domingo, 21 de outubro de 2018

HADDAD AINDA TEM CHACES NESTA ELEIÇÃO?

O candidato do PT, Fernando Haddad, durante encontro com professores em São Paulo em 15 de outubro de 2018
Fernando Haddad ainda pode vencer? Para isso, seria necessário que o candidato de esquerda à presidência do Brasil recuperasse a grande desvantagem para o seu rival de extrema-direita Jair Bolsonaro. Um cenário considerado improvável a uma semana do segundo turno.
Alguns ainda acreditam, mas a maioria dos analistas não vê o que poderia impedir a eleição de Bolsonaro como presidente em 28 de outubro, tão poderosa é a onda que ele surfa há mais de um mês.
A última pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 17 e 18 de outubro, aponta Bolsonaro com 59% dos votos válidos, contra 41% para o substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Essa pessoa está liderando as pesquisas, mas vai perder", assegurou em recente entrevista à AFP Haddad sobre Bolsonaro.
"Isso é altamente improvável", estima Paulo Sotero, presidente do Brazil Institute do Wilson Center, em Washington. "As pesquisas apontam uma vitória de Bolsonaro, e com uma margem confortável".
Os consultores do Eurasia Group são menos categóricos: "As chances de isso acontecer são baixas. Haddad tem 25% de chance de ganhar".
O representante do Partido dos Trabalhadores (PT) "deve atrair um número significativo de eleitores dos candidatos eliminados no primeiro turno e reduzir a base de apoio de Bolsonaro, uma tarefa hercúlea, dado o alto nível de convicção entre esses eleitores", acrescentam.
Mas Haddad até agora não conseguiu formar a "frente democrática" de que precisa.
Ao contrário da "frente republicana" que na França conseguiu barrar a extrema direita, no Brasil "não há tradição de frente antifascista", aponta Maud Chirio, da Universidade Paris-Est-Marne-la-Vallée.
Os partidos "não têm a experiência de eleições em que um candidato de extrema-direita, esta é a primeira vez".
Outro obstáculo para o candidato de esquerda: "a bílis alimentada contra o PT também impede que os partidos se aliem a Haddad", diz a historiadora.

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