quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS É ACIRRADA

Os deputados Eduardo Cunha, Arlindo Chinaglia e Julio Delgado
Os deputados Eduardo Cunha, Arlindo Chinaglia e Julio Delgado (VEJA)
Nos corredores da Câmara dos Deputados, uma máxima circula entre os congressistas: vence a eleição para o comando da Casa quem conseguir evitar as traições no voto secreto. Na reta final da disputa que definirá o presidente para os próximos dois anos, tal conceito nunca fez tanto sentido. Com três candidatos competitivos – o quatro é Chico Alencar, do nanico Psol – e uma negociação nos bastidores como há anos não se via, o grande desafio dos postulantes na reta final é assegurar que os seus apoiadores de fato cumprirão o acordo prometido dentro das cabines de votação.
A eleição deste ano, marcada para o próximo domingo, acontece no momento em que o Congresso se prepara para passar por um período de turbulências, com a votação dos ajustes fiscais impopulares anunciados pelo governo e a apresentação das denúncias contra os parlamentares envolvidos no escândalo do petrolão.

Nos últimos dias, ministros petistas e de partidos aliados iniciaram uma ofensiva em busca de votos para Arlindo Chinaglia (PT-SP), ex-presidente da Câmara e ex-líder do governo na Casa. Na mesa, há a oferta de cargos no segundo escalão da máquina, cadeiras privilegiadas em comissões e na cúpula da Casa e ainda a promessa da liberação das emendas parlamentares.
A estratégia fez efeito e levou o PRB, por exemplo, a repensar o apoio anunciado no líder do PMDB, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o nome mais temido pelo Palácio do Planalto para vencer a corrida. “A gente quer um poder mais independente e harmônico com o governo, e o perfil do Eduardo nos pareceu que vai empreender um ritmo de valorização da atividade parlamentar”, declarou, em 17 de dezembro do ano passado, o deputado eleito George Hilton (PRB-MG). Agora ministro do Esporte, o PRB mudou o discurso e estuda trocar o voto a favor do petista.
Dos quatro partidos que oficialmente apoiam Chinaglia, todos ganharam boas cadeiras na reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff: PT, PSD, Pros e PCdoB. Ainda indefinidos, PDT e PR também devem confirmar o apoio ao petista – o que não significa, necessariamente, a transferência automática de voto no domingo. No caso do PR, por exemplo, um dos principais articuladores da campanha de Cunha, o deputado Sandro Mabel (GO), tem mantido conversas com o mensaleiro Valdemar Costa Neto para garantir votos ao peemedebista. Da mesma forma, são esperadas dissidências dentro no PDT

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