segunda-feira, 11 de agosto de 2014
PRESIDENCIAIS COBRAM INVESTIGAÇÕES NA FARSA DA PETROBRÁS
A crise política da Petrobras virou ontem instrumento de ataque eleitoral para os três principais candidatos à Presidência da República. Enquanto a presidente Dilma Rousseff (PT) classificou as denúncias envolvendo a empresa como “factoide político”, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) cobraram investigação rigorosa.
Dilma passou o dia em Brasília e, no fim da tarde, deu uma entrevista coletiva no Palácio do Alvorada. Questionada sobre o efeito da crise política no desempenho da Petrobras, ela disse que não se deve “misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país”. “Isso não é correto. Não mostra nenhuma maturidade”, disse. “Acho fundamental que, na eleição, haja a maior e mais livre discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso”, acrescentou a petista.
Na semana passada, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar se a presidente da Petrobras, Graça Foster, omitiu do Senado informações sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e a existência de contratos entre a empresa e um grupo do marido dela.
Sobre o mesmo tema, Eduardo Campos defendeu ontem a criação de uma “força-tarefa para uma intensa investigação”. “Depois do que aconteceu na Comissão de Inquérito no Senado, é fundamental que instituições, como a Polícia Federal, a Justiça e o Ministério Público, investiguem tudo para esclarecer o que vem acontecendo na Petrobras”, afirmou, em evento de campanha em Cabo de Santo Agostinho (PE).
“Não podemos omitir do Brasil o que houve com a maior empresa brasileira, que perdeu metade de seu valor de mercado, multiplicou sua dívida em quatro vezes, levando empresas a fecharem as portas e a demissões nos setores de petróleo, offshore, gás e na indústria naval”, completou Eduardo. Segundo denúncia da oposição, a empresa do marido de Graça, Colin Foster, tem 43 contratos com a Petrobras, embora ela tenha negado a existência desses vínculos em depoimento no Senado em maio.
Doleiro
Já Aécio cobrou apuração sobre o esquema de propina montado por Alberto Youssef, relatado pela ex-contadora do doleiro Meire Bomfim Poza à revista Veja. Segundo ela, “malas de dinheiro” saíam de empreiteiras e chegavam a políticos. Youssef foi preso na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que também respingou na Petrobras. O ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa foi preso na ação e é acusado de participar do esquema do doleiro.
“Vamos aguardar que as investigações ocorram e que, se as denúncias forem comprovadas, haja punição exemplar”, disse Aécio. Ele passou o dia no Rio de Janeiro. O tucano buscou o filho Bernardo, que estava internado havia 65 dias, depois de ter nascido prematuro. Sobre o uso de computadores do Palácio do Planalto para alterar biografias de jornalistas, Aécio disse que “acabam ultrapassando todos os limites e começam a querer ser donos da biografia de todo mundo”. Na coletiva de ontem, Dilma não comentou o assunto
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