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A jornalista Míriam Leitão relatou pela primeira vez detalhes da tortura que sofreu depois de ser presa durante a ditadura militar, em texto divulgado nesta terça-feira (19) pelo site Observatório da Imprensa. Com um mês de gravidez, ela foi obrigada a ficar nua em uma sala escura, onde os militares colocaram uma jiboia. “Não sei quanto tempo durou esta agonia. Foram horas. Eu não tinha noção de dia ou noite na sala escurecida pelo plástico preto. E eu ali, sozinha, nua. Só eu e a cobra. Eu e o medo. O medo era ainda maior porque não via nada, mas sabia que a cobra estava ali, por perto. Não sabia se estava se movendo, se estava parada”, relata.
Em 3 de dezembro de 1972, Míriam tinha 19 anos. Estava em uma praia em Vitória com o então companheiro Marcelo Netto, quando foram cercados por militares e levados para o 38º Batalhão de Infantaria. Foram três meses presa. A jornalista, que havia estreado na profissão pouco tempo antes, era militante da base estudantil do então clandestino PCdoB
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