segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

LULA ASSINOU M.P. PARA MONTADORAS EM TROCA DE PROPINA.

 - O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil) acusou nesta quinta (6) o ex-presidente Lula de acertar com um lobista do setor automobilístico pagamentos ao filho caçula, Luís Cláudio, em troca de benefícios viabilizados por uma medida provisória.
Em depoimento prestado à 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, Palocci declarou ter sido procurado por Luís Claudio entre o fim de 2013 e o início de 2014 na sede de sua consultoria, a Projeto, em São Paulo, pedindo ajuda para captar recursos para projetos esportivos. Ele organizava uma liga de futebol americano no Brasil.
O ex-ministro relatou ter se encontrado com Lula depois disso, no Instituto Lula, para tratar do assunto. Na ocasião, o ex-presidente teria admitido a combinação ilícita.
Segundo o depoente, o ex-mandatário disse que já tinha arrumado esses recursos na "renovação dos benefícios da Caoa e da Mitsubishi".
As montadoras Caoa (Hyundai) e MMC Automotores (Mitsubishi) conseguiram em 2009 e em 2013, por meio de duas medidas provisórias distintas, manter incentivos fiscais por terem suas fábricas no Centro-Oeste. Os benefícios foram concedidos a título de estimular o desenvolvimento da região.
A partir de 2014, uma das empresas de Luís Cláudio, a LFT Marketing Esportivo, recebeu R$ 2,5 milhões do lobista Mauro Marcondes Machado, que representava as duas empresas perante o governo e o Congresso. Machado já foi condenado por corrupção nas tratativas para viabilizar os incentivos.
Palocci contou que Lula disse ter acertado com Machado que o lobista receberia das montadoras entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões e repassaria o valor ao filho. "Fiquei espantado com a forma de um ex-presidente ter interferido numa medida provisória de uma maneira tão explícita. Mas ele falou que o Mauro Marcondes era muito de confiança dele", acrescentou o ex-ministro.
Palocci depôs como testemunha de acusação, arrolado pelo Ministério Público Federal em Brasília, em ação penal contra Lula. Ele falou por videoconferência ao juiz substituto Ricardo Leite. O ex-ministro fez um acordo de delação com a Polícia Federal e está em prisão domiciliar desde a semana passada, após passar dois anos no regime fechado.
O MPF denunciou em setembro de 2017 o ex-presidente, seu ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho e mais cinco pessoas sob acusação de vender a medida provisória de 2009 a montadoras.
Eles são acusados de corrupção ao elaborar e editar, em 2009, a MP 471, daquele ano, que prorrogou por cinco anos incentivos fiscais a fábricas instaladas no Norte, no Nordeste e no Centro-Oeste

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