terça-feira, 19 de junho de 2018

APOIO A BOLSONARO RACHA FAMÍLIA TUCANA

Luiz Felipe D'Avila
 - Em tempos de polarização, a política se tornou tema proibido em muitos almoços de domingo. Em uma família em particular, as paixões eleitorais puseram irmãos em lados opostos da mesa.
O ruralista Frederico D'Avila, 40, colaborou com o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) por quase 20 anos. Foi seu assessor no governo de São Paulo. Trabalhou em diversas de suas campanhas eleitorais. É padrinho de casamento de sua filha, Sophia.
Luiz Felipe D'Avila, 54, meio-irmão de Frederico por parte de pai, foi trazido de volta ao PSDB em 2017. Disputou as prévias para o governo paulista e agora é um dos coordenadores da campanha tucana à Presidência.
No ramo nordestino da família, o primo Guilherme Coelho, 56, é pré-candidato a deputado federal pelo PSDB e trabalha para se viabilizar como candidato a vice-governador de Pernambuco na chapa de Armando Monteiro (PTB). Se diz pronto para fazer o palanque de Alckmin no estado.
Tudo indicava que, nesta família, os almoços de domingo estavam ganhos para o tucano. Mas Frederico rompeu com o padrinho para contribuir com Jair Bolsonaro (PSL), seu principal rival na eleição.
"Aquele estilo dele definhou", justifica. "Eu cansei. É muita falta de posição firme sobre determinados temas, especialmente agropecuária e questões de polícia."
Frederico é entusiasta das políticas prometidas por Bolsonaro como armar a população e adotar penas mais severas para criminosos, especialmente no campo, onde exerce sua atividade profissional.
Luiz Felipe considera as propostas do capitão da reserva absurdas, feitas por "um cara imprevisível e errático", como definiu à Folha de S.Paulo em maio. Para ele, cientista político de formação, o Brasil precisa da personalidade menos explosiva de Alckmin para sair da crise.
Os irmãos disputarão um com o outro nas urnas em outubro. Mas já competem pelo apoio do pai. Aluizio D'Avila não quer nem saber: "Quando o assunto são os meninos, prefiro não falar. Pode me virar um problema em casa".
Ele disse que ainda pondera os argumentos de Luiz Felipe e os de Frederico para tomar sua decisão. "Estou desanimado, não vejo um candidato que possa corresponder ao que o Brasil espera", contou.
"Essa eleição será difícil. Em 1989, quando [Fernando] Collor ganhou, eu tinha esperança nele. Não sei por que, já não era nenhuma criança, mas acreditava que Collor seria o que dizia que era, e no fim foi aquele fiasco", disse

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