sábado, 4 de agosto de 2018

DO SERINGAL `A CANDIDATA À PRESIDÊNCIA.



Candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva 
- A figura franzina de Marina Silva remete a uma suposta fragilidade, mas a defesa determinada de posições e sua postura combativa demonstram uma face completamente diferente da moeda, que pode ou não ajudá-la em sua terceira tentativa de chegar à Presidência da República, agora pela Rede.
"Ela é aberta ao diálogo, à troca, mas quando é para ser enérgica, é enérgica. Faz as coisas, tem uma energia, uma vitalidade muito grandes. O pessoal olha e a vê franzina, mas não tem noção da capacidade de trabalho dela", garante o pupilo da ex-senadora e candidato a deputado federal pela Rede, Zé Gustavo, segundo quem Marina preserva tom "pedagogizante" ao conversar com os companheiros mais jovens.
Na opinião de outra pessoa próxima, que acompanhou a candidata desde os primórdios de sua atuação política no Acre, Marina já viu seu temperamento e o apego às convicções lhe renderem reveses. Segundo esse amigo, que preferiu não ser identificado, a ex-ministra reúne as características típicas de um perfil combativo: assume a linha de frente, mantém posições.
"Mas aí vem um aspecto negativo que é ser pouco flexível, no geral, e que vai para cima quando tem uma posição", disse o amigo.
Marina "suavizou" a atuação com o passar do tempo, relata o amigo, mas isso não a impediu de bater o pé quando considerou necessário, mesmo sob a ameaça de perdas políticas.
O histórico de saúde corrobora a aparência frágil da política. Aos 16 anos, teve a primeira de três hepatites, e ainda foi vítima de cinco malárias. Também contraiu leishmaniose, o que a levou a Rio Branco em busca de tratamento.
Foi na capital do Acre que Marina, filha de seringueiros, teve seus primeiros contatos com a política ao ler durante a missa um cartaz sobre curso de liderança sindical rural com Chico Mendes e o padre Clodovis Boff.
Marina já vivia no convento das Servas de Maria Reparadoras, onde teve contato com o então bispo de Rio Branco, dom Moacyr Grecchi, alinhado à Teologia da Libertação. Ali, passou a atuar nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).
A participação em movimentos sociais a levou a liderar em 1988 ao lado de Chico Mendes os chamados movimentos de empates, em que barreiras humanas eram formadas para impedir ações de desmatamento.
Alguns anos à frente, já como ministra do Meio Ambiente e após ter tido experiência como vereadora, deputada estadual e senadora, enfrentou embates com a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao ponto de deixar a pasta, em 2008.

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