sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

PRISÃO DE LULA NÃO AJUDOU ELEIÇÃO DE BOLSONARO.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos focos da atenção da eleição de 2018. Mesmo preso em Curitiba, o líder do PT estava à frente dos demais candidatos nas primeiras pesquisas de intenção de voto, mas, impedido de concorrer, se tornou um verdadeiro combustível para a campanha do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Uma das figuras públicas mais consolidadas no cenário político nacional, Lula concorreu à Presidência da República em 1989, 1994, 1998, 2002, 2006, saindo vitorioso nas duas tentativas. Posteriormente, mostrou sua força em eleger sua sucessora Dilma Rousseff em 2010 e 2014.
Já neste ano, Lula viveu o desfecho dos trabalhos realizados pela operação Lava Jato, promovida pela Polícia Federal. O processo, que culminou na condenação do ex-presidente e sua prisão, durou cerca de quatro anos e foi pautado na investigação a respeito da compra de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Relembre toda a trajetória do político até o momento de sua prisão e entenda como o caso afetou as eleições presidenciais deste ano.
A linha do tempo
Em 2016, investigadores da força-tarefa da Polícia Federal informaram que Lula havia sido beneficiado com o repasse R$ 3.7 milhões em propina após beneficiar a empreiteira OAS com contratos na Petrobras. Parte do valor foi paga através do triplex, enquanto a outra foi recebida por meio de pagamento de despesas de armazenamento do acervo presidencial acumulado por Lula durante seus mandatos.
Não demorou uma semana para que o juiz federal Sérgio Moro aceitasse a denúncia contra o ex-presidente, tornando-o réu na operação Lava Jato. Em março, o líder do PT foi levado para depor na PF após uma ação de condução coercitiva, mas foi liberado logo em seguida.
Já em agosto, o então procurador de República Deltan Dallagnol apresentou uma denúncia de corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra Lula. No documento, a acusação aponta o ex-presidente como “comandante” do esquema de corrupção instaurado dentro da Petrobras durante a época do PT no poder.
Preso há quatro meses na carceragem da PF em Curitiba por conta de outras investigações, o empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, afirmou em depoimento em abril de 2017 que o triplex foi de fato reservado para Lula. Um mês depois, Lula e Moro ficaram frente a frente pela primeira vez e o ex-presidente negou ser o dono do imóvel.
Em julho de 2017, Moro condenou o ex-presidente a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Durante os meses seguintes a defesa do ex-presidente recorreu contra a decisão mais duas vezes, forçando a decisão para o Supremo Tribunal Federal. Mesmo condenado, Lula não desistiu de sua candidatura à Presidência e manteve Fernando Haddad como seu vice-presidente.

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