O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode receber a segunda sentença da Lava Jato a qualquer momento. Na última semana, um dos processos ao qual o petista responde na 13ª Vara Federal de Curitiba está próximo de ser concluído — neste caso específico, ele é acusado de ter recebido como vantagem indevida um terreno da Odebrecht onde levantaria um edifício do Instituto Lula em São Paulo.
A ação, oriunda de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), também abrange a oferta de um apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo do Campo. A defesa de Lula nega as acusações e apresentou suas alegações finais sobre o caso no dia 31 de outubro, data limite determinada pela Justiça.
Os advogados de Lula acusaram o juiz federal Sergio Moro, então responsável pela Lava Jato no Paraná, de ter sido parcial ao longo do processo e citaram a possibilidade de o magistrado integrar o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) a partir de 2019. Moro, de fato, aceitou ser ministro da Justiça um dia após a alegação da defesa do ex-presidente e se afastou da função, deixando a juíza substituta Gabriela Hardt com o caso.
Antes de proferir a sentença, Hardt deve analisar dois pedidos feitos por réus do processo na última semana — uma das petições foi feita pela defesa de Lula. Nos dois casos, os advogados defendem que a juíza realize novos interrogatórios pois não teve contato direto com os réus ao longo do processo.
Caso a juíza aceite os pedidos, outros réus podem exigir o mesmo, o que ampliaria o tempo de andamento da ação penal. No entanto, Hardt negou pedido semelhante feito em outro processo por um ex-gerente da Petrobras no início da última semana.
Não há um prazo específico para que a juíza publique sua decisão a respeito do caso. No processo do tríplex do Guarujá, por exemplo, a sentença saiu 22 dias após as alegações finais. Foi a primeira condenação de Lula na Lava Jato
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