terça-feira, 16 de outubro de 2018

GUERRA INTERNA ENFRAQUECE O PSDB DE SÃO PAULO.

Montagem de fotos: Paulo Lopes/Futura Press – Renato S. Cerqueira/Futura Press
Yahoo Brasil
tensão na reunião da Executiva Nacional do PSDB, logo após o primeiro turno, é uma amostra do estado de nervos em um dos mais importantes e tradicionais partidos do Brasil.
O desempenho do candidato tucano, Geraldo Alckmin, que recebeu menos de 5% dos votos, e a perda de 25 cadeiras na Câmara e duas no Senado levaram muitos analistas a decretarem a legenda como uma das grandes derrotadas, se não a maior, da disputa em 2018.
É preciso lembrar, porém, que seis tucanos podem ser eleitos no segundo turno pelos estados, entre eles São Paulo e Minas Gerais. Não é pouco.
No caso da disputa no maior colégio eleitoral do país, os conflitos internos ajudam a compreender a crise existencial tucana.
O partido fundado por Mário Covas e Franco Montoro, que tiveram participação destacada na luta pela redemocratização, passou os últimos anos em um dilema constante entre as bases da social-democracia, a fama de partido das elites e o populismo de direita mais agressiva. Enquanto se decidia, viu o bolsonarismo ganhar terreno e avançar em seus redutos antes intocados.
O PSDB foi peça-chave do impeachment de Dilma Rousseff, mas tudo virou uma grande bagunça no momento em que Aécio Neves beijou a mão de Michel Temer na cerimônia de posse e aceitou fazer parte de um governo que, meses depois, se transformaria no mais impopular da história recente.
Parte da legenda preferia ver a presidenta sangrar em praça pública e enfrentar o até então principal adversário, o PT, nas cordas em 2018. Outra parte preferiu tomar o atalho. Após anos levantando a bandeira da anticorrupção, essa ala não conseguiu explicar o abraço em um governo marcado por denúncias, inclusive sobre Temer.
O golpe fatal veio com a divulgação da conversa do senador mineiro, então presidente da legenda, pedindo dinheiro para o dono da JBS.
Tudo isso atrapalhou a caminhada de Geraldo Alckmin até o Planalto. Por mais que se esforçasse, ficou difícil para o presidenciável mostrar ao eleitor que nada tinha com um governo tão impopular.
Alckmin, justiça seja feita, era da ala que se posicionava contra o impeachment. Parecia sentir a encrenca de longe.
Em 2016, foi voto vencido, mas terminou o ano fortalecido com a eleição do apadrinhado João Doria em São Paulo.
Na época, era difícil não se curvar à estratégia do então governador, que enfrentou quadros históricos da legenda para emplacar o novato que tinha como bandeira fazer a cidade acelerar – literalmente, no caso das marginais, contra todas as estatísticas de diminuição de acidentes com a redução da velocidade.
Ao deixar a prefeitura com pouco mais de um ano de mandato, após costurar em vão acordos para viabilizar a candidatura à Presidência e se contentar como postulante ao governo estadual, Doria tinha 18% de aprovação e 47% de rejeição na capital.
Contribuiu para isso ações desastradas na cracolândia, com direito a demolição de prédio com moradores dentro e a proposta estúpida de distribuir uma farinata para alunos da escola público sob o argumento de que pobre não tem hábitos alimentares

Nenhum comentário:

Postar um comentário