Dez companhias do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, somam R$ 1,187 bilhão de perdas com a paralisação dos caminhoneiros em 2018. Os prejuízos aparecem no chamado Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Das 63 empresas que compõem o índice, 68% destacam efeitos da mobilização em seus balanços. A maioria conseguiu compensar as perdas de maio com bons resultados dos meses seguintes.
O segundo trimestre, entretanto, foi pior que o mesmo período de 2017.
As mais afetadas são distribuidoras e produtoras de combustíveis. Raízen Combustíveis, da Cosan, Ipiranga, da Ultrapar, e BR Distribuidora, da Petrobras, perderam R$ 200 milhões cada uma com a queda no preço do diesel decorrente da paralisação.
Em seguida, vêm os frigoríficos, que interromperam o fluxo de abate. A Seara, da JBS, foi afetada em R$ 113 milhões. A Marfrig relatou um impacto estimado de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões no segundo trimestre. Já a BRF relata R$ 85 milhões de perdas no mesmo período.
"No setor de serviços, a perda é irrecuperável. No caso de transportes, isso fica bem claro. Aquela cadeira de avião que ficou desocupada em um voo é um prejuízo que não se recupera", diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.
Gonçalves lembra que na produção o dano é menor. O minério pode ficar dias sem ser transportado. Mas todos sofrem com estoques.
"O estoque arrebenta muita gente porque o capital de giro fica descasado: você vende menos do que o esperado e ainda tem contas para pagar. Quando você tem uma variação no estoque que não está na sua conta, o efeito financeiro pode ser muito grande", diz.
Com bloqueio nas estradas e a falta de combustíveis, CCR e Ecorodovias perderam fluxo de pedágios e registraram perdas de R$ 26 milhões e R$ 15 milhões, respectivamente
Nenhum comentário:
Postar um comentário