sexta-feira, 23 de novembro de 2018

PRESIDENTE ELEITO É STAND UP DO MAL.

Jair Bolsonaro, então ainda deputado federal, em cena do documentário ‘Excelentíssimos’ (Imagem: divulgação Vitrine)
No primeiro semestre de 2016, o cineasta Douglas Duarte estava no olho do furacão. Ele acompanhava as movimentações do congresso nacional enquanto os parlamentares decidiam se votariam ou não pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. O material é o recheio de ‘Excelentíssimos’, documentário que chega nesta quinta aos cinemas, quase dois anos e meio depois, no apagar das luzes do governo Michel Temer e faltando poucos dias para a posse de Jair Bolsonaro.
O futuro mandatário do país é um dos personagens do filme, aparecendo ainda como figura periférica, assim como Onyx Lorenzoni, hoje homem forte do bolsonarismo e ministro extraordinário da transição.
“É muito engraçado ver que o brasileiro acabou escolhendo como governantes gente que eu, como diretor, escolhi porque eram histriônicos e eram interessantes como atores”, conta o cineasta, em entrevista exclusiva ao Yahoo!. “A gente elegeu um bando de youtubers. E a gente elegeu um presidente que é um comediante stand-up do mal”, aponta, ao falar sobre sua experiência ao ter acompanhado de perto as movimentações destas figuras.
Duarte lembra especificamente de uma das cenas que conseguiu gravar e incluir no documentário: “Ele [Jair Bolsonaro] entra no auditório e tem 400 pessoas gritando ‘Mito! Mito! Mito!’. Eu nunca tinha visto aquilo. Vi aquelas pessoas numa viagem ali bem delas. Aí vi que o negócio tinha um tamanho maior do que imaginava que era. Mas, naquele ano, se você me falasse que 60 milhões de pessoas iriam embarcar nessa viagem, eu nunca acharia possível”.
“Eu sinto que esses caras se elegeram por uma teatralidade muito específica que funciona para a câmera. Eles são muito midiáticos e não funcionam no dia a dia da política”, acredita. Por isso, o resultado da última eleição presidencial o surpreendeu

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