quarta-feira, 28 de novembro de 2018

CADEIA NÃO TEM COLCHÕES PARA NOVOS PRESOS DA LAVA JATO

Pixabay

 - A carceragem da Superintendência da Polícia Federal no Paraná não tem colchões e nem celas para acomodar todos os presos da 56ª fase da Operação Lava Jato, que teve como alvos ex-dirigentes da Petros (Fundo de Pensão da Petrobras), petistas e executivos da OAS, incluindo César Mata Pires Filho, um dos donos da companhia.
Ao todo são 22 mandados de prisão por desvios na construção da sede da Petrobras na Bahia, conhecida como Torre Pituba. Pelo menos cinco dos alvos já estão na carceragem da PF paranaense desde sexta (23). O empreiteiro César Mata Pires Filho está no exterior e seu advogado disse que ele se apresentará à polícia no domingo (25).
Advogados estão levando colchões, roupas de cama, travesseiros e toalhas para seus clientes. Nos finais de semana não é permitida a entrada de material de fora para os presos, mas a direção da PF paranaense abriu exceção para este sábado (24).
A carceragem da Polícia Federal tem duas alas com três celas em cada uma. Uma ala está destinada a acomodar os delatores da Lava Jato e de outras operações que correm na Justiça Federal paranaense e outros réus que negociam colaboração premiada. Neste espaço estão o ex-ministro Antonio Palocci e o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro.
A ala onde ficarão os presos da nova fase da operação tem três cubículos equipados com beliche. Além dos presos da Lava Jato, essa área recebe suspeitos detidos por contrabando, tráfico de drogas, falsificação e outros crimes. Em caso de superlotação, as celas ficam abertas e os presos dormem em colchões espalhados pelo chão. É o que ocorrerá caso os 22 alvos da operação desta sexta tenham que se acomodar naquele espaço.
Informada sobre o teor da reportagem, a assessoria da Polícia Federal no Paraná disse "não ter essa informação" sobre superlotação ou falta de colchões.
Além dos 22 mandados de prisão a Justiça determinou também o bloqueio de bens de acusados. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), a finalidade da construção do prédio, apelidado de Torre Pituba,  era ser alugado para a companhia.
O custo estimado do projeto foi de R$ 1,3 bilhão -dos quais pelo menos R$ 68 milhões foram desviados em pagamento de propina, segundo a Procuradoria.
Os ex-presidentes da Petros com mandados de prisão preventiva são Luís Carlos Fernandes Afonso e Carlos Fernando Costa. Um terceiro ex-presidente do fundo, Wagner Pinheiro, foi alvo de buscas, suspeito de ter recebido cerca de R$ 2,5 milhões em vantagens indevidas por meio de uma empresa de fachada. A investigação em relação a ele ainda está em andamento.

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