O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o senador Aécio Neves (MG) e o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se reuniram ontem no Palácio dos
Bandeirantes, sede do governo estadual, para costurar a antecipação do anúncio
da candidatura do PSDB à Presidência da República.
Segundo a Folha apurou, o cenário ideal para os tucanos seria uma
conversa ainda este mês entre Aécio, o pré-candidato favorito na disputa
interna, e o ex-governador paulista José Serra, que tem viajado o país para
recolocar seu nome como opção do partido para a sucessão da presidente Dilma
Rousseff.
As intensas movimentações de Serra incomodaram a bancada do PSDB na Câmara
dos Deputados, onde a maioria apoia o lançamento imediato da candidatura.
Nos últimos dias, Serra deu palestras na Fiesp (Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo), num evento que reúne prefeitos de parte do interior
paulista e numa associação empresarial baiana que representa proprietários de
supermercados.
"Para que aguardar até março se há um sentimento de certeza na bancada e nos
diretórios estaduais do PSDB sobre a candidatura de Aécio?", disse o deputado
Carlos Sampaio (SP), líder da bancada tucana.
"Essa indefinição, somada às movimentações de Serra, cria ambiguidade e tira
a capacidade de articulação política do Aécio", completou.
Interlocutores de Fernando Henrique e Alckmin afirmam que ambos também estão
incomodados com o comportamento de Serra.
O ex-presidente tem aconselhado Aécio a se colocar como candidato oficial do
PSDB durante suas entrevistas e discursos.
O deputado federal Marcus Pestana (MG), conhecido operador do senador
mineiro, diz que até mesmo uma "convenção extraordinária" do partido estaria nos
planos para resolver essa questão ainda neste ano.
SOMBRA
Interlocutores afirmam que Aécio já sente a necessidade de firmar alianças
com siglas como o DEM e o Solidariedade, além de iniciar conversas com o PV e o
PPS.
"A sombra de Serra", como diz um deles, atrapalharia esse tipo de
articulação.
O PSDB tem marcada para junho do ano que vem a convenção que irá oficializar
o nome tucano para disputar o Palácio do Planalto.
Aécio e Serra, porém, têm um acordo sobre a definição da candidatura do
partido. Ambos dizem publicamente que a escolha será feita em março e que, até
lá, o discurso deve ser apenas o de oposição ao governo Dilma.
Nas pesquisas, Serra, conhecido por quase 100% do eleitorado, apresenta um
desempenho ligeiramente melhor que o de Aécio. Mas ele também vence o mineiro em
taxa de rejeição
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