domingo, 25 de março de 2018

POLÍCIA DO RIO MATA MAIS SEIS NA ROCINHA


 - Uma operação da Polícia Militar ao fim de um baile funk na Rocinha na manhã deste sábado (24) terminou com ao menos seis mortos, corpos depositados numa passarela e conflito de informações entre órgãos públicos sobre o número de vítimas da chacina.
A ação mais violenta da polícia desde o início da intervenção federal na segurança pública do estado ocorreu por volta das 5h30 na localidade conhecida como Roupa Suja.
De manhã, a PM confirmou que sete pessoas morreram em suposto confronto com o Batalhão de Choque. Familiares de vítimas afirmaram, contudo, que agentes atiraram a esmo contra o grupo que saía do baile, embora reconheçam que havia alguns criminosos entre eles. Ao menos uma das vítimas foi baleada nas costas.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou pela manhã a chegada no Hospital Miguel Couto de sete mortos por armas de fogo da Rocinha.
Ao fim da tarde, contudo, a PM declarou que foram, na verdade, seis mortes em confronto —embora o hospital confirme a chegada de sete corpos da favela. Atribuiu o erro ao fato das informações iniciais terem sido passadas enquanto a ação policial estava em curso.
No início da tarde, moradores deixaram outros dois corpos na passarela sobre a estrada Lagoa-Barra —projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e símbolo das obras inacabadas do PAC (Programada de Aceleração do Crescimento) na favela. A Polícia Civil vai investigar a relação desses dois casos com o conflito da PM.
O Batalhão de Choque afirma que foram apreendidos na ação um fuzil, seis pistolas e duas granadas —pela manhã, a PM informara uma pistola a mais.
A ação ocorreu dois dias após a morte de um PM na Rocinha. Desde setembro, a favela vem sendo palco de sucessivas operações, inclusive com a participação do Exército, em razão dos confrontos de quadrilhas de traficantes. No período, 48 pessoas foram mortas pela polícia em supostos confrontos.

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