O ex-ministro da Previdência Social Carlos Gabas aparece em diálogos interceptados por investigadores da Lava-Jato, em conversas com o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, sobre as obras da empresa no DF. Segundo matéria publicada pelo Estado de São Paulo, Gabas teria intermediado negócios da empreiteira com o GDF em 2014, durante a gestão de Agnelo Queiroz. Nos diálogos entre Gabas e Pinheiro, também surge o nome de José Lunguinho Filho, diretor da OAS Defesa. “Amigos, não deu para o Lunguinho lhe ver. Abaixo, a nossa agonia”, diz Pinheiro, por mensagem, antes de citar “as principais pendências” que envolviam as obras do BRT Sul.

Em outras conversas entre os dois, são citados pagamentos em MM, o que quer dizer milhões, do Executivo local à construtora. “Contrato: solicitar ao GDF (Casa Civil e Secretaria de Transporte) a aprovação do 7º Termo Aditivo e a respectiva reprogramação (R$ 60 MM), junto à CEF (Caixa Econômica Federal). Última medição recebida foi referente ao mês junho/14. Saldo financeiro do contrato após este recebimento = R$ 90 MM — Recursos: Empenhar e pagar — R$ 30 MM da fonte 100 do GDF (contrapartida) desbloquear e pagar — R$ 60 MM do convênio de empréstimo junto à CEF. Grande abraço, Leo”, codifica.

Cinco horas depois da mensagem, ela foi respondida por um número atribuído a Gabas. “Ok. Cuido aqui”, teria dito o ex-ministro. Em diálogo de Pinheiro com Lunguinho, aparece o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB). Na troca de recados, em março de 2013, é citada uma reunião com o peemedebista, identificado como TF. Atualmente, Gabas é secretário especial da Previdência Social. Ele é um dos homens mais próximos da presidente Dilma Rousseff (PT) no governo federal. A proximidade dos dois ficou evidente quando, em 2013, Gabas deu uma carona para Dilma na garupa de uma motocicleta.

A defesa de Agnelo Queiroz afirmou que “não tem condições de emitir nenhum comentário a respeito sem o prévio conhecimento do teor das gravações, das perícias feitas pela polícia”. A assessoria de Filippelli disse que, “por ele ter o nome citado em conversas de outras pessoas, por não estar envolvido diretamente, ele não irá se manifestar a respeito”. Gabas negou qualquer irregularidade

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