sexta-feira, 26 de abril de 2019

SE BOLSONARO NÃO ME QUISER EU VOU EMBORA.

Valter Campanato/Agência Brasil
Já faz um tempo que o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, vem sendo alvo de críticas do filho de Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro. O general parece cada vez mais incomodado com a falta de proteção por parte do próprio presidente – que não contraria os ataques do filho – e, no último domingo , acabou desabafando para a imprensa: “Se ele (Bolsonaro) não me quer, é só me dizer. Pego as coisas e vou embora”. As informações são da revista Veja.
Em público, vice e presidente assumem uma postura de que tudo está bem e, inclusive, usam a metáfora de um casamento para classificar a relação. Em café da manhã com a imprensa, na última quinta-feira (25), no Palácio do Planalto, Bolsonaro brincou: “Esse casamento é até 2022, no mínimo. Continuamos dormindo na mesma cama, só tem briga para saber quem vai arrumar a cozinha”. Mourão complementou a brincadeira: “Ou quem vai cortar a grama”.
Porém não é segredo que, nos bastidores, há uma grande crise acontecendo entre os dois. Quem expôs as divergências entre Bolsonaro e Mourão foi o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro. O filho do presidente postou um vídeo na conta do pai, no Youtube, em que Olavo de Carvalho aparece tecendo duras críticas aos militares, classificando-os como “incultos e presunçosos”. O guru do governo bolsonarista claramente se referia a Mourão, a quem já chamou anteriormente de “adolescente desqualificado”.
O vídeo foi retirado do ar, mas Carlos continuou atacando o vice-presidente por meio de sua conta no Twitter. Ele acusou Mourão de querer tirar seu pai do poder, afirmando que o general se opõe às propostas do presidente, faz alianças com adversários, se aproxima de empresários importantes, bajula a imprensa e se apresenta como “sensato” e “transigente”, tudo visando assumir o cargo que é de Bolsonaro.
Mas a questão principal para Mourão é o fato de o próprio Bolsonaro dar aval para que o filho siga acusando-o de conspiração. O presidente já afirmou não concordar com tudo que é dito, mas disse que “algumas críticas são justas”, sem especificar quais seriam elas.
No domingo, Mourão estava quieto, abalado e teve picos de pressão. Rodeado de familiares, ele afirmou que se a situação continuasse, ele não descartaria a possibilidade de renunciar ao cargo. “Se ele (Bolsonaro) não me quer, é só me dizer. Pego as coisas e vou embora”, desabafou. Afirmando ser um soldado a serviço da nação, o general garantiu que tudo que faz é tentar ajudar o presidente. “O presidente nunca me disse para parar, para não falar com essa ou aquela pessoa. Então, entendo que não estou fazendo nada de errado. Mas se ele quiser que eu pare…”, finalizou

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