sexta-feira, 19 de julho de 2013

PAPA REDUZ COMITIVA PARA VIR AO BRASIL.

Papa Francisco acena para a multidão durante a missa de entronização, no Vaticano
Papa Francisco acena para a multidão durante a missa de entronização, no Vaticano - Gregorio Borgia/AP
A composição do séquito que acompanhará o papa Francisco na viagem ao Brasil, para aJornada Mundial da Juventude, retrata o estilo simples do pontífice. O alto escalão papal será formado por um número de prelados reduzido, que representa apenas a metade do staff de Bento XVI e João Paulo II em suas visitas ao Brasil. A seleção dos nomes foi determinada de forma protocolar, sem a interferência direta do papa. Houve, no entanto, respeito ao estilo de Francisco na opção por uma comitiva mais enxuta.

Apesar de o planejamento da jornada ser anterior à escolha de Jorge Mario Bergoglio para o posto mais alto do Vaticano, o novo papa pediu que fosse dada preferência somente aos nomes que pertencessem a órgãos da Santa Sé e que estivessem de alguma maneira ligados ao evento brasileiro. Ficaram, portanto, os cardeais Tarcisio Bertone, secretário de Estado; Marc Oullet, presidente da pontifícia comissão da América Latina; Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos; e João Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica – único cardeal brasileiro atualmente a morar no Vaticano.

Virão ao Brasil também o monsenhor Angelo Becciu, membro da Secretaria de Estado, e o sacerdote maltês Alfred Xuereb, secretário particular do papa. No Brasil, o cardeal Raymundo Damasceno, presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, também integrarão a comissão papal.
Recepção - A opção de Francisco pela simplicidade não se reflete na parte brasileira do planejamento da Jornada Mundial da Juventude. O primeiro compromisso do papa no Rio de Janeiro, na noite da próxima segunda-feira, é uma recepção no Palácio Guanabara, sede do governo do estado, orçada em cerca de 1 milhão de reais. Estarão presentes a presidente Dilma Rousseff, ministros, autoridades locais e os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor e o presidente do Senado, Renan Calheiros.

Segurança - O evento será também o primeiro teste da segurança da JMJ. Como mostrou reportagem do site de VEJA, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão do Exército ligado à Presidência da República, decidiu isolar o Guanabara, com bloqueios em ruas próximas para impedir a aproximação de manifestantes. O local foi cenário de três embates violentos entre manifestantes mascarados e policiais militares, com destruição da fachada e invasão de uma clínica particular. No compromisso de segunda-feira, como em todos os locais onde o papa estará com a presidente Dilma Rousseff, a segurança ficará a cargo do Exército.
O planejamento de segurança é o X da questão para a visita de Francisco. Depois de uma série de indefinições, ficou a cargo do Exército toda a segurança interna do Campus Fidei, a gigantesca fazenda onde será realizada a vigília e a missa de encerramento da jornada, celebrada pelo papa. Os militares pretendem barrar a entrada de manifestantes mascarados e vetar a entrada de cartazes. Quem tentar levantar palavras de ordem, como tem ocorrido nos ajuntamentos do último mês, será detido.
Imprensa internacional - A tensão que antecede a chegada o papa ao Rio de Janeiro é praticamente ignorada em Roma e no resto da Europa. Afora a imprensa católica, como o jornalAvvenire e a Radio Vaticana, pouco se tem falado sobre a 28ª Jornada Mundial da Juventude em Roma. Quando há notícias, elas são técnicas – ou giram em torno da programação do papa no Brasil ou das atitudes simples que serão adotadas por Francisco, como a escolha de um quarto mais singelo no Rio de Janeiro.
São raras as discussões e os aprofundamentos sobre os significados de sua primeira visita internacional. A última capa da revista semanal L´Espresso deteve-se em aprofundar os escândalos do "lobby gay", para se ter ideia. Para os italianos, na verdade, a JMJ não é o grande feito católico de Francisco. Mas, sim, a grande reforma na Cúria Romana, prevista para ocorrer a partir dos primeiros dias de outubro

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