- O presidente Jair Bolsonaro tem sido orientado a indicar um subprocurador-geral da República, o último nível da carreira no MPF (Ministério Público Federal), para comandar a PGR (Procuradoria-Geral da República).
O mandato da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, termina em setembro. Legalmente, ela pode ser reconduzida para um segundo mandato de dois anos, mas membros da carreira consideram esse cenário pouco provável.
Desde o mês passado, a equipe de consultores jurídicos do presidente tem discutido de maneira informal um perfil ideal para o cargo com ministros de tribunais superiores e com integrantes do Ministério Público.
O perfil que o grupo defende que seja escolhido busca resolver duas das três questões que têm gerado controvérsias na categoria às vésperas da sucessão do cargo.
A primeira é se o futuro procurador-geral precisa ser membro do MPF ou se poderia ser de qualquer um dos quatro ramos do Ministério Público da União, que engloba também os Ministérios Públicos Militar, do Trabalho e do Distrito Federal.
A segunda questão é se todos os cerca de mil procuradores da República poderiam chefiar a instituição ou se o cargo é exclusivo para os 74 subprocuradores-gerais, terceiro e último nível da carreira.
O terceiro ponto, para o qual ainda não há resposta dos consultores jurídicos, é se Bolsonaro vai escolher um dos nomes que constar da lista tríplice formada em eleição interna no MPF ou se vai ignorar as sugestões da carreira.
De acordo com relatos feitos à Folha, Bolsonaro ainda não tomou uma decisão sobre o perfil de procurador-geral que indicará, mas ele já deu mostras de que seguirá a orientação de seus auxiliares técnicos.
Em conversas reservadas, o presidente não se comprometeu a escolher um dos indicados na lista tríplice. A eleição é organizada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) e desde 2003 vem sendo respeitada por todos os presidentes, apesar de não constar de lei.
Bolsonaro não descarta, porém, levar a lista em consideração caso ela inclua um nome que o agrade. Por isso, ele definiu que irá aguardá-la antes de fazer sua escolha. Qualquer que seja o nome indicado, ele precisa passar por sabatina do Senado.
A eleição interna será no dia 18 de junho, quando a lista tríplice será conhecida. Nesta segunda-feira (6), começam as inscrições de candidaturas, que vão até o dia 15.
Nas sondagens feitas pelos consultores jurídicos do presidente, o recado transmitido a Bolsonaro é de que os procuradores não aceitarão um nome de fora do MPF e que não esteja no topo da carreira. Um procurador ou um procurador regional, níveis anteriores ao dos subprocuradores-gerais, não contará com apoio interno suficiente para liderar a categoria, dizem
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