Os presidentes dos países do Mercosul concordaram nesta terça-feira (18), durante uma cúpula em Montevidéu, em reformar o estagnado bloco regional, depois da ameaça do Brasil de se retirar caso não haja mudanças.
O presidente argentino, Mauricio Macri, disse a seus colegas do Uruguai, Tabaré Vázquez; do Brasil, Michel Temer; e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que o grupo fundado em 1991 deve "deixar para trás qualquer improdutivo debate existencial".
A cúpula foi celebrada dias depois da ameaça do futuro governo do Jair Bolsonaro de abandonar o bloco caso não haja mudanças que levem a resultados positivos para o setor produtivo brasileiro.
O presidente anfitrião, Tabaré Vázquez, disse que o Mercosul deve buscar o "aperfeiçoamento do comércio intrazona", reiterando o que já foi antecipado pelos chanceleres do grupo na segunda-feira.
Após o encontro, os ministros das Relações Exteriores dos quatro sócios concordaram que a postura brasileira abre uma "oportunidade" para "discutir uma melhoria e um aperfeiçoamento" do bloco, que funciona como união aduaneira, mas que tem perdido dinâmica em suas decisões sobre comércio. Em 20 anos, o bloco não conseguiu concluir o Tratado de Livre-Comércio com a União Europeia.
Além disso, o acordo impede que os sócios possam negociar tratados comerciais individualmente caso não contem com a anuência dos demais integrantes do bloco, o que tem levado a pedidos de flexibilização desse nos últimos tempos na tentativa das economias do bloco impulsionarem suas exportações.
O paraguaio Mario Abdo Benítez pediu uma "revisão e atualização dos órgãos" do Mercosul.
Temer se despediu do Mercosul após seu curto mandato e foi aplaudido. Vázquez afirmou que "não seria oportuno ignorar as circunstâncias" nas quais Temer chegou à presidência, mas destacou seu "compromisso com o Mercosul" e pediu "de coração" um aplauso para o colega brasileiro
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