sábado, 18 de maio de 2019

SEM CONCHAVOS O BRASIL É INGOVERNÁVEL.

Brazil's President Jair Bolsonaro attends a ceremony where he signed a second decree that eases gun restrictions, during the signing ceremony at Planalto presidential palace in Brasilia, Brazil, Tuesday, May 7, 2019. The decree opens Brazil’s market to guns and ammunition made outside of Brazil according to a summary of the decree. Gun owners can now buy between 1,000 -5,000 rounds of ammunition per year depending on their license, up from 50 rounds. Lower-ranking military members can now carry guns after 10 years of service. (AP Photo/Eraldo Peres)
Mensagem compartilhada por Bolsonaro diz que o mandatário estaria impedido de atuar por não concordar com os interesses das corporações. (Foto: AP Photo/Eraldo Peres)
Encurralado por uma relação desgastada com o Congresso, suspeitas que atingem um de seus filhos e manifestações populares contra seu governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) compartilhou nesta sexta (17) um texto sobre as dificuldades de seu mandato dizendo que o Brasil "é ingovernável" sem os "conchavos" que ele se recusa a fazer.
A mensagem, distribuída pelo presidente em grupos de WhatsApp dos quais faz parte e atribuída por ele a um autor desconhecido, diz que o mandatário estaria impedido de atuar por não concordar com os interesses das corporações.
O compartilhamento do texto por Bolsonaro elevou a tensão dentro do governo, entre aliados e representantes de outros Poderes, com interpretações divergentes sobre as intenções do presidente ao endossar a mensagem --publicada no sábado (11) em rede social por um filiado ao Novo-RJ e replicada em outros grupos.
Parte dos auxiliares do presidente no Palácio do Planalto diz que ele se deixa levar por teorias da conspiração espalhadas pelo grupo que segue o escritor Olavo de Carvalho e por influência de seus filhos --o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) já havia exposto conceitos do tipo em rede social.
A mensagem chegou a motivar boatos acerca de eventual renúncia do presidente --alguns aliados viram nela um arcabouço narrativo para uma saída do cargo por culpa de resistências à suposta agenda antiestablishment de Bolsonaro.
Seria, para eles, uma espécie de "cenário Jânio Quadros" no mundo político, segundo o qual Bolsonaro poderia emular o presidente que renunciou em 1961 após oito meses de inação, colocando a culpa em supostas "forças ocultas".
Um auxiliar direto do presidente, porém, negou tal versão, considerando uma "plantação de militares" interessados em enfraquecer o presidente e seu núcleo duro.
Segundo ele, Bolsonaro só expressou o que sempre disse desde a campanha: que não governaria baseado nos preceitos que levaram a casos de corrupção em outras gestões.
Integrantes do Judiciário e do Legislativo dizem que o presidente recorreu à estratégia do ataque ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar "sair das cordas" naquele que é considerado o pior momento de seu governo.

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