domingo, 17 de junho de 2018

AS OBSESSÕES DE BOLSONARO.

Paulo Lopes/Futura Press
O deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência da República, parece ter um problema com pessoas vivas. A julgar por suas propostas – da violência urbana ao saneamento básico, passando pela miséria – o discurso do parlamentar costuma envolver soluções que possam provocar a morte de seres humanos ou evitar que eles nasçam.
Tomemos o exemplo mais conhecido, o da segurança pública e da violência nas grandes cidades, pautas preferidas do capitão da reserva do Exército. Neste campo, Bolsonaro tem várias ideias, como aumentar o número de prisões e reduzir a maioridade penal, mas seus carros-chefe são a pena de morte, para que o Estado execute pessoas, e armar a população, para que essa possa, ela própria, cuidar de sua segurança e, em último caso, matar os criminosos. “Arma é garantia de nossa liberdade”, disse Bolsonaro em março, em Curitiba. “Presidente tem que meter bala em vagabundo e não formar quadrilha com eles”, completou.
A mesma solução é apresentada por Bolsonaro para resolver conflitos no campo. “No que depender de mim, o homem do campo vai ter fuzil em sua propriedade”, disse Bolsonaro em maio durante uma feira agrícola em Brasília. Cabe destacar que a ideia não é apenas conter a violência nas zonas agrícolas, que tem diversas peculiaridades, mas proporcionar aos fazendeiros a possibilidade de assassinar militantes de movimentos como o dos sem-terra. Segundo Bolsonaro, é “inconsequente e irresponsável” deixar os grandes produtores “à mercê do MST e outros tipos de bandidagem”.
Bolsonaro tem também uma obsessão antiga com a proposta de impedir que pessoas pobres tenham filhos. Essa é sua solução para problemas como a miséria e para impedir que programas sociais como o Bolsa Família “engordem”. Recentemente, o repórter Ranier Bragon, do jornal Folha de S.Paulo, resgatou diversos comentários de Bolsonaro nessa linha e mostrou que desde 1992 e 1993 o deputado fala de “controle de natalidade”. “Defendo a pena de morte e o rígido controle de natalidade, porque vejo a violência e a miséria cada vez mais se espalhando neste país”, afirmou. Em 2008, também destacou a Folha, Bolsonaro voltou a dizer que “só o controle da natalidade pode nos salvar do caos”

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