segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

EDUARDO BOLSONARO CRITICOU ´PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA.

Adriano Machado/Reuters

  • Em monografia apresentada em 2008, ao fim do curso de direito na UFRJ, zero três criticou 'inquisição' judicial e defendeu limites ao MP.
  • Mês passado, quando o STF derrubou a prisão após segunda instância, ele se revoltou: "O povo brasileiro não aguenta mais temer pela própria vida enquanto vê bandido se dando bem. Chega!”
Apesar de agora se posicionar enfaticamente contra a soltura de condenados em segunda instância – postura do Supremo Tribunal Federal que beneficiou, por exemplo, presos como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) --, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tinha opiniões bem diferentes sobre Justiça quando escreveu sua monografia em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, há 11 anos.
Segundo o blog do jornalista Guilherme Amado, da Revista Época, o filho número três era contrário à prisão após condenação em segunda instância e defendia a presunção de inocência até o fim do processo.
De acordo com o blog, Eduardo atacava a "inquisição" judicial e a "escrachante disparidade de armas entre defesa e acusação", pedia um Ministério Público com limites e disparava contra o clamor popular por "vingança", alertando para o risco de uma "barbárie do tempo dos primatas".
Na ocasião, a monografia tratou do instituto da transação penal, que prevê penas sem restrição de liberdade para crimes de baixa gravidade.
No começo do mês passado, quando o STF derrubou a prisão após segunda instância, Eduardo se revoltou.
"O povo brasileiro não aguenta mais temer pela própria vida enquanto vê bandido se dando bem. Chega! Além de Lula, Zé Dirceu e outros quadrilheiros, milhares de criminosos serão soltos no País, fazendo com que você fique à mercê de seus atos malignos", dissera, na ocasião.
Com data de 2008, a monografia começa com um breve agradecimento no qual o único citado foi o irmão e agora vereador Carlos Bolsonaro (PSOL-RJ), além de "DEUS".
Na epígrafe, dos acadêmicos Fernando Tourinho Neto e Joel Dias, o agora deputado federal e ex-aspirante à vaga de embaixador em Washington dá o tom do texto que viria adiante: "É necessário humanizar os juízes. Juiz justo é respeitado. O implacável, o duro, odiado"

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