Exportações superaram as importações em 2013, mas o resultado veio muito menor do que nos últimos anos (Ivan Pacheco)
A balança comercial brasileira registrou superávit de 2,561 bilhões de dólares em 2013, o pior resultado desde 2000, quando as importações superaram as exportações em 731 milhões de dólares. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
As exportações brasileiras totalizaram 242,178 bilhões de dólares em 2013, queda de 1% ante 2012, enquanto as importações subiram 6,5%, para 239,617 bilhões de dólares, pela média por dia útil, de acordo com dados do governo. Em relação a 2012, quando o superávit foi de 19,396 bilhões de dólares, o saldo recuou 86,8%.
Em dezembro, o saldo ficou positivo em 2,654 bilhões de dólares, o pior resultado para o mês desde 2003, quando houve superávit de 2,756 bilhão de dólares. O resultado veio, porém, bem acima da mediana das expectativas de pesquisa Reuters, que apontava para um superávit de 1,35 bilhão de dólares. No último mês do ano, as exportações somaram 20,846 bilhões de dólares em dezembro, e as importações, 18,192 bilhões de dólares.
O dado de dezembro foi ajudado pela exportação de plataformas de petróleo, semelhante ao que ocorreu em novembro. De acordo com o MDIC, as exportações de plataformas somaram 1,155 bilhão de dólares no mês passado. No acumulado do ano, as exportações atingiram 7,736 bilhões de dólares, alta de 426,4% em relação a 2012.
Cenário — A balança comercial se manteve deficitária em boa parte do ano, pressionada, principalmente, pela chamada conta petróleo. Por causa da manutenção de uma série de plataformas da Petrobras, o Brasil elevou sua importação de derivados do petróleo em 2013. Segundo o secretário de comércio exterior do ministério, Daniel Godinho, 2013 foi um ano "bastante difícil" devido à conta petróleo, a queda de preços e a baixa demanda externa.
A importação de combustíveis também pesou nas contas da Petrobras, que vem amargando prejuízos devido à defasagem entre os preços pagos no mercado externo e aqueles cobrados no mercado doméstico. Especialistas calculam que diferença é de 7% para gasolina e 14% para o diesel, mesmo com os reajustes aprovados em novembro, em reunião do Conselho de Administração da estatal. O governo vem segurando os preços dos combustíveis para tentar evitar uma pressão maior sobre a inflação, que ao longo do ano andou acima de 6,5%, teto da meta para 2013.
Futuro — Para 2014, o mercado espera uma leve melhora nas exportações do país devido à retomada de atividade das plataformas de petróleo. Contudo, uma melhora consistente depende do aumento de competitividade real da indústria brasileira em relação ao mercado externo, além do aumento da demanda por produtos brasileiros.
Como de costume, o governo mantém o tom otimista em relação à balança. "O saldo comercial nesse montante é um saldo conjuntural, que tem todos os elementos para se recuperar nos próximos anos", afirmou Godinho
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