Uma das principais forças políticas do Brasil, o PSDB viveu em 2018 sua maior derrota nas urnas. Jamais ao longo de sua história o partido teve uma porcentagem tão baixa de votos em um primeiro turno, conquistando apenas 4,8% dos brasileiros com Geraldo Alckmin como seu candidato.
O tucano recebeu cerca de 5 milhões de votos, terminando a disputa no primeiro turno no quarto lugar, atrás de Ciro Gomes (PDT) com 12,47%, Fernando Haddad (PT) com 29,28% e Jair Bolsonaro (PSL) com 46,03%. O desempenho do tucano nas urnas ligou um grande sinal de alerta dentro do partido e pode marcar uma nova era dentro da legenda.
“A tendência é o PSDB abandonar completamente a sua antiga identidade que ainda ostenta em seu nome “social democrata” e compor com o novo governo. Ironicamente, desempenhará um papel similar ao desempenhado pelo PMDB (partido do qual se originou) nas últimas décadas, isto é, dando apoio ao governo de plantão”, analisa Arnaldo Francisco Cardoso, cientista político da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
O resultado de Alckmin foi tão pífio que, para efeito de comparação, basta relembrar que João Dória, seu colega de partido e eleito ao governo de São Paulo, ganhou a disputa contra Márcio França (PSD) com 6.4 milhões de votos.
O PSDB conquistou sua maior vitória na disputa à Presidência da República em 1994, quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito pela primeira vez. Baseado no Plano Real, o político recebeu 54,3% dos votos e garantiu o cargo ainda no primeiro turno. O tucano repetiu o bom desempenho em 1998 ao ser reeleito também no primeiro turno, desta vez com 53,1% dos votos.
Para o especialista, o PSDB acertou na escolha de Alckmin para a disputa em 2018, mas errou na execução da estratégia contra o PT, seu maior rival. “Pelo longo período que governou o estado mais rico da federação, Alckmin constituiu-se na principal liderança do partido que se mostrou incapaz de renovar seus quadros”, conta Cardoso.
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