A China está entre os inimigos comunistas que Jair Bolsonaro prometeu combater durante a campanha eleitoral de 2018. Ainda como candidato, o presidente chegou a dizer que o país asiático “não está comprando no Brasil, está comprando o Brasil”. Meses após tomar posse, o mandatário mudou o discurso e, na próxima semana, aterrissa em terras chinesas. Na sexta-feira (25), encontra-se com o presidente do país, Xi Jinping.
A agenda denota uma tentativa de aproximação de Bolsonaro da antagonista de outrora. “Percebeu-se de forma mais clara que a China é um parceiro muito importante em termos econômicos. Qualquer governo vai precisar necessariamente da China. Isso não é uma opção”, avaliou ao HuffPost o coordenador de Análise e Pesquisa do Conselho Empresarial Brasil-China, Tulio Cariello.
Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Andrew Tang concorda com a análise e disse à reportagem que já esperava por essa mudança de comportamento de Jair Bolsonaro. “Quando ele era candidato e falava sobre a China, eu dizia que, ao se tornar presidente, ele iria entender que não são preferências pessoais e sim interesses da nação que vão ditar as regras [de comércio exterior]. E de fato, ele mudou o discurso, porque ele viu que o Brasil tem uma grande relação comercial com a China”, explicou Tang.
Só no ano passado, o país asiático importou do Brasil quase US$ 64 bilhões, segundo dados da OMC (Organização Mundial do Comércio) — o que gerou para o Brasil um superávit de US$ 29,5 bilhões.
Hoje, no agronegócio, a China é o principal destino de soja e importante comprador de carne brasileira. Por outro lado, há empresas de energia chinesas que investem no Brasil, além de outras tantas de tecnologia. Além disso, o país asiático já fez inúmeros empréstimos para o governo brasileiro
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