quarta-feira, 20 de junho de 2018

CIRO GOMES DECLARA GUERRA AO MDB


A primeira promessa de campanha de Ciro Gomes (PDT) é uma declaração de guerra. “O PMDB precisa ser destruído”.
A declaração lembra o disparate belicista do então senador Jorge Bornhausen que, em 2006, defendeu a extinção dessa “raça” ao se referir ao PT. Os petistas ficariam mais dez anos no poder, enquanto a legenda do parlamentar, o PFL, precisou mudar de nome para não morrer de inanição. Tinha 105 deputados em 1998 e em 2014 elegeu 21. Hoje, graças à janela partidária, sobrevive com 44. O PT tem 60.
Vaticinar a destruição de uma legenda adversária é antes a exposição de um desejo do que uma disposição.
O PMDB, hoje MDB, foi base de apoio de todos os governos, à direita e à esquerda, desde a redemocratização. Com o impeachment, ganhou fama de mau aliado, mais ou menos como o vizinho desabrigado a quem você empresta o quarto e fica com a casa.
Segundo Ciro Gomes, os emedebistas destruíram os projeto do PT, do PSDB e precisam agora ser destruídos por uma medida aparentemente simples: “basta cortar a torneira da roubalheira que eles entram em extinção”.
O presidenciável, claro, joga para a plateia, assim como Jair Bolsonaro (PSL), atual líder das pesquisas que promete, se eleito, governar sem entregar ministérios e estatais para partidos políticos.
Marina Silva (Rede), por sua vez, promete governar com os melhores de todos os partidos, seja lá o que isso signifique.
A depender dos líderes da corrida eleitoral, o MDB terá de se reinventar se quiser continuar governo, seja quem for o governante. Será mais fácil converter em namoro os fletes recorrentes com os tucanos, que penam para fazer Geraldo Alckmin decolar, ou mover as tripas para fazer do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles um candidato minimamente viável.
Nenhuma das duas opções parece palpável após dois anos de governo Temer, rejeitado por 82% da população.

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