Entre a dúvida do príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança e a recusa da advogada Janaína Paschoal, a cadeira da vice presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) foi ocupada pelo general Antônio Hamilton Mourão. E o vice nunca antes esteve sob tantos holofotes.
Defensor do discurso antipetista e afeito aos militares conhecidos por participar de casos de tortura, o general da reserva defende o papel das Forças Armadas em casos de anarquia no País. À GloboNews na última sexta-feira (7), ele admitiu a possibilidade de um "autogolpe" do presidente, com apoio do Exército, em um eventual cenário de caos político.
Em entrevista ao HuffPost Brasil, Mourão pediu ajuda de figuras de linguagem "civis" para esclarecer a declaração. "Quando o Titanic afundou, a orquestra ficou tocando, não fez nada. Então, as Forças Armadas não podem ficar tocando e o Titanic afundando. Aí fica a questão da interpretação da Constituição", disse.
No entanto, essa é uma "situação hipotética", segundo ele, uma vez que o País atualmente vive "turbulências", mas não anarquia.
A escolha de Mourão como vice pouco agrega à ampliação do eleitorado já conservador de Jair Bolsonaro — e ele sabe disso.
Com o líder do partido em recuperação após a violência sofrida, Mourão afasta qualquer possibilidade de representá-lo no corpo a corpo da política.
"O Bolsonaro é o homem das massas. E a massa quando vai à rua não quer ver a mim nem a mais ninguém. Eu faço o meu trabalho de formiguinha", explicou ao HuffPost.
Sobre o atentado, o general classificou como "ato de covardia" e culpou o PT pela violência. Chegou até a insinuar uma contra-resposta de mais força por parte da campanha: "Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós". Mas baixou o tom e garante que "ultrapassou" esse momento.
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