sexta-feira, 26 de abril de 2019

DELTAN DALLAGNOLL PODE SER PUNIDO POR CRITICAR O STF

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, terá que responder a um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) por dizer que os ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli formavam uma "panelinha" na 2ª Turma da corte no STF (Supremo Tribunal Federal).
O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiu, por 10 votos a 4, abrir o processo contra o procurador.
Deltan falou sobre o assunto em entrevista à rádio CBN, em agosto de 2018. "Os três mesmos de sempre do Supremo Tribunal Federal que tiram tudo de Curitiba e que mandam tudo para a Justiça Eleitoral e que dão sempre os habeas corpus, que estão sempre formando uma panelinha assim que manda uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção", disse o procurador à rádio.
Ele falava da decisão dos ministros de enviar os relatos de delatores da Odebrecht sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Guido Mantega para a Justiça Federal em Brasília, retirando-os da alçada do então juiz Sergio Moro.
Os ministros atenderam a petições dos advogados de Lula e de Mantega, que sustentaram que trechos dos depoimentos dos delatores da empreiteira não têm relação com o esquema criminoso na Petrobras, e, portanto, não devem ficar sob responsabilidade de Moro, hoje ministro da Justiça.
Votaram nesse sentido Toffoli (que ainda não presidia a corte), Gilmar e Lewandowski, vencendo o voto do então relator da Operação Lava Jato no Supremo, Edson Fachin. Segundo ele, a remessa a Moro se justificava devido à aparente conexão entre os fatos delatados e os investigados em Curitiba. O ministro Celso de Mello não estava na sessão.
"Eu não estou dizendo que estão mal-intencionados nem nada, estou dizendo que objetivamente a mensagem que as decisões mandam é de leniência", completou Deltan.
No fim da investigação, Deltan pode ser inocentado ou sofrer advertência, censura e até suspensão.
Em sua defesa, Deltan disse que não tinha a intenção de ofender os magistrados.
Os trechos das delações referem-se a eventos como as negociações para compra de um terreno para o Instituto Lula e um pedido para a Odebrecht construir um estádio

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