sábado, 20 de maio de 2017

O CHEFE DA NAÇÃO ESTÁ A BEIRA DO ABISMO

O presidente Michel Temer iniciou a semana celebrando os bons números da economia, e na quarta-feira parecia atormentado com os boatos de que estava prestes a renunciar, depois que o jornal O Globo começou a publicar trechos da fenomenal delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, gigante mundial de carne processada. No dia seguinte, porém, quando veio a público o áudio de uma conversa entre ele e Joesley, o presidente voltou a respirar. Antes, parecia que a frase fatídica — “Tem que manter isso aí, viu?” — era a forma com que Temer estava dando aval explícito à compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, preso há sete meses em Curitiba e dono de uma biografia notória. Com a divulgação do áudio, disseminou-se, entre os aliados do presidente, a leitura de que houvera um exagero. Temer comemorou: “A montanha pariu um rato”. O presidente diz a frase fatídica na gravação, mas é preciso uma certa amplitude interpretativa para concluir que estava dando apoio à compra de um preso. Na sexta-­feira, a íntegra das delações dos irmãos Batista veio a público — e o governo voltou a respirar por aparelhos. Num lance politicamente significativo, O Globo publicou um editorial pedindo a renúncia de Temer: “Nenhum cidadão, cônscio das obrigações da cidadania, pode deixar de reconhecer que o presidente perdeu as condições morais, éticas, políticas e administrativas para continuar governando o Brasil”

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