quinta-feira, 18 de outubro de 2018

ASSESSOR DE RAQUEL DODGE ENVOLVIDO EM DENÚNCIAS.

Fátima Meira/Futura Press
- Braço direito da procuradora-geral Raquel Dodge, o secretário-geral da PGR Alexandre Camanho atuou junto a Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Michel Temer, para se aproximar do presidente e comemorou a indicação de Sarney Filho para o Ministério do Meio Ambiente antes mesmo de Dilma Rousseff sofrer impeachment.
Os diálogos entre Camanho e Loures estão descritos no relatório da Polícia Federal sobre o inquérito dos portos, no qual Temer e outras dez pessoas, incluindo seu ex-assessor, foram indiciados por corrupção, entre outros crimes.
O ex-assessor de Temer foi filmado em abril do ano passado recebendo uma mala com R$ 500 mil de um executivo da J&F, que controla a JBS.
As conversas mostram que a relação entre eles era próxima. Camanho tentou emplacar um nome para o Ministério da Justiça e pediu reunião fora do Planalto, para evitar exposição. Os diálogos ocorreram antes da gestão de Dodge na PGR.
Em 16 de abril de 2016, o procurador afirmou que tinha "coisas importantes para dizer" a Rocha Loures.
Os investigadores destacam um diálogo entre eles datado de 29 de abril de 2016 no qual "Camanho demonstra para Rocha Loures contentamento na indicaça?o de Sarney Filho para o Ministério do Meio Ambiente". "No dia?logo, Camanho ainda fala que Sarney Filho e? 'um bom amigo e verdadeiramente engajado'".
Segundo a PF, Camanho e Loures trataram também sobre indicação para o Ministério da Justiça. Em 5 de maio de 2016, Camanho se colocou à disposição para uma "sondagem preliminar" com o "indicado" por ele para a pasta.
"Da conversa de ontem pensei: pq não chamar Francisco Rezek para a Justiça? Duas vezes ministro do STF, presidente do TSE, juiz da Corte da Haia, ministro das Relações Exteriores, doutor pela Sorbonne, procurador da República", escreveu Camanho.
"Se o presidente quiser, posso fazer uma sondagem preliminar, para que ele não corra riscos. Fui assessor dele no STF e somos amigos pessoais", acrescentou o procurador.
"Ótima sugestão! Falarei com ele e te aviso apôs almoço. Favor aguardar", respondeu Rocha Loures.
As conversas mostram ainda que em 11 de maio de 2016 Camanho tentou intermediar uma reunião entre os procuradores da Lava Jato e o presidente Temer em Brasília

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