sexta-feira, 14 de setembro de 2018

BRIGA PELOS VOTOS DE LULA DEFINIRÁ O SEGUNDO TURNO.

Danilo M Yoshioka/Futura Press – Cassiano Rosário/Futura Press
Yahoo Brasil
A pesquisa Datafolha divulgada na segunda-feira, 10/09, mostra que, se não recebeu uma enxurrada das intenções de votos após ser alvo – e notícia no mundo todo – de um atentado a faca, Jair Bolsonaro tem presença praticamente certa no segundo turno.
A grande incógnita até aqui é quem será o opositor do candidato do PSL.
O deputado tem 24% das preferências do eleitor. É seguido de longe por Ciro Gomes (PDT), com 13%, Marina Silva (Rede), 11%, Geraldo Alckmin (PSDB), 10%, e Fernando Haddad (PT), 9%. Antes deles há 15% de eleitores indecisos ou dispostos a votar branco ou nulo.
Os quatro estão tecnicamente empatados na margem de erro, de dois pontos percentuais. Com exceção da ex-senadora, todos oscilaram positivamente em relação à última pesquisa.
A menos de um mês para a eleição, é neste bolo que a disputa começa a ser definida. O que significa dizer: estará no segundo turno, e a um pé de ser eleito, quem conseguir herdar o espólio do ex-presidente Lula, impedido de concorrer.
De acordo com o Datafolha, 33% dizem votar com certeza em um nome indicado por ele e 39% já sabem que este candidato é Haddad. A má notícia para quem quer chegar ao segundo turno é que 49% dizem que jamais votariam em um postulante apoiado por Lula.
O potencial de transferência, ao menos nessa etapa da campanha, começa a ser sentido. O ex-prefeito cresceu entre os mais pobres, no Norte e no Nordeste e entre os que têm ensino fundamental. Ciro também.
Só que apenas 43% dos eleitores do pedetista sabem que Haddad é o candidato de Lula; 49% não sabem quem é ou imaginam que seja Ciro. Ou seja: quando o ex-prefeito for oficialmente lançado (sim, você leu isso), esses números podem ser invertidos.
Caberá ao ex-governador do Ceará encontrar uma fórmula delicada para combater a provável ascensão de Haddad. Como atirar sem acertar em Lula e perder votos no campo progressista?
Uma das estratégias, conforme anunciou o Painel, da Folha de S.Paulo, é questionar como alguém que não conseguiu se reeleger prefeito em São Paulo pode querer ser presidente. A ver.
Em tendência de queda, os votos de Marina, que não conta com tempo de TV nem estrutura partidária para reverter o quadro, tendem a migrar para quem estiver mais bem posicionado entre Ciro e Haddad. É o chamado voto útil, que pode beneficiar quem deles estiver à frente.
Já Alckmin, que iniciou a campanha com ataques diretos a Bolsonaro, parece já não ter de onde tirar votos. Segue com 12% das intenções em São Paulo, seu reduto, e dificilmente conseguirá abocanhar algum naco dos eleitores de Ciro, Haddad ou Marina para impulsionar a ida ao segundo turno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário