segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

DILMA NÃO TERÁ PAZ NO CONGRESSO NO SEGUNDO MANDATO

Plenário da Câmara dos Deputados durante solenidade de posse da Presidente da República, Dilma Rousseff - 01/01/2015
PALCO DE BATALHAS – Plenário da Câmara dos Deputados durante solenidade de posse da Presidente da República, Dilma Rousseff - 01/01/2015     (Waldemir Barreto/Ag. Senado)
No discurso que Dilma Rousseff fez na noite de 26 de outubro, depois de ser reeleita presidente da República, a palavra "diálogo" foi citada cinco vezes – duas a mais do que "Brasil", por exemplo. "Vou estimular o mais rápido possível o diálogo e a parceria com todas as forças produtivas do país. Antes mesmo do início do meu próximo governo, prosseguirei nessa tarefa", prometeu ela. O que se viu de lá para cá, entretanto, foi uma presidente isolada e silenciosa. No fim das contas, sem fazer o diálogo prometido, ela recorreu a um antigo método para escolher sua equipe e obter apoio no Congresso: a concessão de espaços na equipe ministerial, por critérios que são tudo menos meritocráticos. Pior: nas duas falas que fez ao tomar posse do novo mandato – no Congresso Nacional e no parlatório – o diálogo e qualquer aceno à oposição desapareceram.
O segundo mandato de Dilma Rousseff começou no dia 1º de janeiro com muitos problemas em potencial a resolver: o escândalo da Petrobras continua no noticiário, a economia patina e não há um grande projeto para impulsionar o governo. Além disso, o contínuo esvaziamento da base aliada nos últimos anos pode se agravar no próximo Congresso, no qual numericamente a oposição será maior e mais barulhenta do que foi no primeiro mandato de Dilma – e terá fortes líderes no Senado. O governo perdeu o apoio do PSB e já não pode contar com uma parte significativa dos votos peemedebistas e de integrantes do PP, siglas enroladas com o petrolão. O favorito para presidir a Câmara é um nome mal visto por ela: Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
As fragilidades da base governista aumentaram durante as eleições, com o choque de interesses entre o PT e muitos de seus aliados.Com isso, tornou-se necessário recompor a base de apoio no Parlamento. Mas, em vez do prometido diálogo e da busca pelo consenso, Dilma preferiu manter o loteamento de cargos

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