sexta-feira, 11 de outubro de 2019

PSL É UM PARTIDO IGUAL AO PRN DE COLLOR?

Rusga de Bolsonaro com o PSL nos remete aos anos 90, quando Collor teve um 'entrevero' com PRN. (Foto: Montagem/Yahoo Notícias/ Associated Press)
A implosão do casamento entre Jair Bolsonaro e o PSL, partido pelo qual foi eleito em 2018, acendeu a memória de quem acompanhou a derrocada de Fernando Collor de Mello no início dos anos 1990.
Os paralelos são insinuantes. Ambos eram considerados franco-atiradores em uma eleição pulverizada por candidaturas de partidos tradicionais. Ambos alcançaram a vitória no segundo turno contra um candidato petista.
Como o capitão, que até pouco tempo vestia a camisa do Partido Progressista, de Paulo Maluf, o então governador de Alagoas também viabilizou sua campanha ao Planalto trocando uma legenda tradicional por um casamento de interesses. Migrou do PMDB para o nanico PRN, o Partido da Reconstrução Nacional.
Como o próprio nome sugere, a legenda prometia implodir e reconstruir “tudo isso que estava aí”. Definia-se como um partido liberal democrático e defendia a redução da interferência do Estado na economia. Paulo Guedes não faria melhor.
Na esteira de eleição de Collor, em 1990 o partido engordou suas fileiras e formou uma bancada de 40 deputados federais e cinco senadores.
Em 2018, o efeito-Bolsonaro ajudou o PSL a eleger 52 deputados (hoje são 53).
No início dos anos 1990, porém, era notória a hegemonia dos chamados grandes partidos. Só o PMDB, por exemplo, tinha 108 deputados. O PFL, hoje DEM, possuía 83, e o PDT, 46.
Hoje apenas PT e PSL tem mais de 50 representantes na Câmara, e o velho PMDB, hoje MDB, compõe um bloco parlamentar de 83 deputados com o PP e o PTB.
Dezenove partidos possuíam representantes em 1990; hoje são 25, 16 deles com mais de dez deputados (antes eram apenas dez).
Negociar com cada um é tarefa hercúlea para qualquer presidente de perfil conciliador, e o atual é adepto dos incendiários.

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