segunda-feira, 31 de agosto de 2015

DESEMPREGO E INFLAÇÃO DISPARAM NO PAÍS

Em julho, 157 mil trabalhadores foram demitidos no Brasil, o pior resultado para o mês nos últimos 23 anos. Sob qualquer ângulo, trata-se de um dado assustador. Significa que, a cada minuto, quatro pessoas acabaram dispensadas. É como se toda a população de uma cidade como São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, perdesse o emprego. De acordo com o IBGE, quase meio milhão de vagas – ou uma Florianópolis inteira – desapareceram nos sete primeiros meses do ano. O publicitário paulistano Felipe Oliani, 29 anos, faz parte dessa dramática estatística. Ele está desempregado desde fevereiro, quando foi excluído da multinacional do setor hospitalar em que trabalhava como coordenador de marketing. Nos últimos seis meses, Oliani tem feito de tudo para arrumar uma colocação. Retomou todos os contatos profissionais, investiu dinheiro em redes sociais profissionais, iniciou um curso de MBA e contratou uma empresa de coaching e transição de carreira. Até agora, nada funcionou. Sem a garantia do salário, o publicitário foi obrigado a deixar o apartamento em que morava sozinho e buscou abrigo na casa da avó. Assim como ele, 8,4 milhões de brasileiros – o equivalente à população da Suíça – estão desocupados e procuram a cada dia, em graus variados de desespero, novas oportunidades no mercado de trabalho. Se a economia continuar desabando, nos próximos meses será ainda mais difícil encontrar um lugar para dar expediente.
01.jpg
A alta do desemprego é uma tragédia anunciada. Desde o início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, praticamente todos os indicadores econômicos pioraram. A inflação disparou. O consumo caiu. Os impostos subiram. O PIB encolheu. Sem ter para onde correr, as empresas recorreram à medida mais doída: as demissões em massa. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), a taxa de desemprego no Brasil é de 8,3%. No ritmo descendente da atividade econômica, alguns especialistas projetam um índice de dois dígitos até o final do ano. Para um país emergente como o Brasil, desemprego na casa dos 10% é uma enormidade. Na zona do euro, ainda às voltas com a hecatombe financeira da Grécia, o número está em 11%, o que dá a dimensão do tamanho da encrenca para os brasileiros

PROCURADOR GERAL SE COMPORTA COMO ADVOGADO DO PT


O ministro e professor Gilmar Mendes: repudiando a aula de mau direito dada por Rodrigo Janot
O ministro e professor Gilmar Mendes: repudiando a aula de mau direito dada por Rodrigo Janot, procurador geral da República
O ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro do Supremo Tribunal Federal (STF), não deixou a arrogância grosseira, ou a grosseria arrogante, de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, passar em branco e respondeu com todas as letras em entrevista a este blog, neste domingo: “Janot não deveria se comportar como um dos advogados do PT; afinal, o partido já contratou profissionais competentes para fazer a sua defesa”.
Nas moscas! Para quem não acompanhou, explico.
A empresa VTPB, que se diz especializada na área gráfica, recebeu R$ 26,8 milhões do PT a título de serviços prestados durante o processo eleitoral — desse total, R$ 23 milhões foram pagos pela campanha de Dilma Rousseff. Muito bem! Mendes, relator da prestação de contas do PT, dadas as informações que estão vindo à luz em razão da Operação Lava-Jato e de apurações da imprensa, encaminhou à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal um pedido de investigação da empresa.
E ele explica os motivos: “Ora, sabemos agora tratar-se de uma empresa que recebe esse enorme volume de dinheiro, embora não tenha um único funcionário contratado, não disponha de parque gráfico e não tenha nem mesmo, num dia de visita fortuita, uma sede aberta para chamar de sua. Convenham: é, no mínimo, estranho”

EX VEREADOR DO PT VAI COMPLICAR SENADORA E EX MINISTRO NA LAVA JATO

Tempo chuvoiso
Tempo chuvoiso
O ex-vereador do PT Alexandre Romano, o Chambinho,  preso na Lava-Jato, acusado de receber dinheiro da Consist Software, responsável pela gestão de crédito consignado a servidores públicos federais, para facilitar a vida da empresa, decidiu fazer um acordo de delação premiada.
 
 
Além do que já disse sobre Luiz Gushiken, e o ex-tesoureiro Paulo Ferreira dois nomes estrelados do PT aparecerão nos depoimentos de Romano, de acordo com o que ele já contou ao seu advogado: o casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann

SENADO VAI REDUZIR PODER DE PARTIDOS NANICOS

Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária - 25/08/2015
Plenário do Senado durante sessão deliberativa ordinária - 25/08/2015(Moreira Mariz/Ag. Senado)
O projeto de reforma política que o plenário do Senado deve votar nesta semana reforça o poder dos grandes partidos e dificulta a eleição de parlamentares pelas chamadas legendas "nanicas". Se aprovada, a proposta deve reduzir a fragmentação do Congresso já nas próximas eleições.
Há três itens no projeto que beneficiam especialmente os partidos com grandes bancadas, como PT, PMDB e PSDB. O principal é o artigo que torna inócuas as coligações nas eleições para deputado. O texto também restringe o acesso de nanicos a debates e reduz seu "valor" nas coligações majoritárias - para prefeito, governador e presidente - ao reduzir suas cotas no tempo de TV do horário eleitoral.
Como compensação, a proposta oferece a partidos ameaçados de encolhimento a possibilidade de se unir em uma federação, organismo formado por duas legendas ou mais, mas que funcionaria como uma única.
As coligações nas eleições para a Câmara são importantes para os "nanicos" porque nem sempre eles obtêm, sozinhos, o quociente eleitoral - número mínimo de votos para eleger um deputado. Alianças com legendas maiores eliminam esse obstáculo, já que quem precisa atingir esse número mínimo de votos é a coligação, ou seja, a soma do resultado eleitoral de todos os seus integrantes.
O projeto do Senado, porém, determina que as vagas para a Câmara sejam divididas com base no desempenho de cada partido, independentemente do fato de ele fazer ou não parte de coligação. Essa mudança deve trazer alterações significativas no quadro político. Se a eleição de 2014 tivesse sido realizada sem coligações, o número de partidos representados na Câmara teria sido de 22, em vez de 28. PMDB, PT e PSDB, que elegeram pouco mais de um terço dos deputados, teriam ocupado mais da metade das vagas.
A restrição às coligações não constava do projeto de reforma política já aprovado pelos deputados - foi inserida relator da proposta no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Se aprovada pelos senadores, só entrará de fato em vigor se passar por uma segunda votação na Câmara

PROCURADOR GERAL MANDA ARQUIVAR AÇÃO ELEITORAL CONTRA DILMA

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concluiu que não há indícios de irregularidade na contratação da gráfica VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda. pela campanha da presidenta Dilma Rousseff no ano passado.

Em resposta ao pedido feito pelo vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, para investigar as contas de campanha de Dilma, Janot destacou o que chamou de “inconveniência” da Justiça Eleitoral e do Ministério Público Eleitoral de se tornarem “protagonistas exagerados” da democracia.

Na análise do pedido, o procurador-geral citou ainda a possibilidade de uma “judicialização extremada” do processo político eleitoral e destacou que a democracia deve ter como atores principais candidatos e eleitores.

As declarações de Janot constam em despacho, datado de 13 de agosto, a favor do arquivamento do pedido feito por Gilmar Mendes. Segundo o texto, os fatos apontados pelo vice-presidente do TSE não apresentam “consistência suficiente para autorizar, com justa causa, a adoção das sempre gravosas providências investigativas criminais”

MINISTRO ZÉ EDUARDO DIZ QUE GILMAR MENDES COMETEU ERRO HISTÓRICO

irmações do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes em entrevista publicada pelo Correio ontem enfureceram o governo e o PT, a ponto de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se prontificar a responder. “Ele comete um grave equívoco histórico, talvez motivado por uma paixão política que todos os cidadãos podem ter, mas não os juízes no exercício de suas funções”, rebateu Cardozo. O que mais irritou o governo, em especial a presidente Dilma Rousseff e os ministros, foi Mendes dizer que “o uso de recursos de estatais para atividade política não se trata de acidente, mas de um método de governança”.

AFP PHOTO / EVARISTO SA


Na entrevista ao Correio, Gilmar Mendes disse também que, na política, vivemos hoje uma hemorragia. Nas duas últimas semanas, ele pediu investigações sobre eventuais irregularidades no financiamento da campanha de Dilma. À reportagem, Mendes traçou um paralelo entre o mensalão e o petrolão. “A rigor, eles são irmãos gêmeos, é claro que o que se percebe no petrolão é que há uma abrangência muito maior.”

Para o governo, entretanto, Mendes ultrapassou todos os limites. “Um governo que tem como método a corrupção não se investiga nem cria mecanismos para essas investigações”, disse Cardozo. “Quem regulamentou as delações premiadas foi o nosso governo. Do governo Lula para cá não nomeamos engavetadores. Antes do governo Lula, tínhamos ausência efetiva de políticas e mecanismos de combate à corrupção, que, no Brasil, não nasceu hoje, é histórica.

domingo, 30 de agosto de 2015

GOVERNO DESISTE DE CRIAR NOVA CPMF

A presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto
Resistência em relação à CPMF leva presidente Dilma Rousseff a desistir do tributo(Ueslei Marcelino/Reuters)
A presidente Dilma Rousseff desistiu da recriação da CPMF, o imposto sobre movimentações financeiras, ao menos para o próximo ano. A decisão foi tomada neste sábado à tarde, em reunião em Brasília com os ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Pesou para o recuo da presidente a forte repercussão negativa em torno da volta da CPMF e o anúncio de oposição à medida por parte de políticos e governadores, além das críticas de empresários, num momento em que o país já está em recessão e o clima de confiança na economia só piora.
O governo havia divulgado na semana que passou a intenção de propor a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, com o intuito de reforçar a arrecadação federal em até 80 bilhões de reais no próximo ano, de acordo com estimativas preliminares, e ajudar no reequilíbrio das contas públicas. A medida seria incluída na proposta para o orçamento do governo federal em 2016, que será encaminhada nesta segunda-feira, dia 31, ao Congresso.
Em Campos do Jordão representando o governo em um evento do setor financeiro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, havia defendido durante a tarde a recriação da CPMF. "Acho que ninguém concorda que o aumento da despesa sem o aumento de impostos é um caminho viável", disse o ministro, que criticara a resistência da sociedade. "Se a gente quiser dar uma de Grécia e disser não a todo tipo de imposto, vai ter consequências", afirmou Levy.
A CPMF esteve em vigor até 2007, mas deixou de ser cobrada a partir do ano seguinte depois que o Senado rejeitou a sua prorrogação. Na época, ela gerava cerca de 40 bilhões de reais para os cofres do governo

AUMENTAM AS DIVERGÊNCIAS ENTRE DILMA E MICHEL TEMER

As divergências entre a presidente Dilma e o vice-presidente Temer são mais profundas do que parecem. Eles alimentam desconfianças mútuas. Um acha que está sendo sabotado pelo outro. Mal se falam
As divergências entre a presidente Dilma e o vice-presidente Temer são mais profundas do que parecem. Eles alimentam desconfianças mútuas. Um acha que está sendo sabotado pelo outro. Mal se falam(Ueslei Marcelino/Reuters)
Dilma Rousseff e Michel Temer nunca foram muito próximos. Durante boa parte do primeiro mandato, o grau de consideração da presidente por seu vice podia ser medido pela importância das tarefas que lhe eram delegadas no dia a dia do governo. O vice sempre pairou em Brasília como figura decorativa, encarregado basicamente das agendas internacionais que a presidente não se dispunha a cumprir. Com a popularidade alta, a economia cambaleante mas ainda de pé e sem as revelações demolidoras da Operação Lava-Jato, manter Temer à margem das decisões importantes, mesmo ele carregando a faixa de representante do maior partido do Congresso, o PMDB, nunca chegou a gerar maiores abalos para Dilma. As dificuldades econômicas, as revelações da roubalheira no petrolão e a meteórica queda de popularidade construíram um cenário ideal para uma crise sem precedentes. Em momentos assim, dizem os especialistas, se não houver o mínimo de tranquilidade no Parlamento, o risco de um tsunami atingir o Palácio do Planalto não pode ser minimizado. Há quatro meses, Temer recebeu da presidente autorização para atuar e evitar que isso acontecesse. Obteve sinal verde para negociar cargos, emendas e até projetos em nome da estabilidade. Na semana passada, ele renunciou à tarefa. O motivo: Dilma, de novo, tirou-lhe os poderes.
Diferentemente do primeiro mandato, as relações da presidente e seu vice não podem mais ser definidas nem como apenas protocolares. Dilma acredita que Temer conspira contra ela. Temer acredita que Dilma conspira contra ele. Os dois mal se falavam desde que o vice-presidente concedeu uma surpreendente entrevista em que reconheceu a gravidade da crise instalada no governo e, ao que parecia, desincumbia a presidente da tarefa de conciliadora. "É preciso que alguém tenha a capacidade de reunificar a todos", disse Temer. Dilma não gostou. Os assessores mais próximos da presidente interpretaram o movimento do vice como um aceno pessoal aos setores mais insatisfeitos da sociedade. Ele seria a solução da crise, não ela. A teoria da conspiração ganhou mais um ingrediente quando Dilma tomou conhecimento pela imprensa de encontros de Temer com empresários para discutir a agenda política do país. Na versão de um auxiliar do vice, até uma reunião com o ex-presidente Lula com a bancada do PMDB foi classificada como ação conspiratória. "Era como se existisse um governo Temer e outro governo Dilma", diz um auxiliar palaciano. Aconselhada pelos ministros mais próximos, a presidente mudou de estratégia.
Enquanto Temer se desgastava para reconstruir pontes com a base aliada do Congresso, Dilma tentou cooptar aliados do vice dentro de seu próprio partido, o PMDB. Sem que ele soubesse, ela chamou ao Palácio o líder da bancada do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani, e o presidente do diretório do partido no Rio de Janeiro, Jorge Picciani, pai do líder do PMDB, ambos ligados ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Em troca de cargos, Dilma queria que os dois peemedebistas atuassem para tentar frear as hostilidades de Cunha. O problema é que essa era uma das missões de Michel Temer. Também sem avisar, Dilma autorizou Giles Azevedo, seu antigo chefe de gabinete, a negociar diretamente com parlamentares da base a defesa do governo diante de CPIs criadas no Congresso. Para agradar aos parlamentares, Temer prometera liberar 500 milhões de reais em emendas e se comprometera a viabilizar centenas de nomeações para cargos do segundo e terceiro escalão da máquina federal. Dilma não só ignorou solenemente as tratativas que o vice já havia chancelado como passou a refazer pessoalmente os acordosAUMEN

GILMAR MENDES TIRA O SONO DE DILMA

01.jpg
Em sua primeira intervenção, Mendes entoou um voto contundente dizendo que “ladrões de sindicato transformaram o País em um sindicato de ladrões”. Impulsionada por essa manifestação, a maioria dos ministros do TSE votou na terça-feira 25 pela reabertura de uma das quatro ações que pedem a cassação da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer. A ação havia sido arquivada em março por decisão da relatora, Maria Thereza de Assis Moura. Diante da análise de um recurso do PSDB, o processo será desarquivado, se os ministros mantiverem seus pareceres.
O julgamento foi suspenso pelo pedido de vista da ministra Luciana Lóssio, ex-advogada do PT e de Lula, mas, no que depender de Gilmar Mendes, será retomado em breve. O PSDB, autor da ação, argumentou que houve abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 2014, devido ao uso indevido da cadeia nacional de rádio e televisão, manipulação de pesquisas e uso de dinheiro desviado da Petrobras para abastecer o caixa da campanha. Se a ação for reaberta, Dilma e o vice Michel Temer serão intimados a apresentar defesa e haverá a fase de produção de provas. Tomadas essas providências, o TSE julgará se houve ou não fraude na campanha petista à reeleição. Para ministros do STF, a fragilidade política de Dilma nos tribunais não encontra paralelo na história recente do País. “É algo sem precedentes”, dizem. Integrantes do governo reconheceram terem sido pegos de surpresa com a formação da maioria pela investigação. Na madrugada de terça-feira 25 para quarta-feira 26, o clima ficou tenso no Palácio do Planalto. Relatos de auxiliares da presidente dão conta que xingamentos impublicáveis foram ouvidos do gabinete presidencial.
Na sexta-feira 21, Mendes já havia tirado o sono do Palácio do Planalto ao pedir que a Procuradoria-Geral da República apurasse crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica nas movimentações de entrada e saída de recursos das contas que o PT e o comitê de Dilma movimentaram nas eleições de 2014. No pedido de investigação, o ministro afirma com todas as letras que há indícios fortíssimos de que campanha à reeleição foi abastecida com dinheiro desviado da Petrobras. O ministro está bem apoiado em dados para elevar o tom. De acordo com relatório técnico do TSE, o PT recebeu de 2010 a 2014 R$ 172 milhões de empresas envolvidas no esquema do Petrolão. Além dos repasses do partido, a campanha de Dilma conseguiu R$ 47,5 milhões das empreiteiras investigadas.

O PMDB VAI DEIXAR DE APOIAR O GOVERNO DO PT

Desde a redemocratização, o PMDB se especializou na modalidade do bicanoísmo, cujo principal atributo é saber navegar com um pé em cada canoa – a governista, preferencialmente, e a da oposição, válvula de escape para o caso de a parceria com o governo naufragar. Sem dispor de um nome capaz de triunfar nas urnas na disputa presidencial – algo que nem o doutor Ulysses Guimarães conseguiu, apesar de muitos terem botado fé no velhinho em 1989 –, o partido sempre adotou essa estratégia para se manter eternamente associado ao governo federal. Qualquer governo, sem distinção ideológica ou partidária. Assim, atuando como uma espécie de apêndice do Planalto, o PMDB nunca largou as benesses do poder. Em muitos casos, estabeleceu com o Executivo uma relação de dependência mútua retroalimentada pelo fisiológico toma lá, dá cá. Mas todas as vezes em que pressentiu o barco do governo afundar, o PMDB – sustentado por uma heterogênea federação de caciques regionais – abraçou a tese da ala “oposicionista” da sigla, que já estava lá, a postos, com um pezinho na outra canoa, a convocar os demais para embarcar na nau tmais segura. A história se repete agora. Em meio ao mar revolto em que se equilibra Dilma Rousseff, o PMDB prepara o desembarque da aliança governista. Em relação a outros momentos da política nacional, há duas diferenças cruciais: o governo, mais impopular desde Collor, nunca esteve tão refém do PMDB e o partido nunca esteve tão próximo de deixar de ser um mero coadjuvante para se tornar o protagonista principal e uma alternativa real de poder, com possibilidades concretas de chegar ao Planalto. Agora, em caso de impeachment, ou em 2018, com o lançamento de uma candidatura própria. Ou seja, pela primeira vez, depois de quase três décadas, o partido começa a desistir de um projeto para apostar em outro mais vantajoso, só que pilotado por ele próprio, não por outra legenda. É o fio condutor capaz de unir hoje todos os peemedebistas, de qualquer vertente ou corrente.
PMDB-06-IE.jpg
DISSIDENTE
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, diz que "time que não joga, não tem
torcida", ao apoiar o vôo solo do PMDB. Sua tese ganha cada vez mais adeptos
O que se pode chamar de primeiro ato da deserção do PMDB foi a saída do vice-presidente Michel Temer da articulação política do governo, na semana passada. Temer anunciou a decisão em reunião com a presidente Dilma no Palácio do Planalto na manhã de segunda-feira 24. Na conversa, demonstrou contrariedade com o que chamou de “ambiente de intrigas e fofocas” instalado no Planalto desde que se apresentou como alguém capacitado para reunificar o País. O estopim foi o imbróglio envolvendo a liberação de R$ 500 milhões em verbas para políticos aliados. Principal auxiliar de Temer, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, havia recebido o sinal verde para o pagamento, mas fez papel de bobo da corte de Dilma: negociou com os parlamentares, acertou a liberação do dinheiro e, aos 45 minutos do segundo tempo, viu seus acordos serem desautorizados pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Ninguém aqui é palhaço. Chega!”, teria desabafado Temer. Contribuiu para a decisão uma interpretação bem particular do vice-presidente a respeito do que chamou de “sinais favoráveis a ele” emitidos por atores políticos nos dias que antecederam o anúncio oficial: as manifestações pelo impeachment e as declarações de FHC em favor da renúncia da presidente. Segundo um interlocutor de Temer, o vice acredita ter se credenciado entre segmentos organizados da sociedade como um porto seguro para o pós-Dilma. Reforçou esse sentimento a calorosa recepção a Temer na FIESP na quinta-feira 27

LULA DIZ QUE EMPRÉSTIMO A CUBA ESTAVA GARANTIDO

A revista também divulga documento com relato do ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimentel disse a Raúl Castro que não faltariam recursos para o apoio brasileiro à modernização da economia da ilha. Pimentel também teria incentivado o país a investir na produção de energia a partir do etanol, com a construção de usinas, o que seria de interesse da Odebrecht. O atual governador de Minas Gerais assinou memorando para conceder empréstimo de US$ 176 milhões para a modernização de cinco aeroportos em Cuba. Uma das obras começou a ser feita em março deste ano pela Odebrecht.

Pimentel nega ter atuado em favor de empresas e a pedido de Lula quando estava à frente do MDIC. A Odebrecht nega a influência do ex-presidente em suas obras em Cuba e o BNDES diz que trata a empreiteira como todas as outras empresas. O Palácio do Planalto disse desconhecer o conteúdo dos documentos mencionados pela revista e Lula não quis se manifestar sobre a reportagem.

Lula é alvo de procedimento investigatório criminal da Procuradoria da República no Distrito Federal, que apura se houve tráfico de influência internacional do ex-presidente em favor da construtora Odebrecht no exterior.

VIVEMOS UM MOMENTO TERRÍVEL NA POLÍTICA BRASILEIRA

Gustavo Moreno/CB/D.A Press

Os movimentos e as decisões jurídicas do ministro Gilmar Mendes são acompanhados de perto pelo governo e pela oposição. Vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e relator das contas da presidente Dilma Rousseff e do PT, ele é, dentro da Corte, um dos principais personagens de um enredo que contará os próximos capítulos da história política do país.

Nas duas últimas semanas, Mendes pediu investigações sobre eventuais irregularidades no financiamento da campanha de Dilma. E votou, com outros três ministros, a favor da continuidade de uma ação do PSDB, que pede a impugnação dos mandatos de Dilma e do vice, Michel Temer. O julgamento foi adiado, mas já existe maioria para manter a ação.

Presidente do Supremo Tribunal Federal entre 2008 e 2010, Mendes recebeu o Correio no gabinete do STF na manhã da última quinta-feira para uma entrevista de 90 minutos. Falou sobre corrupção, processo de cassação da chapa de Dilma, Operação Lava-Jato, acusações de que seria advogado do PSDB, maioridade penal e descriminalização do porte da maconha

sábado, 29 de agosto de 2015

POVO JÁ DIZ NAS RUAS "LULA NUNCA MAIS"

#LulaNuncaMais vs #LulaForever 2
#LulaNuncaMais vs #LulaForever(
No dia em que o boneco inflável do ex-presidente Lula vestido de presidiário voltou a circular, houve uma batalha em torno do líder petista no Twitter. A disputa foi entre as hashtags #LulaNuncaMais, que concentrou críticos, e #LulaForever, com apoiadores. O monitoramento feito com a ferramenta TwitterReverb, do próprio Twitter, indicou que o texto crítico foi compartilhado em maior número. Entre 3h e 17h40, foram registradas cerca de 48.000 menções carregando #LulaNuncaMais, contra 17.000 com #LulaForever (confira na imagem abaixo). A divisão reflete fielmente rejeição e apoio ao ex-presidente? Em termos. Por um lado, cada uma das hashtags de fato atraiu simpatizantes a suas posições - colocadas de forma muito clara. Mas um retrato mais preciso das conversas ocorridas no serviço de mensagens de 140 caracteres demanda uma análise mais profunda, que leve em conta, por exemplo, casos em que os usuários citaram uma hashtag para criticá-la. De qualquer forma, a adesão dos usuários do Twitter (cerca de 30 milhões de brasileiros, estima-se) às fileiras antiLula e Lula serve de reflexão. Inclusive para o próprio

POPULARIDADE DE DILMA CAI ATÉ NO NORDESTE

Dilma
Popularidade de Dilma se esfarelou até no Nordeste
Uma pesquisa inédita encomendada pelo PMDB do Ceará ao Ibope conseguiu fazer uma fotografia sem photoshop do que aconteceu com Dilma Rousseff da eleição para cá.
Na cidade de Lavras da Mangabeira, de 31 000 habitantes, Dilma obteve a inacreditável marca de 86,6% dos votos no segundo turno, em outubro passado. Agora, de acordo com a pesquisa realizada em agosto, ou seja, dez meses depois, 76% dos habitantes reprovam o governo.
Sua popularidade, portanto, esfarelou-se, até em pequenas cidades nordestinas que a apoiaram de forma esmagadora.

DILMA E TEMER EM CLIMA DE GUERRA

Assine já!
A presidente Dilma Rousseff no lançamento do Programa de Investimento em Energia Elétrica (Foto: Antonio Cruz/ABr)
O clima entre a presidente Dilma Rousseff e o vice, Michel Temer, está para lá de estremecido. Embora tente manter a aparência de normalidade, Dilma ficou irritada com a saída de Temer da articulação política. Nem o avisou sobre a possível retomada da CPMF. Nesse vácuo de poder, Giles Azevedo, Jaques Wagner e Gilberto Kassab ganham espaço.
Vice- presidente da República Michel Temer  (Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil )
Já a turma de Temer diz que a incursão de Giles no universo político espinhoso de Brasília não terá vida longa. Com certo desdém, apelidaram Giles de “Pepe 2.0.” Pepe Vargas foi o ministro das Relações Institucionais que permaneceu apenas três meses no cargo de articulador do Planalto

LULA FEZ NEGÓCIOS PARA A ODEBRECHT EM CUBA

>> 
No dia 31 de maio de 2011, meses após deixar o Palácio do Planalto, o petista Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Cubapela primeira vez como ex-presidente, ao lado de José Dirceu. O presidente Raúl Castro, autoridade máxima da ditadura cubanadesde que seu irmão Fidel vergara-se à velhice, recebeu Lula efusivamente. O ex-presidente estava entre companheiros. Em seus dois mandatos, Lula, com ajuda de Dirceu, fizera de tudo para aproximar o Brasil de Cuba – um esforço diplomático e, sobretudo, comercial. Com dinheiro público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, o Brasil passara a investir centenas de milhões de dólares nas obras do Porto de Mariel, tocadas pela Odebrecht. Um mês antes da visita, Lula começara a receber dinheiro da empreiteira para dar palestras – e apenas palestras, segundo mantém até hoje.

Naquele dia, porém, Lula pousava em Havana não somente como ex-presidente. Pousava como lobista informal da Odebrecht. Pousava como o único homem que detinha aquilo que a empreiteira brasileira mais precisava naquele momento: acesso privilegiado tanto ao governo de sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, quanto no governo dos irmãos Castro. Somente o uso desse acesso poderia assegurar os lucrativos negócios da Odebrecht em Cuba. Para que o dinheiro do BNDES continuasse irrigando as obras da empreiteira, era preciso mover as canetas certas no Brasil e em Cuba

MICHEL TEMER DIZ NÃO Á VOLTA DA CPMF

Temer_AGBR_483x303.jpg
O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta quinta-feira, 27, que por enquanto só existe "burburinho" sobre um possível retorno da CPMF, mas que o governo precisa de medidas de contenção. "A primeira ideia é sempre de que não se deve aumentar tributo. Mas, por outro lado, há muitas vezes a necessidade de apoiar medidas de contenção. Não estou dizendo que nós vamos fazer isso. Por enquanto é só burburinho e não está sendo examinado pelo governo", comentou após um encontro com o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, em seu escritório pessoal em São Paulo.

A discussão sobre a volta da CPMF no governo foi informada ontem ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, por uma fonte da equipe econômica do Planalto. Segundo ela, o envio de uma proposta de emenda constitucional da CPMF ao Congresso Nacional está sendo analisada pela presidente Dilma Rousseff e qu o governo já tem uma minuta pronta da PEC. Ela faz parte do conjunto de medidas de aumento de tributos em discussão na elaboração da proposta do Orçamento da União do ano que vem.

Questionado sobre uma possível fusão de ministérios que tratam da área agropecuária, que segundo especulações poderia ficar sobre a chefia da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, Temer afirmou que ainda não há nada definido sobre o assunto. "Tudo vai depender das conversas com os vários partidos políticos que dão sustentação ao governo. Tenho absoluta convicção que eles compreenderão e colaborarão, neste momento em que o País necessita dessa reformulação".

O vice-presidente ainda elogiou a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que teve o nome aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CJJ) do Senado. "Foi corretíssima a decisão do Senado. Dizia-se que poderia haver resistência e isso não se verificou, houve uma margem de votos expressiva", comentou.

Em relação à nova extensão de 15 dias dada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para que o governo apresente sua defesa no caso das chamadas "pedaladas fiscais", Temer disse que a medida é boa e permitirá incluir novos dados, apesar de a defesa já estar bem fundamentada.

Temer também falou sobre o encontro com Sarkozy, que está no Brasil acompanhando sua esposa, a cantora Carla Bruni. Segundo Temer, o ex-presidente francês compartilhou suas experiências, já que também passou por momentos difíceis durante seu governo. "A conversa se deu em torno da situação atual do Brasil. Ele inclusive tomou a liberdade de nos aconselhar, dizendo que não devemos recuar, temos de ir adiante, enfrentar toda e qualquer crise, porque toda crise é passageira", afirmou o vice-presidente

O BRASIL NÃO AGUENTA MAIS AUMENTO DE IMPOSTOS

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em viagem oficial a Nova York, onde participa de evento nas Nações Unidas (ONU), afirmou a jornalistas na noite desta sexta-feira( 28/8), que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de 1,9% no segundo trimestre sinaliza que a economia brasileira deve se contrair ao menos 2,5% em 2015, retração que pode chegar a 3%. Em 2016, o parlamentar vê risco de a recessão continuar e o PIB encolher 1,5%.

"Estamos no meio de uma recessão que, se era real, passou a ser também técnica. O Brasil está em recessão e precisa fazer algo que não é aumentando imposto", disse Cunha em rápida conversa com jornalistas antes de participar de um jantar oferecido pelo embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, em sua residência, na região nobre do Upper East Side, em Manhattan.

Cunha voltou a afirmar que é contra a volta da CPMF, como quer o governo para conseguir ajustar suas contas. "Não dá para suportar mais aumento de tributos. Que tem que se cortar gastos, tem, não se pode fingir. Eu mesmo sou o autor de uma PEC que reduz a 20 o total de ministérios no País. Cortar gastos é muito importante, mas o Brasil só vai se recuperar se recuperar a confiança", afirmou o parlamentar.

"Gestos para recuperar a confiança são gestos simbólicos, redução de gastos é um deles", disse Cunha, destacando que o governo aumentou os gastos de forma permanente nos últimos anos, mas o baixo crescimento da economia acabou afetando a arrecadação. "Consequentemente, agora ficamos com os gastos e não temos mais a arrecadação."

Ainda sobre a CPMF, o presidente da Câmara disse ser "totalmente contrário" à volta do tributo, classificado por ele como "perverso". "Você só vai aumentar o custo da economia, é uma contribuição perversa porque ela tributa igualmente toda a economia, afeta o custo dos serviços", afirmou aos jornalistas. "Isso não é a solução para a economia. Se o governo tem problema de caixa porque a economia diminuiu, não é aumentando impostos que vai resolver o seu problema."

Cunha destacou ainda que o contribuinte brasileiro "não aguenta mais pagar" impostos. "É preciso que (o governo) seja mais criativo, que busque retomar a confiança do mercado para que possa recuperar a economia e a arrecadação voltar no mínimo aos níveis que estavam no ano passado", ressaltou

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

DILMA PEDE AJUDA AOS EMPRESÁRIOS PARA SAIR DA CRISE

A presidente Dilma Rousseff participa de cerimônia de lançamento do Pronatec Jovem Aprendiz, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)
Em jantar com empresários, presidente Dilma Rousseff pediu ajuda para sair da crise econômica(Evaristo Sá/AFP)
Cada vez mais acuada pelas crises política e econômica, a presidente Dilma Rousseff fez mais um gesto de aproximação ao setor produtivo. A petista convidou sete grandes empresários para um jantar no Palácio da Alvorada na última terça-feira, em que reconheceu as dificuldades com a crise econômica na China e pediu ajuda para superar a encruzilhada na qual se encontra o Brasil. Segundo um dos participantes, Dilma ouviu dos executivos um compromisso com a estabilidade - um gesto interpretado pelo Palácio do Planalto como uma nova blindagem às movimentações pelo impeachment da presidente.
"Nós estamos vivendo um momento difícil. Temos de sair disso juntos e todos têm de ajudar", afirmou Dilma, no encontro, que se estendeu por cerca de quatro horas. Marcaram presença os executivos Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Benjamin Steinbruch, da CSN, Cledorvino Belini, da Fiat, Joesley Batista, do grupo JBS, Edson Bueno, da Dasa, Josué Gomes da Silva, da Coteminas, e Rubens Ometto, da Cosan

ZÉ DIRCEU VAI DEPOR NA CPI DA PETROBRÁS

José Dirceu é visto dentro do carro da polícia federal enquanto é transferido para Curitiba - 04/08/2015
José Dirceu: depoimento à CPI em Curitiba(Marcello Casal/Agencia Brasil/Handout/Reuters)
A CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira requerimento para ouvir o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso em 3 de agosto na 17ª fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal. O colegiado aprovou ainda as convocações de Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht, do ex-diretor da área internacional da Petrobras Jorge Zelada e de outras três pessoas.
A votação das convocações já estava acordada entre os membros da CPI: na sessão de terça-feira os parlamentares avisaram que ouviriam Dirceu durante viagem a Curitiba na semana que vem. Os deputados ficarão na capital paranaense entre segunda e quinta-feira.
LEIA TAMBÉM:
Ao longo de mais de 500 dias da Operação Lava Jato, os indícios de participação de José Dirceu no esquema são vastos. A exemplo do deputado cassado Pedro Correa, mensaleiro como ele e também detido na Lava Jato, Dirceu foi apontado como destinatário de polpudas propinas pagas por empreiteiros ao longo de anos. Os favores entre os gigantes da construção e o ex-ministro eram camuflados, segundo o Ministério Público, em contratos falsos de consultoria por meio da empresa JD Consultoria e Assessoria, criada para simular a prestação de serviços de prospecção de negócios, e que tinha como sócio o irmão de Dirceu.
Cinco gigantes da construção civil que integram o já notório Clube do Bilhão desembolsaram, no período de 2006 a 2013, pelo menos 8 milhões de reais para a JD Consultoria. Os valores são ainda maiores se somadas outras empreiteiras também citadas no escândalo do petrolão, como a Egesa, que transferiu sozinha 480.000 reais, e a Serveng, que liberou 432.000 reais para a JD. relação entre José Dirceu e os financiadores do esquema do petrolão não para por aí: José Dirceu teve até um imóvel da filha em São Paulo pago pelo lobista Milton Pascowitch.
A já complicada situação de José Dirceu se deteriorou ainda mais depois que os ex-companheiros do petista, que por anos o abasteceram com dinheiro, acabaram como delatores do petrolão e reforçaram os indícios de participação do petista no esquema que fraudou mais de 6 bilhões de reais em contratos.
Além de Pascowitch ter apontado o caminho que levou à prisão do ex-ministro, outros depoimentos sobre os tentáculos do PT não deixam de ser menos espantosos: o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco estimou que o PT recebeu até 200 milhões de dólares em dinheiro sujo do esquema, enquanto o ex-vice-presidente comercial da gigante Camargo Corrêa, Eduardo Leite, afirmou às autoridades que a empresa pagou 63 milhões de reais para a diretoria de Serviços, então comandada por Renato Duque, aliado de Dirceu, e outros 47 milhões de reais para a Diretoria de Abastecimento da Petrobras

FENANDO BAIANO O NOVO DELATOR DA LAVA JATO

Fernando Soares, o Fernando Baiano, durante a CPI da Petrobras na sede Justiça Federal Curitiba (PR) - 11/05/2015
Fernando Soares, o Fernando Baiano, durante a CPI da Petrobras na sede Justiça Federal Curitiba (PR) - 11/05/2015
O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como o operador do PMDB no escândalo do petrolão, é o "novo delator" citado pelo doleiro Alberto Youssef, que esclarecerá a doação de 2 milhões de reais para a campanha de Dilma Rousseff em 2010, segundo edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo. Youssef fez a afirmação em acareação na CPI da Petrobras na terça-feira, em que ficou frente a frente com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, para esclarecer as divergências encontradas em seus depoimentos de delação premiada.

INDUSTRIA AUTOMOBILISTICA EM QUEDA

MONTADORA_Comunicação-Volkswagen-do-Brasil_483x303.jpg
Sem sinais de recuperação no mercado e com altos estoques, mais um grupo de montadoras anuncia cortes de produção em setembro. Pelo menos 15,6 mil trabalhadores terão férias forçadas no próximo mês.

Além de férias, novos programas de lay-off (suspensão de contratos por até cinco meses) estão sendo anunciados. A fabricante de caminhões Iveco colocará em lay-off 300 trabalhadores da linha de caminhões pesados na fábrica de Sete Lagoas (MG) a partir do dia 16. Há outros 6 mil operários de várias montadoras nessa condição.

General Motors, Mitsubishi e Volkswagen darão férias coletivas. Nos próximos dias, outras empresas devem anunciar paradas, aproveitando o feriado da Independência, no dia 7.

A Mitsubishi decidiu antecipar as férias de fim de ano e dispensará boa parte dos 3 mil funcionários da fábrica de Catalão (GO) de 14 de setembro a 3 de outubro. A Volkswagen dará férias de 20 dias a cerca de 450 trabalhadores em São José dos Pinhais (PR) a partir do dia 1º. O grupo estava em lay-off há cinco meses e retornou ao trabalho nesta semana, segundo o sindicato dos metalúrgicos local.

A Volkswagen informou que "tem feito uso de ferramentas de flexibilização para adequar o volume de produção à demanda do mercado". A General Motors vai suspender toda a operação do complexo de Gravataí (RS), onde trabalham 9 mil pessoas, entre os dias 7 e 27.
Estarão ainda fora das fábricas no próximo mês os 3 mil trabalhadores da Fiat de Betim (MG) que entraram em férias na última segunda-feira e só retornam no dia 14. Na Chery, de Jacareí (SP), 200 operários também iniciaram férias na segunda-feira e voltam no dia 8.

Protesto. Ontem, funcionários da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP) realizaram passeata pela Rodovia Anchieta em protesto contra 1,5 mil demissões na fábrica.

Os cortes começaram a ser comunicados por telegrama na sexta-feira, quando os 7 mil trabalhadores da área de produção da Mercedes ainda estavam em férias coletivas. Eles deveriam retomar as atividades na segunda-feira, mas decretaram greve por tempo indeterminado.

CPI DO BNDES VAI OUVIR TODOS OS PRESIDENTES

Mantega_agbr_520x333.jpg
O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES Guido Mantega
A CPI do BNDES na Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira, 27, requerimentos de convocação de todos os presidentes que estiveram à frente do banco de fomento entre 2003 e 2015. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que comandou a instituição entre novembro de 2004 e março de 2006, está entre os ex-mandatários que terão que depor à CPI. Também foram convocados Eleazar de Carvalho Filho, Carlos Lessa e Demian Fiocca.

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a gestão do banco nos últimos 12 anos, incluindo contratos de financiamento de empreendimentos no exterior, também aprovou requerimentos para que seis diretores do BNDES prestem depoimento na Câmara. No entanto, apenas quatro deles serão ouvidos inicialmente, por acordo entre os parlamentares.

O atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, presta depoimento à CPI nesta quinta-feira.

GOVERNO COGITA A VOLTA DA CPMF


Temer_AGBR_483x303.jpg
O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta quinta-feira, 27, que por enquanto só existe "burburinho" sobre um possível retorno da CPMF, mas que o governo precisa de medidas de contenção. "A primeira ideia é sempre de que não se deve aumentar tributo. Mas, por outro lado, há muitas vezes a necessidade de apoiar medidas de contenção. Não estou dizendo que nós vamos fazer isso. Por enquanto é só burburinho e não está sendo examinado pelo governo", comentou após um encontro com o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, em seu escritório pessoal em São Paulo.

A discussão sobre a volta da CPMF no governo foi informada ontem ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, por uma fonte da equipe econômica do Planalto. Segundo ela, o envio de uma proposta de emenda constitucional da CPMF ao Congresso Nacional está sendo analisada pela presidente Dilma Rousseff e qu o governo já tem uma minuta pronta da PEC. Ela faz parte do conjunto de medidas de aumento de tributos em discussão na elaboração da proposta do Orçamento da União do ano que vem.

Questionado sobre uma possível fusão de ministérios que tratam da área agropecuária, que segundo especulações poderia ficar sobre a chefia da ministra da Agricultura, Kátia Abreu, Temer afirmou que ainda não há nada definido sobre o assunto. "Tudo vai depender das conversas com os vários partidos políticos que dão sustentação ao governo. Tenho absoluta convicção que eles compreenderão e colaborarão, neste momento em que o País necessita dessa reformulação".

O vice-presidente ainda elogiou a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que teve o nome aprovado ontem pela Comissão de Constituição e Justiça (CJJ) do Senado. "Foi corretíssima a decisão do Senado. Dizia-se que poderia haver resistência e isso não se verificou, houve uma margem de votos expressiva", comentou.

Em relação à nova extensão de 15 dias dada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para que o governo apresente sua defesa no caso das chamadas "pedaladas fiscais", Temer disse que a medida é boa e permitirá incluir novos dados, apesar de a defesa já estar bem fundamentada.

Temer também falou sobre o encontro com Sarkozy, que está no Brasil acompanhando sua esposa, a cantora Carla Bruni. Segundo Temer, o ex-presidente francês compartilhou suas experiências, já que também passou por momentos difíceis durante seu governo. "A conversa se deu em torno da situação atual do Brasil. Ele inclusive tomou a liberdade de nos aconselhar, dizendo que não devemos recuar, temos de ir adiante, enfrentar toda e qualquer crise, porque toda crise é passageira", afirmou o vice-presidente

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

GOVERNO É ILEGÍTIMO E DILMA DEVE RENUNCIAR


FHC
Criticado por movimentos após afirmar que Dilma é "honrada", FHC ataca o governo

Pouco mais de duas semanas depois de dizer que Dilma Rousseff (PT) é uma pessoa "honrada", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que o governo da petista é "ilegítimo" e defendeu sua renúncia. 
FHC atacou seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e afirmou que os "malfeitos" do petista contaminam o governo atual, que não teria, segundo ele, condições de governar. De acordo com o líder tucano, as manifestações de 16 de agostodemonstraram que permanece na sociedade o sentimento de ilegitimidade, que emanaria das "falcatruas do lulopetismo". 
Sem mencionar diretamente a aproximação entre o Planalto e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que se posiciona como fiador do governo, FHC afirmou ainda que "os conchavos de cúpula só aumentam a reação popular negativa e não devolvem legitimidade ao governo".
Abaixo, a íntegra dos comentários de FHC:
O mais significativo das demonstrações, como as de ontem, é a persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo. Falta-lhe a base moral, que foi corroída pelas falcatruas do lulopetismo. Com a metáfora do boneco vestido de presidiário, a Presidente, mesmo que pessoalmente possa se salvaguardar, sofre contaminação dos malfeitos de seu patrono e vai perdendo condições de governar.
A esta altura, os conchavos de cúpula só aumentam a reação popular negativa e não devolvem legitimidade ao governo, isto é, a aceitação de seu direito de mandar, de conduzir. Se a própria Presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lavajato. Até que algum líder com forca moral diga, como o fez Ulysses Guimarães, com a Constituição na mão, ao Collor: você pensa que é presidente, mas já não é mais