segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

OS INIMIGOS EXTERNOS DA PETROBRÁS

Dentre todas as leviandades que marcam a reação do Governo às descobertas do petrolão, a insinuação da Presidente Dilma Rousseff de que os problemas da Petrobras tenham a ver com ‘inimigos externos’ é a mais cínica e inaceitável — ainda mais para uma mandatária cuja própria biografia está misturada a tudo que aconteceu na Petrobras nos últimos 12 anos, tanto por ter sido ministra de Minas e Energia e Casa Civil quanto por ter presidido o conselho de administração da empresa.Dilma Rousseff
Antes mesmo de produzir a fantasia sobre “inimigos externos” — talvez os alienígenas de Orson Welles em sua fictícia “Guerra dos Mundos” — a Presidente Dilma passou o mês de dezembro empenhada em outra mistificação: a ideia de que é preciso nomear um ‘ministério Frankenstein’ para governar o Brasil.
Convenhamos. Depois de todo o aparelhamento e pilhagem que os últimos governos patrocinaram na Petrobras, e depois daquele papo de que havia entendido o recado das urnas (de que o País queria mudança), a Presidente devia aos brasileiros um ministério minimamente qualificado, jamais um concurso de incompetência entre derrotados nas urnas e gente admitidamente ignorante.
Quando a política é apenas ‘a arte do possível’, quando não há ousadia nem coragem, quando falta criatividade para se construir um caminho alternativo ao mau caminho, a política perde sentido. Passa a ser uma farsa — ou um fim em si mesmo

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