terça-feira, 6 de novembro de 2018

SEM SÉRGIO MORO QUAL O FUTURO DA "LAVA JATO"?

Sergio Moro

À frente da Operação Lava Jato há quatro anos e meio, o juiz federal Sérgio Moro decidiu nesta quinta-feira (1º) aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para o Ministério da Justiça. Como a legislação impede que magistrados ocupem cargos públicos exceto o de professor, ele vai deixar o comando das investigações de combate à corrupção envolvendo a Petrobras, que colocaram na cadeia nos últimos anos executivos de alto escalão, políticos e donos de grandes empresas. 
Temporariamente, a juíza substituta Gabriela Hardt deve assumir o andamento dos processos sobre o tema em primeira instância. No que diz respeito à transição de uma função no Poder Judiciário para um cargo político e as dúvidas que surgem quanto ao futuro da operação, o assunto é controverso, conforme avaliações ouvidas pela Agência Brasil.

Sólida capacidade jurídica

Segundo o promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), Roberto Livianu, o Brasil tem muitos magistrados “com sólida capacidade jurídica” que darão continuidade ao trabalho do juiz paranaense. “Tenho certeza de que por tudo que vem acontecendo e a expectativa que legitimamente se cria, o magistrado que o substituir se empenhará para apresentar ao país um trabalho digno, eficiente e rápido”, disse Livianu, que é doutor em direito penal da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção.
Com elogios à postura profissional de Sérgio Moro, Livianu acredita não haver “mácula” nos processos julgados por Moro até agora, alvo de críticas de que atuou politicamente durante os julgamentos envolvendo, por exemplo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Livianu, as “ilações são maldosas” porque 97% das decisões do magistrado na operação foram mantidas por instâncias superiores.
“Minha avaliação é de que a Operação Lava Jato é um patrimônio do povo brasileiro. Instituiu-se um novo paradigma. A partir desse momento, fica irreversível [a continuidade das investigações]”, disse

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