quarta-feira, 29 de junho de 2016

P.T. RECEBEU PROPINA PARA QUITAR DÍVIDA DA CAMPANHA DA PREFEITURA DE SÃO PAULO


O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad durante coletiva de imprensa
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad durante coletiva de imprensa(Adriano Vizoni/Folhapress)
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu à Andrade Gutierrez o pagamento de uma dívida de 30 milhões de reais da campanha do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT). O valor teria sido cobrado também de mais cinco construtoras, revelou Flávio Gomes Machado Filho, ex-diretor da empreiteira, em delação premiada na Operação Lava Jato. "Em 2013, o PT, por meio de João Vaccari Neto, tesoureiro do partido, solicitou à Andrade Gutierrez o pagamento de uma dívida do partido referente à campanha de Haddad à Prefeitura de São Paulo", afirmou Machado Filho, em depoimento no dia 25 de fevereiro, na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília.
"A dívida era de 30 milhões de reais. Também houve a solicitação do pagamento a outras cinco empresas, de modo que ficariam 5 milhões de reais para pagamento pela Andrade Gutierrez." Vaccari está preso. Dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa - primeiro grande empreiteiro a fazer delação premiada - já confessara, no ano passado, que chegou a pagar uma despesa de 2,4 milhões de reais da campanha do petista.

MARANHÃO E P.T. TENTAM RACHAR BASE ALIADA DE MICHEL TEMER

Waldir Maranhão, presidente interino da Câmara (Foto: Agência Câmara dos Deputados)
Reduzido a uma força política sem condições de disputar a sucessão na Câmara dos Deputados, o PT e aliados da presidente afastada Dilma Rousseff desencadearam uma articulação para tentar “rachar” a base do presidente interino, Michel Temer, na eleição para presidente da Casa.
A expectativa é que a escolha de um presidente da Câmara “tampão” ocorra nos próximos meses, uma vez que Eduardo Cunha – eleito para o posto no ano passado, mas afastado pelo STF – enfrenta um processo de cassação em estágio avançado, já aprovado pelo Conselho de Ética.
A ideia em discussão é mobilizar as bancadas que votaram majoritariamente contra o impeachment de Dilma – basicamente PT, PDT e PCdoB – em apoio a uma candidatura que, embora da base de Temer, não seja a preferida do “centrão” nem do Palácio do Planalto. O tema foi discutido hoje em reunião com a participação do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, na liderança do PCdoB na Casa.
Há três nomes que, dizem os deputados do PT, hoje se encaixariam no perfil: Giacobo (PR), Rodrigo Maia (DEM) e Júlio Delgado (PSB). Em comum, os três têm a ambição de presidir a Câmara até janeiro do ano que vem.
O “centrão” – junção de partidos que orbitaram em torno de Eduardo Cunha – quer, por outro lado, emplacar um presidente que represente seu grupo. O preferido deles para o posto é Rogério Rosso, do PSD. E o “centrão” quer o apoio de Temer na eleição

DINHEIRO DA FRAUDE NA LEI ROUANET CONTRATOU HUMORISTA

Entre as fraudes descobertas pela Polícia Federal na Operação Boca Livre, que cumpriu 14 mandados de prisão nesta terça-feira, dia 28, está a festa de aniversário do Demarest Almeida, um dos mais prestigiados escritórios de advocacia do país. A banca contratou show do humorista Fábio Porchat, do grupo Porta dos Fundos, para animar a comemoração de seus 68 anos, no começo deste mês. De acordo com a investigação, houve uso indevido de financiamento da Lei Rouanet.
Policiais federais durante a operação Boca Livre, em São Paulo (Foto:  Pedro Kirilos / Ag. O Globo)
Uma auditoria da Receita Federal comprovou que o escritório deduziu do Imposto de Renda a quantia empenhada no projeto. A comemoração custou cerca de R$ 200 mil. Nesta terça-feira, policiais federais estiveram na sede do Demarest em São Paulo para cumprir mandado de busca e apreensão. 
Em nota, a assessoria do Demarest diz que “o objetivo da visita [da Polícia Federal] foi a solicitação de documentos e informações relacionados a empresas de marketing de eventos que prestaram serviços ao escritório no âmbito da Lei Rouanet. Tais empresas são alvo da operação. O escritório enfatiza que não cometeu qualquer irregularidade e informa que colaborou e continuará a colaborar com a investigação”.
Fábio Porchat não é investigado nem há qualquer indício de que soubesse da origem do dinheiro. A Operação Boca Livre é uma investigação da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor) de São Paulo

ZÉ DIRCEU E RENATO DUQUE SÃO DENUNCIADOS PRO LAVAGEM DE DINHEIRO

O Ministério Público Federal, em Curitiba, apresentou à Justiça Federal na segunda-feira, 27, nova denúncia contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de Oliveira e Silva, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e outros cinco investigados. A força-tarefa da Operação Lava Jato acusa os sete por corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e pertinência a organização criminosa.

"Durante as investigações no âmbito da operação Lava Jato, foi comprovado que os executivos da empresa Apolo Tubulars, Carlos Eduardo de Sá Baptista e Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares, interessados em adentrar no mercado de tubos e celebrar grandes contratos com a Petrobras, solicitaram a intervenção de Júlio Gerin de Almeida Camargo junto a Renato Duque para que a empresa fosse beneficiada perante a estatal", informou nota da Procuradoria da República

SENADORA KÁTIA ABREU SUBSTITUI SENADOR DO P.T. NA COMISSÃO DO IMPEACHMENT



A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) estreou nesta terça-feira (28/6) como membro titular na Comissão Especial do Impeachment do Senado. Ex-ministra da Agricultura no governo da presidente afastada Dilma Rousseff, Kátia Abreu substituiu o senador José Pimentel (PT-CE) por indicação do PT. A troca ainda será oficializada em votação no plenário do Senado, mas já foi anunciada na comissão pelo presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB).

Em sua primeira fala, Kátia reforçou a tese da defesa de Dilma, que afirma que a presidente afastada não pode ser responsabilizada pela emissão de decretos de crédito suplementar Segundo ela, a União apenas "viabilizou" a operação de crédito junto ao Plano Safra, "mas quem assina a operação de crédito é o produtor rural" junto aos bancos. "Banco não tem prejuízo, não conheço banco que dá alguma coisa para alguém. Eu até gostaria de conhecer", ironizou.

PEDALADAS FISCAIS EXISTIRAM DIZ PROCURADOR DO TCU


Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil - 8/6/16


O procurador do Ministério Público Julio Marcelo de Oliveira, que atua no Tribunal de Contas da União (TCU), minimizou o resultado da perícia do Senado que isenta a presidente afastada, Dilma Rousseff, das pedaladas fiscais. O artifício contábil é o principal embasamento para o pedido de impeachment da petista. De acordo com o procurador, já era esperado que não se encontrassem atos assinados, pois o que existia era uma cadeia verbal de comando para as pedaladas.

Responsável pelo parecer que embasou a rejeição das contas de Dilma Rousseff de 2014 pelo TCU, Julio Marcelo afirma que a expectativa era que a perícia promovida pelo Senado não localizasse um ato concreto da petista nas pedaladas fiscais. “Já tínhamos alertado sobre isso nas próprias reuniões no Congresso”, garante. Segundo ele, a fraude contábil consistia em ter um resultado proibido: “A tentativa era obter um efeito por vias transversas, simuladas. Eram ordens verbais de comando, a partir da utilização de bancos federais nas pedaladas. É evidente que ninguém deixaria isso registrado”, explica.


A perícia do Senado teve uma semana e meia para responder a 99 perguntas, tanto da defesa quanto da acusação. O laudo final, com 224 páginas, divide a análise entre os decretos que liberaram créditos suplementares e as operações de crédito relativas ao Plano Safra, conhecidas como pedaladas fiscais. Segundo o estudo, Dilma deveria ser isentada de responder pelo crime de responsabilidade pelos atrasos nos repasses, mas é responsável pelos decretos.

terça-feira, 28 de junho de 2016

NOVO DELATOR DIZ QUE ENTREGOU PROPINA DE 30 MILHÕES A RENAN, JUCÁ E EDUARDO BRAGA


O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), durante sessão no Congresso Nacional, em Brasília (DF) - 07/06/2016
O presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR)(Andressa Anholete/AFP)
Uma nova delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República aponta o suposto repasse de propinas milionárias para senadores do PMDB, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM). Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas, afirmou em depoimento aos procuradores que pagou 30 milhões de reais a dois lobistas com trânsito no Congresso para efetuar os repasses. Lúcio Bolonha Funaro e Milton Lyra seriam os responsáveis por distribuir o dinheiro para os senadores.
Mello depôs em fevereiro e, em seguida, deixou o cargo que ocupava no Hypermarcas. O advogado da empresa, José Luís Oliveira Lima, não quis se manifestar sobre o caso. A Procuradoria-Geral da República vai pedir ao Supremo Tribunal Federal que as afirmações envolvendo os políticos sejam investigadas. O relato não é alvo de inquérito na Operação Lava Jato. As informações repassadas por Mello referem-se à atuação de parlamentares na defesa de interesses da empresa no Congresso

MARINA SILVA TEM DENUNCIAS SOBRE CAIXA DOIS

Marina Silva (Foto: Jose Cruz/ABr)
As declarações públicas e oficiais da Rede são que o partido acredita em Guilherme Leal, acusado por Léo Pinheiro, da OAS, de pedir dinheiro para abastecer caixa dois da campanha de Marina em 2010. Mas a confiança vai só até a página dois. A ordem é esperar as investigações da Lava Jato. Qualquer coisa, joga-se a responsabilidade nas costas de Leal

TRAPALHADAS DE WALDIR MARANHÃO IRRITAM DEPUTADOS


Marcelo Camargo/Agência Brasil - 8/6/16
A instabilidade de decisões do presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), no fim de semana irritou parlamentares, que criticaram a improdutividade e o aumento no custo da inconstância dele em relação às sessões deliberativas. De sexta-feira a domingo, os deputados receberam quatro informativos diferentes sobre a semana de trabalho na Câmara. O último — que vigorava até o fechamento da edição — é de que haverá sessão deliberativa hoje e os parlamentares ausentes não terão a falta descontada na folha de pagamento. Ontem, líderes partidários criticaram o recesso branco para festas juninas.

Autor da famosa canetada que tentou suspender (e depois recuou) a sessão que aceitou o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff na Câmara, Maranhão cedeu novamente à pressão e decidiu manter uma sessão deliberativa hoje, mas sem obrigar os colegas a participarem. Até conseguir bater o martelo, porém, o presidente em exercício atrapalhou-se. Mandou pelo menos quatro mensagens aos parlamentares. Na primeira, na sexta, cancelava as sessões deliberativas. Depois, voltou atrás e convocou sessões para ontem e hoje. No domingo, foram dois ofícios: um informava de atividade na terça e na quarta e o último mantém votações somente hoje, e sem obrigatoriedade de presença

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POLICIA FEDERAL INVESTIGA SUSPEITAS DE FRAUDAS NA LEI ROUANET


Breno Fortes/CB/DA Press
A Polícia Federal deflagrou, em conjunto com a Controladoria-Geral da União, nesta terça-feira (28/6), a Operação Boca Livre. O alvo da ação são fraudes na Lei Rouanet. De acordo com a PF, 124 policiais federais e servidores da Controladoria Geral da União cumprem 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, todos expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal em São Paulo. A investigação cita as empresas Bellini Eventos Culturais, Scania, KPMG e o escritório de advocacia Demarest.

Lei Rouanet foi criada no governo Fernando Collor (PTC/AL), em 1991. A legislação permite a captação de recursos para projetos culturais ppr meio de incentivos fiscais para empresas e pessoas físicas. Na prática, por exemplo, a Lei Rouanet permite que uma empresa privada direcione parte do dinheiro que iria gastar com impostos para financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura para receber recursos.

O inquérito policial foi instaurado em 2014, após a PF receber documentação da Controladoria Geral da União de desvio de recursos relacionados a projetos aprovados com o benefício fiscal. Há indícios de que as fraudes ocorriam de diversas maneiras como a inexecução de projetos, superfaturamento, apresentação de notas fiscais relativas a serviços/produtos fictícios, projetos simulados e duplicados, além da promoção de contrapartidas ilícitas às incentivadoras

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SENADORA CRITICA P.F. PELA PRISÃO DO MARIDO PAULO BERNARDES


EVARISTO SA


A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou a tribuna do plenário do Senado, nesta segunda-feira (27/6) para defender o seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. A parlamentar criticou novamente a operação da Polícia Federal (PF), que prendeu preventivamente Bernardo e realizou buscas no seu apartamento funcional em Brasília na última quinta-feira (23/6). Para Gleisi, a prisão de Bernardo foi "injusta, ilegal, sem fatos, sem provas e sem processo", com o objetivo de humilhar a sua família.

"Nem em pesadelos eu teria sido capaz de supor que estaria aqui, nesta tribuna, pra defender meu marido de uma prisão", declarou. "Mas aqui estou para apontar uma injustiça, sentindo na própria pele o que aflige diariamente milhares de pessoas atingidas pelo abuso do poder legal e policial. Aqui estou, serena e humilde, mas não humilhada", continuou. Gleisi disse que a prisão foi um "despropósito", pois Bernardo não apresentava risco de fuga e se colocou à disposição da Justiça diversas vezes para esclarecer os fatos.

A senadora acusou a PF de cometer excessos com o intuito de "espetacularizar" o processo. Segundo ela, a Justiça atua de maneira seletiva e promove "carnavais midiáticos contra alguns políticos". "A operação montada para a busca e apreensão em nossa casa e para a prisão do Paulo foi surreal. Até helicópteros foram usados, força policial armada, muitos carros. Para que isso, chamar atenção? Demonstração de força? Humilhação? Gasto de dinheiro público desnecessário, é isso. Foi uma clara tentativa de humilhar um ex-ministro nos governos Lula e Dilma.

DILMA AFIRMA QUE PERÍCIA DIZ NÃO HAVER CRIME DE RESPONSABILIDADE


EVARISTO SA


A presidente da República afastada, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira (27/6) que a perícia feita pelo corpo técnico do Senado atesta a inexistência de crime de responsabilidade nos atos que embasam o pedido de impeachment em tramitação no Congresso. "Hoje ficou caracterizado que os motivos pelos quais eles me acusam não caracterizam crime. Nós viemos dizendo isso há muito tempo, mas agora a própria perícia constatou isso", disse em entrevista concedida à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul.

A perícia realizada pelo corpo técnico do Senado veio a público hoje com a divulgação do laudo do trabalho. O documento responsabiliza a petista pela liberação de créditos suplementares por meio de decreto, sem o aval do Congresso, mas isenta Dilma da atuação nas pedaladas fiscais. Sobre os decretos, ela disse que não foi constatada nenhuma participação dolosa de sua parte. "Não há, em nenhum momento, um alerta ou um parecer técnico que diga 'presidenta, se você assinar este decreto estará comprometendo a meta fiscal'. Por isso fica cada vez mais claro que este processo de impeachment não tem base legal, não tem fundamentação", afirmou.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

PARA DIRCEU, VARGAS E VACCARI O P.T. NÃO TEM FUTURO


O Diretório Nacional do PT vai se reunir nos dias 18 e 19 de julho. Sobre a mesa, estará uma proposta: o partido assume a responsabilidade por desvios praticados pelos ex-altos dirigentes que estão presos. O que estes ganhariam com isso? Ainda é incerto. As condenações, por ora, são de primeira instância. Nas etapas seguintes, pode-se tentar um abrandamento da pena. Uma coisa é certa: João Vaccari Neto, José Dirceu e André Vargas acham que o PT não pode continuar repetindo o mesmo discurso. A ser assim, eles vão apodrecer na cadeia, condenados, respectivamente, a 24 anos, 23 anos e 14 ano. Por enquanto. Ainda há processos que não foram concluídos, inquéritos que serão abertos, denúncias que vão ser oferecidas… A coisa vai longe.
É claro que o fantasma é a delação premiada, que qualquer um deles pode fazer a qualquer tempo, segundo define a lei. Ainda que não haja exatamente uma ameaça, a possibilidade existe. E, à diferença do que se diz por aí, não é José Dirceu o mais indignado, mas justamente Vaccari. Ele tem sobre si mesmo uma avaliação que coincide com a da cúpula do PT: fez o que fez em benefício do partido, nunca para obter vantagens pessoais. Dirceu e Vargas são vistos com certa suspeição. Os Altos Companheiros acham que eles misturaram as coisas e também atuaram em seu próprio benefício.
Vocês sabem como é a ética companheira, né? Assaltar o povo brasileiro em benefício pessoal é coisa de ladrões; fazê-lo em nome da causa compõe a têmpera dos heróis…

DELAÇÃO GRAÚDA CONTRA O PARTIDO DOS TRABALHADORES

Ainda sob a penumbra da manhã de inverno, oito homens do Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal, equipe com uniformes camuflados especializada em controle de distúrbios, cercaram a sede do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo. Os agentes remexeram gavetas, apreenderam computadores e saíram com caixas de documentos. A ação só foi possível porque, meses antes, um petista envolvido na Lava Jato resolveu falar. Em delação premiada homologada em março pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, o ex-vereador de Americana, em São Paulo, Alexandre Romano, o Chambinho, contou o que sabe e se tornou o primeiro integrante do PT, partido notório pela lealdade de seus membros, a colaborar com as investigações. A busca e apreensão na sede do PT na quinta-feira (23) era parte da Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato que corre em São Paulo.
 
O ex-ministro Paulo Bernardo, preso em Brasília, é transferido para São Paulo (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Alexandre Romano (Foto: Jorge William /Agência O Globo)
Em quatro Estados e no Distrito Federal, 11 mandados de prisão preventiva foram expedidos. Oito suspeitos foram presos – o mais rumoroso deles, em Brasília. Os agentes da Polícia Federal entraram em um prédio destinado a senadores da República. Na volta da academia, o senador Aloysio Nunes, do PSDB, estranhou policiais na entrada. Eles tinham acabado de prender o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, no apartamento funcional de sua mulher, a senadora petista Gleisi Hoffmann. Magro e abatido, Bernardo foi transferido para São Paulo ainda naquela noite

JUIZ SÉRGIO MORO É APLAUDIDO EM SHOW DO CAPITAL INICIAL


O juiz Sérgio Moro foi ovacionado na noite deste sábado (25/6), durante um show da banda Capital Inicial, em Curitiba. Na apresentação, o vocalista do grupo, Dinho Ouro Preto, anunciou a famosa música "Que País é esse?" e dedicou a canção ao juiz. "A gente sempre dedica essa música a alguém que está envolvido em algum escândalo. Não faltam candidatos. Mas vou dedicar ao Sérgio Moro, que está presente aqui."
 Moro estava presente em um dos camarotes do Teatro, onde ocorreu o show. Ele recebeu aplausos por mais de um minuto

GOVERNO QUER CANDIDATO DE CONSENSO PARA SUBSTITUIR EDUARDO CUNHA


Palácio do Planalto articula uma candidatura única da base, com mandato tampão até 1º de fevereiro de 2017, para a sucessão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Presidência da Câmara. A disputa entre a bancada do PMDB, o chamado “centrão” e a antiga oposição (PSDB, DEM e PPS) pelo comando da Casa seria adiada para o próximo ano para não atrapalhar a aprovação do impeachment no Senado, nem a votação das medidas do ajuste fiscal. O confuso Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara, tornou-se um estorvo para o governo porque não tem a menor condição de conduzir os trabalhos da Casa, até porque a maioria dos deputados se recusa a participar de sessões presididas por ele.

Ontem, Maranhão anunciou que haverá sessão da Câmara somente na terça-feira por causa das festas juninas no Nordeste. Na semana passada, Maranhão havia anunciado que não haveria sessões nesta semana. Depois, voltou atrás por causa da repercussão negativa da decisão e convocou sessões para segunda e terça-feira, mas novamente recuou. Muitos interpretaram as idas e vindas como manobra para retardar o afastamento de Cunha, mas não é o caso. Ao contrário do Conselho de Ética, onde os prazos são contados por sessões, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), à qual o presidente afastado da Câmara recorreu do pedido de cassação por quebra de decoro, os prazos são contabilizados por dias corridos. Ou seja, com sessão em plenário ou sem, na quinta-feira, o relatório terá de ser apresentado no colegiado

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EXERCITO TEM QUE DAR LUCRO, AFIRMA GENERAL


Minervino Junior/CB/D.A Press


Com os cortes nos recursos, os militares tentam se equilibrar para manter os principais programas em funcionamento. “O desafio é fazer uma logística com poucos recursos, e no país inteiro. Imagino o Exército como uma empresa que tem de dar lucro”, diz o general Theophilo Gaspar de Oliveira, 61 anos, responsável pelo Comando Logístico da Força, em Brasília. Experiente, com mais de 40 anos de carreira militar, Theophilo afirma que a maior dificuldade do Exército hoje é o transporte para as regiões mais afastadas do país. “A Força Aérea muitas vezes nos complementa com o Programa de Apoio Amazônico. Muitas vezes ela também está contingenciada, mas eu só posso chegar em alguns lugares de avião. Então nós alugamos aeronaves civis.”

sábado, 25 de junho de 2016

EMPRESÁRIO LIGADO A TEMER ACUSADO DE CORRUPÇÃO

O empresário José Antunes Sobrinho, um dos donos da construtoraEngevix, é mantido em prisão domiciliar a poucos metros da força-tarefa em Curitiba. Vem de Antunes a acusação, em uma proposta dedelação premiada, de que o presidente interino Michel Temer foi o beneficiário de R$ 1 milhão de propina, paga pela Engevix, como recompensa por um contrato de R$ 162 milhões da empreiteira com a Eletronuclear. ÉPOCA revelou o caso no fim de abril. Temer negou as acusações na ocasião. Na proposta de delação, Antunes conta que o ex-coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, sócio da empresa de arquitetura Argeplan e “pessoa de total confiança de Michel Temer”, ganhou o principal contrato de construção da usina Angra 3 com a Eletronuclear, no valor de R$ 162 milhões, e se comprometeu a subcontratar a Engevix para realizar a obra. Em troca, a empreiteira pagaria R$ 1 milhão para “suprir interesses deMichel Temer”, de acordo com Antunes.
 
José Antunes Sobrinho preso pela polícia federal (Foto: Felix Leal/Futura Press)
A proposta de delação premiada revela detalhes sobre o caso. Lá, Antunes diz que pediu para que uma prestadora de serviços da Engevix fizesse o pagamento para Lima, para disfarçar. Segundo a proposta de delação, o repasse foi feito pela empresa Alúmi Publicidades, que prestava serviços de mídia para o aeroporto de Brasília, controlado pela Engevix. Segundo ÉPOCA apurou, houve realmente um pagamento da Alúmi para a PDA Projeto, outra empresa de Lima. A PDA recebeu R$ 1,1 milhão em outubro de 2014, pagos pela Alúmi, na reta final da eleição daquele ano. Procurada por ÉPOCA, a Alúmi confirma o repasse de dinheiro à PDA. Lima confirma o recebimento da quantia. Os dois afirmam, no entanto, que se trata apenas de serviços prestados pelo amigo de Temer, não de propina.

EX GOVERNADOR DO RIO NA SOMBRA DO PODER

Numa noite calma no Leblon, bairro que tem o metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral caminha, discreto, em direção ao prédio onde mora. Àquela hora, pouco depois das 22 horas, não há muita gente na rua. Dois homens, não se sabe se amigos ou seguranças, o acompanham. No auge das manifestações ocorridas no Rio, em 2013, aquela era uma das regiões mais conturbadas da cidade, uma Faixa de Gaza para Cabral. Havia ali um acampamento, o “Fora, Cabral”, que pedia sua renúncia. Confrontos entre policiais e manifestantes eram frequentes a ponto de lojas fecharem e agências bancárias serem depredadas. Durante aquele período tenso, Cabral e sua família nem podiam pensar em caminhar até o imóvel. Três anos depois, sem o peso do cargo, Cabral caminha quase incógnito.
 
Sérgio Cabral ex governador do Rio de Janeiro (Foto: André Arruda/ Editora Globo)
Há pouco menos de um ano, Cabral bate ponto diariamente numa sala em um prédio comercial a duas quadras de sua casa. Lá fica a Objetiva Gestão e Comunicação Estratégica, empresa que criou em janeiro de 2015. Em setembro, o ex-governador acrescentou ao cardápio de negócios da Objetiva as atividades de consultoria em compra, venda, fusão e aquisição de empresas. Cabral não revela seus clientes. Divide seu tempo entre a consultoria – uma das atividades preferidas de políticos sem mandato – e conversas com políticos. Cabral foi um dos articuladores da debandada do PMDB para a turma pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff. Um de seus filhos, e herdeiro político, o deputado federal Marco Antônio Cabral, de 25 anos, votou a favor da abertura do processo de afastamento de Dilma, que até recentemente era aliada de Cabral.

TODOS TEMEM A DELAÇÃO DA ODEBRECHT

Marcelo Odebrecht  (Foto: Luis Ushirobira/Valor )
A cúpula da Operação Lava Jato está receosa quanto à delação premiada negociada pela Odebrecht e por seu dono, Marcelo Odebrecht – não por seu conteúdo e evidências apresentados até agora, mas por dúvidas maiores que surgem. Pela primeira vez, os investigadores se perguntam se as instituições serão capazes de absorver o gigantesco impacto que causará o que já foi entregue pela empreiteira e o que ainda está sendo negociado. Há preocupação crescente de que, quanto mais robusta e ampla se torna a delação, mais inviável ela pode vir a ser na hora da homologação pelo Supremo Tribunal Federal. A delação não poupa nenhum Poder da República ou partido político

BUSCA E APREENSÃO EM APARTAMENTO DA SENADORA FOI LEGAL.



O Ministério Público Federal rechaçou nesta sexta-feira (24/6) a ofensiva de políticos que se solidarizaram à senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) e criticaram as buscas da Operação Custo Brasil no apartamento funcional da petista, em Brasília - o alvo da missão foi o marido de Gleisi, o ex-ministro do Planejamento e Comunicações Paulo Bernardo (Governos Lula e Dilma).

"O Ministério Público Federal, desde o primeiro momento, executou o pedido em conjunto com a Polícia Federal e de acordo com a Constituição e com a lei", declarou o procurador da República Rodrigo de Grandis, que integra a força-tarefa da Custo Brasil.

Grandis destacou que a investigação mira exclusivamente em Paulo Bernardo. "Ele não detém foro por função, ele não tem cargo político, portanto a medida (buscas) recaiu exclusivamente sobre ele e sobre documentos pertinentes a ele apenas."

O procurador anotou que a senadora é investigada no âmbito do Supremo Tribunal Federal em outro caso que, portanto,’escapa da competência do juízo de São Paulo’. "Ou seja, se cumpriu de forma clara a Constituição e a lei", cravou de Grandis.

A Custo Brasil prendeu onze investigados nesta quinta (23/6) por suspeita de envolvimento com o caso Consist - empresa de software que teria montado uma fraude milionária com recursos de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento, durante a gestão de Paulo Bernardo.

SENADO QUER APURAÇÃO DE VAZAMENTO DE DELAÇÃO .

O Senado protocolou na Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (23/6) um pedido de abertura de inquérito contra o vazamento do conteúdo do acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. O pedido foi feito pela Mesa Diretora do Senado e elaborado pela Advocacia-Geral da Casa. A Mesa é composta por dois alvos da Operação Lava Jato que tiveram conversas gravadas por Machado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Os áudios vieram à tona com o pedido de prisão dos parlamentares, feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, Renan criticou o vazamento da delação e afirmou que iria procurar pessoalmente o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra, para colocar o Senado à disposição para investigar os "crimes". Ele chegou a insinuar mais de uma vez que Janot poderia estar por trás do vazamento

TEMER CRITICA DILMA POR APOIAR NOVAS ELEIÇÕES



Minervino Junior/CB/D.A Press

Depois da melhor semana para o seu governo, com a aprovação da Lei de Responsabilidade das Estatais e o fechamento do primeiro acordo com os governadores, o presidente em exercício, Michel Temer, está leve. Tanto é que abriu as portas de seu gabinete para a primeira grande conversa com os principais jornais do país, o Correio Braziliense entre eles. Sorridente e até se permitindo fazer brincadeiras com o jeitão notívago do ministro das Relações Exteriores, José Serra, Temer conta os dias de sua administração. Ontem foi o 42º. Discorre com desenvoltura sobre economia e o seu desejo de medidas capazes de alegrar os investidores e reduzir juros ainda este ano, mas pisa com cuidado na seara política, justamente na que tem mais experiência.

Sobre a disputa pela Presidência da Câmara, diz apenas que um único candidato será útil para todos. Não deixa, entretanto, de tecer suas impressões sobre a presidente afastada, Dilma Rousseff, jogando nas entrelinhas das respostas que desprezar o parlamento e criticar o Judiciário não revelam um comportamento democrático. É incisivo quando se refere à proposta de antecipar eleições: “Toda vez que você rompe com o texto constitucional, você pratica um golpe, no sentido político. Ora, fazer eleições agora é romper com a Constituição”.

Ele só muda um pouco a expressão quando lhe perguntam sobre Sérgio Machado, mas não abandona aqueles colaboradores sob investigação, especialmente Romero Jucá. “Jucá é um parlamentar com vigor. Converso com todo mundo, não me cabe condenar”, diz.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

P.F. TENTA DELAÇÃO PREMIADA NA OPERAÇÃO TURBULÊNCIA


Movimentação na sede da Polícia Federal em Curitiba
PF apura quem são os políticos e empresários por trás do esquema de lavagem de dinheiro descoberto na Operação Turbulência (Vagner Rosário/VEJA.com)
A Polícia Federal já sinalizou aos quatro presos da Operação Turbulência que, para chegar ao nome de eventuais políticos e demais beneficiários do esquema criminoso, aceitaria fechar acordos de colaboração premiada - o quinto deles, Paulo César de Barros Morato, que estava foragido da Justiça,foi encontrado morto na noite desta quarta-feira num quarto de motel em Olinda (PE) em circunstâncias ainda não claras, embora principal suspeita seja o suicídio ou infarto.
"Vamos partir agora para identificar de onde vinha esse dinheiro e a descentralização desses recursos para empresários e políticos", disse o delegado Marcello Diniz Cordeiro, superintendente da PF em Pernambuco.
O interesse da PF é que os operadores do esquema de lavagem de dinheiro, responsável por movimentar 600 milhões de reais desde 2010, tragam aos autos provas e depoimentos que levem à identificação dos beneficiários finais e também ás origens dos recursos. Em contrapartida, poderiam obter redução ou até o perdão da pena.
De início, todos se negaram a prestar esclarecimentos nas oitivas e rechaçaram a abordagem com a oferta para a delação premiada. Estão presos preventivamente no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel) os supostos empresários João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Roberto Lapa Rosal.
A PF acredita, porém, que eles possam mudar de ideia depois de refletirem com o isolamento na cadeia. Os policias federais esperam que, com a morte de Paulo César Morato, eventuais habeas corpus das defesas ao Tribunal Regional Federal não prosperem. O site de VEJA tentou contato com os advogados, mas não conseguiu retorno.

LEI DAS ESTATAIS DIFICULTA AÇÃO DOS CORRUPTOS

Poucas vezes a população tem a chance de ver parlamentares criar uma lei que reduz seu poder e faz bem à governança do país. A aprovação pelo Senado do projeto de lei que estabelece novas regras para a nomeação de diretores e integrantes dos Conselhos de empresas estatais, na terça-feira (21), inclui-se nessa categoria de raridades legislativas. A chamada Lei de Responsabilidade das Estatais, relatada pelo senador Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará, estabelece regras bastante rígidas para a ocupação da nata dos cargos públicos, aqueles mais desejados pelos que se alimentam do loteamento do Estado. Em tese, o projeto contribui para o combate à corrupção.
Sérgio Machado,durante entrevista (Foto: TASSO MARCELO/ESTADÃO CONTEÚDO)
Basicamente, a lei proíbe pessoas com atuação partidária ou com cargos políticos de ser escolhidas para comandar estatais no momento em que exercem essas atividades. Alguém com esse perfil só poderá assumir um cargo se estiver afastado da política há, no mínimo, três anos. Além disso, só poderá assumir o cargo de presidente, diretor ou presidente de Conselho dessas empresas quem tiver experiência profissional mínima comprovada de dez anos na área de atuação da empresa. Caso não seja possível ter alguém assim, o escolhido deverá ter uma experiência de pelo menos quatro anos em cargos de direção ou chefia na área em que a empresa atua. Ter experiência é uma regra banal na iniciativa privada. Mas o banal, o normal ou o razoável quase nunca se encontram na escura intersecção entre a política e a máquina pública. Algo tão simples assim é, portanto, um avanço nessa área. As regras valem também para as estatais de Estados e municípios, o que amplia seu alcance.
Num exemplo prático da lei, um deputado ou senador no exercício do mandato, ou uma pessoa filiada a partido que ocupa algum cargo graças a indicação política, não poderão assumir a direção de empresa estatal ou ser nomeados para o Conselho dela. Assim, restringe-se bastante a velha prática dos políticos de indicar para cargos importantes políticos sem mandato ou seus afilhados de confiança. Se a regra existisse em 2003, por exemplo, o ex-senador Sérgio Machado não poderia ter sido feito presidente da Transpetro pelo senador Renan Calheiros. Machado acabara de deixar um mandato e não tinha experiência na área de petróleo. Alguns podem dizer que, em um universo paralelo no qual Machado não tivesse reinado por quase 12 anos na Transpetro, não haveria a rumorosa delação premiada que tão bem faz à República hoje. Em compensação, Machado não teria desviado cerca de R$ 100 milhões em propinas para o PMDB – nos cálculos conservadores feitos por ele mesmo nos depoimentos de seu acordo de delação premiada

BOLSONARO VIRA RÉU NO SUPREMO POR APOLOGIA AO ESTRUPO

deputado federal Jair Bolsonaro (Foto:  Diego Soares/Raw Image/Folhapress)
O deputado Jair Messias Bolsonaro, do PSC do Rio, tornou-se réu na terça-feira, dia 21, no Supremo Tribunal Federal. A Corte decidiu abrir duas ações penais contra Bolsonaro para investigar a prática de apologia do crime e por injúria. Em uma entrevista em 2014, o deputado afirmou que a deputada Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul, não merecia ser estuprada, porque ele a considerava “muito feia” e porque ela “não faz seu tipo”. A Primeira Turma do Supremo entendeu, por 4 votos a 1, que Bolsonaro, com isso, incitou à prática do estupro. Além disso, ele ofendeu a honra da deputada.
Houve forte mobilização nas redes sociais, em defesa do deputado e contra ele. O Movimento Brasil Livre, o MBL, de Kim Kataguiri, escreveu em sua página no Facebook: “Hoje o STF tornou Bolsonaro réu no processo mais absurdo, ilegítimo e irracional do ano. Uma bizarrice imperdoável. Que vergonha para um país que se diz civilizado ver uma Corte Suprema se rebaixar tanto”. No Twitter, a hashtag #somostodosBolsonaro apareceu entre as mais usadas do dia. Hoje, houve uma reação contrária ao deputado, também no Twitter: a hashtag #SomosTodosContraBolsonaro permanece entre as mais usadas por horas. ÉPOCA acompanhou Bolsonaro em Brasília na semana da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, em abril

DONO DO AVIÃO ENTREGAVA PROPINA PARA CAMPANHA DE EDUARDO CAMPOS


O Ministério Público Federal atesta, com base em informações da Operação Turbulência, que o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, dono do avião que caiu durante campanha presidencial de 2014 com Eduardo Campos, em Santos, foi reconhecido por ex-funcionários da Camargo Correia como sendo a pessoa encarregada de entregar propina devida pela construtora ao ex-governador de Pernambuco e ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).

Correio teve acesso à integra do inquérito da Polícia Federal que desencadeou a Operação Turbulência. Em parecer encaminhado à juíza da 4ª Vara Federal Amanda Torres Lucena da Justiça Federal em Pernambuco, no dia 16 de junho, que expediu os mandados de prisão contra cinco líderes do grupo criminoso, o procurador da República Cláudio Henrique Dias detalha o esquema de pagamento de suborno para políticos em dinheiro vivo. “(João Carlos Pessoa de Melo Filho) Foi também reconhecido pelos ex-empregados da Camargo Correia como sendo a pessoa encarregada de entregar a propina devida por aquela empreiteira ao ex-governador Eduardo Campos e ao senador Fernando Bezerra Coelho em virtude das obras na refinaria Abreu e Lima”, atesta.


EDUARDO CUNHA VIRA RÉU NO STF POR CONTAS NA SUÍÇA


Minervino Junior/CB/D.A Press


O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu, nesta quarta-feira (22/6), a segunda denúncia criminal contra o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por desvios na Petrobras, investigados na Operação Lava-Jato. Em 2011, o deputado recebeu 1,3 milhão de francos suíços (R$ 5,2 milhões) do lobista João Augusto Rezende Henriques em uma conta na Suíça. Segundo o Ministério Público, os recursos eram propina recebida do lobista por ajudar na intermediação de um negócio da Petrobras com uma empresa do português Idalécio de Oliveira para explorar um poço de petróleo em Benin, na costa oeste da África. A estatal investiu US$ 66 milhões, sendo US$ 34,5 milhões num primeiro momento, mas não encontrou nenhuma gota de óleo. Com os recursos em mãos, Idalécio repassou US$ 20 milhões, metade desse valor num primeiro momento, para Henriques. E o lobista distribuiu o dinheiro a várias pessoas, entre elas o próprio Cunha. O deputado garante que não é o dono do dinheiro depositado no exterior porque ele estava em um “truste”. No entanto, os documentos de abertura da conta eram do próprio Cunha.

PRESO EX MINISTRO DAS COMUNICAÇÕES DO GOVERNO DILMA


Marcelo Camargo/ABr - 17/2/12


A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (23/6) o ex-ministro Paulo Bernardo, que trabalhou nos governo de Dilma e Lula e é marido da senadora e ex-ministra Gleisi Hoffman. Ele foi detido na Operação Custo Brasil, derivada da 18ª fase da Operação Lava-Jato, que apurava irregularidade de contratos de informática no Ministério do Planejamento. O Correio apurou que Bernardo foi preso em Brasília. A polícia suspeita que cerca de R$ 100 milhões em propinas foram pagos, a partir de contratos de prestação de serviços de informática, entre 2010 e 2015, para pessoas ligadas a funcionários e agentes públicos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Também houve busca e apreensão na residência do ministro.

A PF cumprem 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal. Todas as ordens foram expedidas pela pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo.

“Há indícios de que o MPOG direcionou a contratação de uma empresa de prestação de serviços de tecnologia e informática para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado”, narra a PF. Em agosto do ano passado, a empresa identificada foi a Consist Software. “Segundo apurou-se, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência no MPOG por meio de outros contratos – fictícios ou simulados.”

quarta-feira, 22 de junho de 2016

EU NÃO SOU DE AMEAÇAR NINGUÉM!


O presidente do Senado, Renan Calheiros
O presidente do Senado, Renan Calheiros, fala à imprensa ao chegar no Congresso em Brasília (DF) - 16/06/2016(Antonio Cruz/Agência Brasil)
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), diminuiu nesta terça-feira o tom das críticas que tem feito ao Ministério Público Federal e negou que tenha ameaçado o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O chefe do Ministério Público da União é alvo de um pedido de impeachment que originalmente seria definido nesta quarta. Agora, porém, Calheiros disse que pedirá um parecer da Advocacia-geral do Senado antes de se manifestar sobre o futuro de Janot. Na prática, a iniciativa adia o desfecho sobre um eventual impeachment do procurador-geral.
No início da semana passada, foi protocolado mais um pedido de impeachment contra Rodrigo Janot. Duas advogadas alegaram que o procurador-geral deu tratamento diferenciado a políticos do PMDB, alvo dos pedidos de prisão, ao ex-presidente Lula e à presidente afastada Dilma Rousseff, flagrados em uma conversa em que discutiam a nomeação do petista para a Casa Civil. Janot, porém, pediu a abertura de inquérito contra Lula e Dilma por suposta obstrução à Justiça, embora o grampo que comprovava a intenção de ambos de blindar o ex-presidente da atuação do juiz Sergio Moro tenha sido anulado por decisão do STF.

DELATORES LIGAM SÉRGIO CABRAL À PROPINAS


Sérgio Cabral
Ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB)(Frame/Folhapress)
Dois delatores da Operação Lava Jato, um ligado à Odebrecht e outro à Andrade Gutierrez, envolveram o ex-governador do Rio Sergio Cabral (PMDB) em esquemas de corrupção em obras do metrô e na reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.
Em seu acordo de delação premiada, o ex-executivo da construtora Andrade Gutierrez Clóvis Renato Primo relatou que o então secretário de Governo de Cabral, Wilson Carlos, pediu à empreiteira que pagasse propina ao Tribunal de Contas do Estado do Rio, órgão responsável justamente por fiscalizar as obras públicas do governo estadual e das prefeituras. O pagamento da vantagem ilícita teria o objetivo de evitar problemas com o tribunal em relação às obras do estádio do Maracanã, que sediou o final da Copa do Mundo. A informação foi publicada pelo jornal O Globo na edição desta quarta-feira.
Segundo Primo, a propina seria de 1% do valor da obra e seria repassada ao então presidente do TCE José Maurício Nolasco. O delator autorizou o pagamento, mas não soube dizer se ele foi feito efetivamente. As obras no estádio deveriam ter custado 705 milhões de reais aos cofres públicos, mas, após receber 16 aditivos, a cifra aumentou para 1,2 bilhão de reais.

BRASIL SÓ VOLTA A CRESCER EM 2018


O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles durante coletiva em Brasília
Meirelles: "O país viveu a ilusão de que sempre seria possível gastar mais"(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O avanço das investigações da Operação Lava Jato, que atingiram nas últimas semanas a cúpula do PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente interino, Michel Temer, tem ampliado as incertezas de analistas sobre a capacidade de o novo governo aprovar as medidas necessárias para fazer a economia brasileira voltar a crescer. Um estudo da 4E Consultoria, feito a pedido de VEJA, dá a dimensão do custo para o país caso nada de relevante entre em vigor nos próximos anos.
"O fracasso da agenda de reformas reduzirá a capacidade de crescimento e de geração de renda do país por um longo período", afirma Thiago Curado, economista da 4E Consultoria. A agenda esperada pelos analistas envolve não só a aprovação do projeto que estabelece um teto para a evolução anual dos gastos federais mas também ações complementares, entre as quais a reforma da Previdência e a desvinculação de benefícios do INSS ao reajuste do salário mínimo. Entram ainda na lista de pontos essenciais a flexibilização de leis trabalhistas e a abertura comercial, de forma a resgatar a competitividade das empresas do setor privado.

JUIZ LIBERA REMÉDIO DE MIL REAIS POR DIA PARA FALSO DOENTE

juiz Emilio Migliano Neto (Foto: Anna Carolina Negri/ÉPOCA)
O juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, concedeu o remédio Juxtapid (lomitapida) à dona de casa Aparecida de Fátima Souza, de São José dos Campos. Ela é uma dos 46 pacientes que exigiram a droga na Justiça no Estado de São Paulo. Oremédio caríssimo (US$ 1.000 por dia) para combater o colesterol despertou a atenção da Secretaria Estadual de Saúde e levou a uma investigação. Esse não é um exemplo corriqueiro da chamada judicialização da saúde, um fenômeno crescente no Brasil e sem solução fácil. É um ousado caso de polícia, como ÉPOCA conta nesta reportagem.
O remédio Juxtapid (lomitapida), da empresa americana Aegerion, não tem registro no Brasil. Foi aprovado nos Estados Unidos para uso apenas por portadores de uma doença genética rara, ahipercolesterolemia familiar homozigótica. Não é destinado ao tratamento de colesterol alto provocado por outras causas. Por ordem da Justiça, o governo estadual gastou R$ 9,5 milhões para fornecer o remédio a cidadãos que não tinham a doença.
Depois de dois anos de inquérito, a Polícia Civil e a Corregedoria-Geral da Administração do Estado de São Paulo estão convencidas de que houve fraude contra o Sistema Único de Saúde (SUS). Um esquema que envolveu o fabricante do remédio, representantes comerciais da empresa que recrutavam pacientes nos consultórios, médicos, a Associação Nacional de Doenças Raras e Crônicas (Andora), de Curitiba, e advogados

EDUARDO CUNHA SE DIZ AMEAÇADO DE MORTE


Cunha se disse vítima de ameaças de morte, embora não tenha identificado de que forma isso se manifestou contra ele e nem de quem teria partido o ataque. O presidente afastado disse que seu direito de defesa está sendo “cerceado” e que um dos problemas é a falta de comunicação. Por isso, ele afirmou que voltará a falar com a imprensa com mais frequência.
O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Questionado diante de rumores de que estaria negociando uma renúncia ao cargo de presidente da Câmara, Cunha negou. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 5 de maio, afastar Cunha da presidência da Câmara e do mandato de deputado federal mediante acusações da Procuradoria-Geral da República de que ele estaria prejudicando as investigações. Nos bastidores, deputados aliados de Cunha admitem que aumentou a pressão para que ele renuncie à presidência. Contudo, segundo essas mesmas pessoas, ele só renunciaria se soubesse que teria como salvar seu mandato de deputado. Isso não aconteceu até agora. Segundo os mesmos aliados, a hipótese de ele chegar a um acordo é remota, sob a argumentação de que ele teria demorado muito para reagir. Na semana passada, oConselho de Ética aprovou por 11 votos a 9 o relatório que pede a cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar por ele ter mentido sobre a existência de contas de sua propriedade na Suíça