"Um homem pode ser injustamente preso, mas as suas ideias, não. Nenhum opressor pode ser maior que o povo. Por isso, nossas ideias vão chegar a todo mundo pela voz do povo", escreveu Lula no texto lido pelo advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, um dos fundadores do PT.
"Por isso, quero pedir, de coração, a todos que votariam em mim, que votem no companheiro Fernando Haddad para presidente da República."
A carta de 21 parágrafos --chamada de Carta ao Povo Brasileiro-- foi preparada por Lula com Haddad ao longo dos últimos dois dias. Na manhã de segunda-feira, o agora candidato a presidente teve o primeiro encontro com Lula, acompanhado dos advogados.
Ainda com pedidos de liminares ao Supremo Tribunal Federal sendo analisadas, o ex-presidente terminou a manhã orientando seus advogados a esperar mais um pouco pela decisão judicial mas já começou a trabalhar a transição.
Contrariando um grupo liderado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e a ex-presidente Dilma Rousseff, que defendiam a tentativa de fazer a troca apenas no dia 17, Lula instruiu o partido para respeitar a data dada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para não correr o risco de o partido ficar sem uma candidatura.
"Vocês me conhecem e sabem que eu jamais desistiria de lutar", escreveu Lula, lembrando da mulher, Marisa, morta no ano passado, e afirmando que o Judiciário brasileiro por "omissão e protelação", em um processo cheio de "aberrações", "privou o país de um processo eleitoral com a presença de todas as forças políticas"
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