Uma informação que circula em aplicativos de mensagens afirma que a candidata da Rede à presidência da República, Marina Silva, teria participado de uma ocupação promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em uma fazenda no Acre em 1986. No entanto, segundo o Projeto Comprova, voltado para checagem de fatos durante o período eleitoral, a notícia é falsa.
A imagem que acompanha a informação, segundo a assessoria da candidata, é de um protesto contra o desmatamento em Xapuri (AC) que nada tem a ver com invasões de terras ou o MST. Marina e os demais manifestantes se colocavam na frente das árvores para impedir sua derrubada, liderados pelo ambientalista Chico Mendes, assassinado em 1988.
O fato já foi comentado pela própria Marina, que recordou o episódio durante um discurso realizado no Plenário do Senado em novembro de 1996.
“Lembro-me de que, uma vez, na Fazenda Bordon, após andarmos seis horas a pé, chegamos onde os fazendeiros iriam derrubar ilegalmente 700 hectares de floresta. Enfrentamos os peões e a Polícia — paga com o dinheiro público — que estavam ali de prontidão para defender os interesses dos fazendeiros e percebemos que éramos impotentes para resolver um problema tão grande. Voltamos a pé e foi necessária uma engenharia enorme para permanecermos na luta”, declarou à ocasião. “Hoje, vitoriosa, digo que não permitimos que derrubassem 700 hectares de floresta ilegalmente”, acrescentou.
O antropólogo Mauro de Almeida também mencionou a presença de Marina na manifestação em artigo publicado na Revista Brasileira de Ciências Sociais. O texto disse que, além do ambientalista Chico Mendes e de cem seringueiros, o protesto contava com “um fotógrafo, dois agrônomos, um antropólogo e uma jovem professora sindicalizada, Marina Silva.
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