sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

POLÍTICOS CORRUPTOS QUEREM A CABEÇA DO JUIZ SÉRGIO MORO

O JUIZ SERGIO FERNANDO MORO: seu mundo discreto começou a virar pelo avesso em 11 de julho de 2013, quando ele autorizou a polícia federal a fazer “escuta telefônica e telemática” contra um obscuro doleiro
O JUIZ SERGIO FERNANDO MORO: seu mundo discreto começou a virar pelo avesso em 11 de julho de 2013, quando ele autorizou a polícia federal a fazer “escuta telefônica e telemática” contra um obscuro doleiro(Laílson Santos/VEJA)
De 11 de julho de 2013 para cá, o juiz Sergio Moro tornou-se uma celebridade nacional. Não há semana em que não tenha um convite para falar em algum evento, e a inclusão de seu nome na lista de palestrantes é garantia de casa cheia. Não há lugar público - restaurante, aeroporto, fila de táxi - em que ele não seja aplaudido por populares. Em 2015, sua figura ganhou ainda mais preeminência em função do contraste entre sua distinção pública e as mentiras e pontapés e manobras e bandalheiras gerais que cobriram Brasília de escárnio. Com a notoriedade, Moro teve de abandonar o hábito de ir para o trabalho de bicicleta. Está um pouco mais gordo e, apesar da timidez pétrea, um pouco mais desinibido. Ganhou traquejo no trato com a imprensa, que sempre o cerca nos eventos públicos com flashes e perguntas, e também se habituou ao assédio do público, que o cumula de pedidos de selfies e autógrafos.
A mudança mais relevante, porém, nesses dois anos e meio, é também a mais sutil: Moro tornou-se um juiz mais duro, não na dosimetria das penas, mas na acidez das críticas que agora permeiam suas sentenças, e tornou-se, também, um juiz mais indignado com o cortejo de tramoias que contaminam o processo democrático. As sentenças dos 1 200 processos em que atuou em quase vinte anos de carreira constituem uma longa crônica dessa lenta mutação. Para examinar esse universo, VEJA escalou Susana Camargo, pesquisadora-chefe da revista, para colher o maior número possível de sentenças dadas por Moro de 2000 para cá. Vasculhando-as já em formato digital e não descartadas pela Justiça, Susana reuniu 300 sentenças prolatadas por Moro nos últimos quinze anos. A primeira é de 5 de fevereiro de 2000. A última, de 2 de dezembro passado.
A leitura minuciosa das 300 sentenças mostra que Moro escreve, em média, doze páginas por decisão. Em proporção, condena mais os homens do que as mulheres. Seus críticos propagam que é um juiz tão implacável que, em suas mãos, até Branca de Neve pegaria prisão perpétua, mas Moro, ao contrário, nunca aplica a pena máxima e, de vez em quando, recorre à pena mínima. Normalmente, sentencia os condenados a "penas pouco acima do mínimo mas ainda distantes do máximo", como costuma escrever. Sempre que pode converte a reclusão em prestação de serviço à comunidade. Escreve as sentenças com ordem e clareza, de modo que os condenados possam lê-las e entendê-las. Não usa palavrões como "interpretação teleológica" ou "hermenêutica jurídica" e quase nunca emprega expressões em latim, cujo uso abusivo é tão corriqueiro no juridiquês nacional.
Da leitura das sentenças, que são sempre escritas pelo próprio Moro, surge um panorama que expõe a complexidade de um juiz que procura combinar rigor e generosidade e atender às necessidades urgentes de um país que se paralisou na impunidade e permitiu que a corrupção atingisse níveis grotescos. Nisso, constata-se que a carreira de Moro divide-se em três grandes etapas, cada qual com seus ensinamentos. A seguir, o que elas dizem sobre a cabeça do magistrado.
Do começo até 2002 - Empossado como juiz em 1996, Moro, então com apenas 24 anos, teve uma passagem rápida por Curitiba e foi trabalhar no interior, em Cascavel, no Paraná, e Joinville, em Santa Catarina. Suas sentenças dessa época mostram um magistrado idealista e inclinado à promoção da justiça social. Deu várias sentenças que lidavam com questões de caráter social. Ao portador do vírus HIV que pretendia aposentar-se como inválido, Moro disse não. À vítima de microcefalia que pleiteava um benefício financeiro maior do governo, Moro disse sim. Nesses anos iniciais, tomou decisões claramente motivadas por sua preocupação em oferecer alguma proteção aos mais vulneráveis. Na vara previdenciária, chegou a ser conhecido como "o juiz dos velhinhos", por sua tendência a julgar a favor deles e contra o INSS. Decidiu que menores órfãos tinham direito a pensão do INSS em caso de morte dos avós. Insurgiu-se contra o critério dos programas de renda do governo que brindavam os pobres com um benefício superior ao concedido aos idosos e portadores de deficiência física, que também eram pobres.
Em sua agenda também entraram casos de fraude do INSS e sonegação do imposto de renda. Nisso, revelou-se um juiz sensível aos rigores do mercado, mas com limites. Quando empresários enrolados descontavam imposto ou contribuições sociais de seus empregados e deixavam de repassar os recursos ao governo, Moro quase sempre os absolvia se as irregularidades decorressem de dificuldades financeiras reais da empresa. Do contrário, aplicava-lhes "penas pouco acima do mínimo mas ainda distantes do máximo" e as substituía por serviços à comunidade. Mas, quando condenou uma companhia telefônica, a Telesc, a reabrir um serviço de atendimento ao público, cujo fechamento prejudicava os moradores mais humildes, fez questão de defender uma tutela moderada sobre a iniciativa privada. Citando o constitucionalista americano Cass Sunstein, democrata que trabalhou no governo Barack Obama, Moro escreveu: "Mercados não devem ser identificados aprioristicamente com a liberdade; eles devem ser avaliados segundo sirvam ou não à liberdade".
Para um juiz acusado pelos adversários de favorecer os tucanos, é interessante notar que Moro assinou sentenças que poderiam ter desmantelado o Plano Real, a obra máxima do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Num caso de junho de 2001, dez servidores públicos pediram a correção da tabela do imposto de renda desde 1996, ano em que o Plano Real congelara os reajustes. Na sentença, Moro contestou o dogma segundo o qual a atividade judicial não pode assumir o lugar dos legisladores, que aprovaram lei proibindo qualquer correção, e atendeu ao pleito dos servidores públicos, condenando a Fazenda Nacional a restituir tudo o que cobrara a mais. Em outro caso, de abril de 2002, o autor da ação judicial contestava a decisão do governo, de 1997, de desindexar o valor das aposentadorias e pedia reajuste pelo IGP. Na sentença, Moro censurou o governo pela adoção de índices sem transparência, afirmou que a preservação do valor real das aposentadorias era uma garantia constitucional e, para fechar o raciocínio, lembrou a "célebre advertência" do juiz John Marshall, presidente da Suprema Corte americana, inscrita numa decisão de 1819: "Não podemos esquecer que é uma Constituição que estamos interpretando". Moro aceitou o reajuste pelo IGP e mandou o governo pagar a diferença. Na época, reindexar a economia e criar gatilhos automáticos de reajustes era tudo o que o governo pretendia evitar. Se as sentenças de Moro tivessem prevalecido nacionalmente, o governo FHC teria tido desfecho bem diferente.

PAPA PEDE SIMPLICIDADE EM ÉPOCA DE CONSUMISMO

Papa Francisco celebra a Misa do Galo de 2015
Papa Francisco celebra a Misa do Galo de 2015(VINCENZO PINTO / AFP/VEJA)
O papa Francisco defendeu nesta quinta-feira a importância de mostrar um comportamento sóbrio e simples em uma "sociedade frequentemente ébria de consumo, prazeres, abundância e luxo" durante a celebração da Missa do Galo.
A Santa Missa, que teve início às 21h30 locais (19h30 em Brasília) desta quinta-feira foi celebrada pelo pontífice na Solenidade da Natividade do Senhor - dando início aos ritos do Natal - com a misericórdia muito presente, o mesmo tema que guia o Jubileu Extraordinário, iniciado no dia 8 de dezembro e que se encerra em 20 de novembro de 2016.
"Em uma sociedade frequentemente ébria de consumo, prazeres, abundância, luxo, aparências e narcisismo, Deus nos chama a ter um comportamento sóbrio, ou seja, simples, equilibrado, linear, capaz de entender e viver o que é importante", disse Francisco no discurso realizado diante de milhares de fiéis de todo o mundo.

AS INTRIGAS CONTRA A OPERAÇÃO "LAVA JATO"

Polícia Federal de Curitiba
'NAVE LOUCA' DE CURITIBA – sede da Polícia Federal abriga os principais personagens do petrolão(Ivan Pacheco/VEJA)
Intrigas, choro, horas na academia, momentos de grande tensão e também de descontração - com direito a piadas sobre a falta de sexo no confinamento. As paredes da carceragem da Polícia Federal em Curitiba e do presídio de Pinhais, a 10 quilômetros dali, guardam histórias que poderiam soar como as que se ouvem em reality shows. Elas revelam a rotina e os momentos de aflição de políticos, lobistas e empresários que passaram boa parte de 2015 atrás das grades por ordem do juiz federal Sérgio Moro.
Solto em 18 de novembro após homologação de seu acordo de delação premiada, o lobista Fernando Baiano era personagem célebre na cadeia. Ele foi um dos detentos que mais se esforçou para agradar os companheiros de cela. Frequentou cultos evangélicos para se enturmar com os detentos, comprou e distribuiu Bíblias. Fazia também as vezes de cicerone na prisão para cada empresário novato e amedrontado que acabava de cair na mira da Operação Lava Jato por envolvimento no escândalo do petrolão.
Outra característica de Baiano que chamava a atenção dos colegas e agentes federais era a preocupação com a arrumação da cela - ou os traços claros de transtorno obsessivo-compulsivo, dizem pessoas que acompanharam a rotina do lobista. O alagoano de nascimento e baiano de alcunha fazia questão de bater e alinhar os lençóis a cada bate-papo em uma das camas do presídio. Segundos após um respingo na pia, lá vinha o prestativo Baiano com um pano seco para pôr fim à desordem. E assim se manteve durante o quase um ano em que ficou preso.
Perrengues - A vida na cadeia forçou ainda um dos grandes empreiteiros do petrolão a desentupir o vaso sanitário da carceragem da PF. Houve ainda quem chorasse copiosamente a caminho da cadeia - caso de Paulo Dalmazzo, ex-executivo da Andrade Gutierrez. Já os empresários da Mendes Júnior receberam autorização para ter banhos aquecidos no rigoroso inverno curitibano.
Contra o tédio, boa parte dos presos estrelados dedicou-se à ginástica, caso de Baiano, um malhador contumaz, e do herdeiro do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht. Houve até uma espécie de equipe fitness de detentos da Lava Jato. Enquanto isso, o ex-ministro José Dirceu distribuía conselhos políticos e empresariais aos companheiros de cárcere. Outro político na mira da Lava Jato, o ex-deputado Pedro Corrêa, médico de formação e condenado a mais de 20 anos de prisão, fazia consultas informais para os colegas. De quebra, aceitava pedaços de carne ou o macarrão que sobravam dos outros presos

A VOZ QUE CLAMA CONTRA A CORRUPÇÃO

personagem916-b (Foto: Aloisio Mauricio /Fotoarena/Folhapress)
No dia 12 de dezembro de 2014, uma sexta-feira, um funcionário da companhia aérea TAM anunciou um nome no alto-falante do aeroporto Afonso Pena, em Curitiba: “Sergio Fernando Moro, por favor, compareça ao balcão”. Vestindo camiseta esportiva de microfibra, calça e tênis, o juiz passou incólume pelo anúncio. Não foi abordado por ninguém. Não distribuiu autógrafos. Era apenas mais um passageiro. Não que sua atuação na 13ª Vara da Justiça Federal, àquela altura, fosse desprezível. Ao contrário, aquele ano inteiro havia sido de intensa atividade de Moro e dos procuradores do Ministério Público Federal. Na véspera de ter seu nome chamado ao balcão do aeroporto, uma entrevista dos procuradores detalhara a denúncia contra 36 implicados na Lava Jato, presos semanas antes por ordem de Moro – entre eles, alguns dos mais importantes empresários do Brasil. Mas o que Moro faria ao longo de 2015 seria ainda mais surpreendente. E o levaria não só a um novo patamar de notoriedade, como tiraria a luta contra a corrupção do plano da utopia. Hoje, Moro não anda tranquilamente por ruas e aeroportos; congratulações e selfies viraram rotina. É o bônus – ou o ônus, para um homem avesso à fama – de personificar a maior investigação de um caso de corrupção da história.
No fim de novembro, em uma palestra no IX Fórum da Associação Nacional de Editores de Revistas, a Aner, Sergio Moro admitiu que estava muito cansado. Duas semanas depois, a Justiça Federal divulgara um relatório que explicava parte de sua exaustão: Moro condenou, desde o início de 2014, 57 réus em processos derivados da Lava Jato. Somadas, as penas chegam a 680 anos, oito meses e 25 dias. Leu, releu e estudou dezenas de processos enormes. Em conjunto com a força-tarefa de procuradores que atua no Paraná, Moro botou em prática o que o cidadão comum sempre esperou da Justiça: a ideia de que ela é igualitária e está pronta a fisgar tanto tubarões quanto lambaris. Mandou para a cadeia desde desconhecidos até políticos, enormes empresários e até um banqueiro. Moro combateu a corrupção, um desejo expresso em todos os cantos, desde as conversas entediantes nas ruas até discursos cínicos de políticos. Pelos resultados de sua cruzada, Moro foi o personagem de maior destaque no Brasil em 2015.

EDUARDO CUNHA INVESTIGADO PELO BANCO CENTRAL

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, encerrará 2015 sendo atacado por vários lados – do Planalto às ruas, doPMDB à Polícia Federal. A ofensiva mais recente partiu da Procuradoria-Geral da República em conjunto com o Banco Central (BC). Documentos em posse dos procuradores da Operação Lava Jato e obtidos por ÉPOCA revelam que o parlamentar e sua mulher, Cláudia Cruz, estão sendo investigados por suspeitas de crime de evasão de divisas, de omissão de informações e por atrapalhar a apuração dos processos e inquéritos em curso contra eles. Esses novos elementos deverão reforçar o pedido da procuradoria para o afastamento de Cunha da presidência da Câmara no início do próximo ano e fundamentaram a instauração de um processo administrativo no Banco Central – que analisará, inclusive, as novas contas do parlamentar no exterior. Daqui em diante, a artilharia em direção a Cunha, como revela o material, será cada vez mais pesada.
Eduardo Cunha  (Foto: Adriano Machado)

Logo após o presidente da Câmara dar uma série de entrevistas na primeira quinzena de novembro, confirmando a existência de seus recursos no exterior, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou um ofício questionando o Banco Central sobre as medidas tomadas pela instituição diante das declarações do parlamentar. A partir daí, foi feito um vasto levantamento na base de dados de capitais no exterior entre dezembro de 2001 e dezembro de 2014. O departamento econômico do Banco Central constatou, então, “a ausência de declaração para quaisquer desses períodos”. No dia 18 de novembro, a autoridade monetária enviou uma notificação para Cunha e sua mulher pedindo esclarecimentos em 15 dias sobre seus bens detidos fora do Brasil e para que justificassem também a falta de registro desses recursos no sistema do Banco Central. No dia 3 de dezembro, os advogados de Cunha responderam à autoridade monetária, dizendo que o objeto de investigação é o mesmo do inquérito em trâmite no Supremo Tribunal Federal, ao qual não tiveram acesso integral, o que inviabilizaria qualquer resposta.

A PRÓXIMA BATALHA DE DILMA


O TSE será a principal arena da nova contenda entre governo e oposição. Depois que a decisão do STF de alterar o rito do impeachment garantiu uma sobrevida a Dilma Rousseff, setores da oposição passaram a considerar o pedido de impugnação da chapa presidencial como a possibilidade mais concreta de afastar a presidente do Palácio do Planalto. A dobradinha da petista e de seu vice, Michel Temer (PMDB), é alvo de ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de autoria do PSDB. Os tucanos acusam a campanha vitoriosa em 2014 de abuso do poder econômico e político, além de uso da máquina pública e de custear despesas eleitorais com dinheiro desviado da Petrobras. A tramitação dos processos será retomada no dia 1º de fevereiro, com o fim das férias do Judiciário.
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Nas últimas semanas, houve uma mudança importante nos bastidores do tribunal. No início do ano, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, atualmente Corregedora-Geral Eleitoral, votou pelo arquivamento da principal ação proposta pelo PSDB. Naquele momento, com base nas informações então disponíveis, a avaliação da ministra era a de que não caberia a tramitação do processo. O Palácio do Planalto comemorou. A coligação Muda Brasil e o candidato derrotado Aécio Neves recorreram da decisão. Em outubro, ao julgar o recurso, o TSE concluiu que a ação deveria, sim, prosseguir. O caso permanece sob a responsabilidade de Maria Thereza, mas a ministra indica ter uma nova compreensão sobre o caso. Numa avaliação feita a interlocutores, ela confidenciou que o volume de informações disponíveis hoje é bem maior e que agora pode ver a ação com outros olhos. Desde sua primeira decisão, o Tribunal de Contas da União (TCU) enviou ao Congresso parecer pela reprovação das contas de Dilma relativas a 2014 por manobras contábeis no Orçamento da União - irregularidade que mascarou uma situação negativa e certamente teve impacto eleitoral.
Além disso, foram compartilhadas informações da Operação Lava Jato com o TSE. Foram enviados ao tribunal documentos que mencionam o repasse de dinheiro ao PT e ao ex-tesoureiro João Vaccari Neto, preso em Curitiba desde o primeiro semestre. Em sua delação premiada, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, afirmou que pagou R$ 20,5 milhões em propina ao PT, entre 2004 e 2014. Maria Thereza é relatora de uma ação de impugnação de mandato eletivo (Aime) e duas ações de investigação judicial eleitoral (Aije). Existe ainda sob a responsabilidade do ministro Luiz Fux uma representação contra a campanha do PT. A tendência é a de que tudo fique concentrado na mão de Maria Thereza. Há um outro flanco que atemoriza ainda mais o governo. A Polícia Federal apura irregularidades envolvendo fornecedores contratados pelo comitê de Dilma, num inquérito aberto na Superintendência em Brasília. Segundo agentes a par da investigação, a tendência é de que o trabalho tenha desdobramentos a partir de janeiro em formato de operação.
Para obter êxito no TSE, a oposição conta com a contundência dos votos de dois ministros que, durante a sessão do STF que reiniciou o jogo do impeachment na Câmara, alterando o rito estabelecido inicialmente, votaram contra o Planalto: Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Embora tenha sido indicado pelo PT, Toffoli tem demonstrado independência nas últimas intervenções. Já Gilmar Mendes é autor de um dos votos mais marcantes no TSE em desfavor de Dilma. Ao pedir a reabertura do processo contra a presidente em agosto, Mendes disse que “ladrões de sindicato transformaram o País em um sindicato de ladrões”

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

BUMLAI INTERMEDIAVA NEGÓCIOS PARA LULA

José Carlos Bumlai com o expresidente Lula  e a dona Marisa (Foto: Reprodução)
O pecuarista José Carlos Bumlai admitiu, em depoimento à Polícia Federal, que intermediava “demandas” para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O interrogatório, realizado na última segunda-feira (21), foi dividido em dois depoimentos. Um deles tratou das relações de Bumlai com Lula, seu amigo desde 2002, e com o grupo Schahin. Outro depoimento tratou de “fatos ilícitos” que Bumlai sabia sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Esse foi o terceiro dia em que o amigo de Lula foi interrogado pela PF desde que foi preso na 21ª fase da Operação Lava Jato, em novembro.
Bumlai só admitiu que repassava “demandas” a Lula depois que foi questionado duas vezes pela Polícia Federal se tratava de “assuntos comerciais” com o ex-presidente. Ele confessou que encaminhou a Lula um pedido do lobista Fernando Soares, o Baiano, “relativo a uma palestra a ser realizada em Angola, no Centro de Estudos Avançados de Angola”

PMDB UMA LEGENDA EM PÉ DE GUERRA

O vice presidente Michel Temer, o presidente do senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, participam do Congresso do PMDB no Hotel Nacional em Brasília, nesta quarta-feira (17)
O vice presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha: caciques sempre em guerra(Pedro Ladeira/Folhapress)
O ano é 1965. Por força da extinção do pluripartidarismo pelos militares, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) congrega os políticos de oposição ao regime. Inimigos tradicionais eram obrigados a se tolerar porque não dispunham de outras opções. A convivência desses diferentes setores dentro do partido, como se pode imaginar, não era harmônica.
O ano é 1985. O mineiro Tancredo Neves se elege presidente do Brasil pelo PMDB, em 15 de janeiro, por meio do extinto Colégio Eleitoral. Tancredo, porém, morre antes de tomar posse, dando lugar ao vice, o senador maranhense José Sarney, que trocou o PDS pelo PMDB para disputar as eleições. Mas a chegada ao poder não pôs fim às disputas internas na legenda. Enfraquecido por disputas fratricidas, o partido deixa o Planalto e passa a se dedicar nas décadas seguintes àquela que se tornou sua principal atividade: disputar cargos na imensa máquina do governo - qualquer governo

DILMA QUER APROVAR SUAS CONTAS ATÉ MARÇO

A presidente Dilma Rousseff
A presidente Dilma Rousseff(Evaristo Sa/AFP)
O Palácio do Planalto articula com a base aliada no Congresso aprovar, o quanto antes em 2016, as contas da presidente Dilma Rousseff do ano passado para "robustecer" a defesa da petista no processo de impeachment. Na estratégia definida pelo governo com aliados, o pedido de impedimento contra Dilma, que cita fatos de 2015, se baseia nos mesmos argumentos das contas da gestão dela no ano passado. Por isso, uma aprovação rápida das contas da presidente daria aos parlamentares argumentos técnicos para que defendam, em voto aberto, a manutenção de seu mandato.
Na terça-feira, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), relator das contas da presidente na Comissão Mista de Orçamento (CMO), apresentou seu parecer em que defende a aprovação das contas de Dilma de 2014 "com ressalvas". Na sua manifestação, ele contrariou a manifestação do Tribunal de Contas da União (TCU) que, em outubro, recomendou por unanimidade ao Congresso a rejeição das contas da petista.

EDUARDO CUNHA BUSCA ORIENTAÇÃO DO SUPREMO

Eduardo Cunha vai ao STF pedir esclarecimentos sobre chapa avulsa
Eduardo Cunha vai ao STF pedir esclarecimentos sobre chapa avulsa(Antonio Cruz/Agência Brasil)
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, recebeu nesta quarta-feira o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - e deu sinais de que não pretende abrir espaço para tentativas de pressão sobre a corte. Ambos conversaram sobre a recente decisão do STF que disciplinou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O peemedebista solicitou audiência com o ministro para pedir celeridade no julgamento dos embargos que deve apresentar em fevereiro, mas ouviu de Lewandowski alertas sobre a sua estratégia, classificada de "futurologia", e inclusive recebeu um regimento interno do Supremo.
Cunha havia tentado o encontro para terça-feira, mas Lewandowski apenas o recebeu nesta tarde. Em uma iniciativa rara, o ministro fez questão de receber Cunha a portas abertas, em reunião acompanhada pela imprensa e pelos deputados Jovair Arantes (PTB-GO), Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) e Alessandro Molon (Rede-RJ). O presidente da Câmara responde a três inquéritos no supremo pelo envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras e ainda é alvo de pedido de afastamento do comando da Casa por estar atrapalhado as investigações. O ato de Lewandowski de dar publicidade à conversa foi visto como uma forma de se blindar de pressões e de boatos que poderiam surgir em decorrência do encontro.
A Lewandowski, o presidente da Câmara apresentou uma série de questionamentos que devem constar nos embargos de declaração que ele planeja ingressar logo ao fim do recesso do Judiciário, no dia 1º de fevereiro. Cunha diz que acionará o Supremo nesta data mesmo se o acórdão não tiver sido publicado. O presidente do STF, no entanto, ponderou que, nesse caso, os embargos podem ser considerados intempestivos e que há quem considere essa antecipação uma "futurologia", já que os documentos são produzidos com base no acórdão. Ele apontou que, pelo regimento, a corte tem até 60 dias desde o julgamento, que foi em 17 de dezembro, para publicar o acórdão, descontando-se o período de recesso.
Para o presidente da Câmara, o veto dado pelo Supremo ao voto secreto e às candidaturas avulsas - ou seja, aquelas que não foram indicadas por líderes - pode extrapolar a comissão do impeachment e trazer implicações a outros colegiados da Casa que costumam adotar esse rito. O peemedebista promete paralisar a Câmara e segurar a indicação das comissões no início do próximo ano até que o plenário do supremo tire todas as dúvidas que serão apresentadas por meio do embargo.
"A gente veio para, institucionalmente, trazer a preocupação política e pedir a celeridade que vem sendo dada até agora [no julgamento dos embargos]. Não há morosidade do supremo na apreciação do fato, e que continue nessa mesma celeridade. Não é pra sair nem contente nem triste. Apenas viemos trazer essa preocupação e mostrar a importância de manter essa celeridade", disse Cunha após o encontro. Segundo o parlamentar, o presidente do STF se comprometeu a dar prioridade ao tema.
O peemedebista também minimizou a decisão de Lewandowski de abrir a reunião para a imprensa. "Nós concordamos, foi de acordo com todos nós. Não há nenhum segredo no tema que está sendo tratado e eu mesmo concordei prontamente", afirmou Eduardo Cunha.

PESPECTIVAS PARA 2016

O primeiro deles é internacional e reúne os maiores líderes do planeta no enfrentamento contra o Estado Islâmico e na busca para a solução do drama vivido pelos imigrantes. O segundo consenso diz respeito ao Brasil. Empresários, políticos de diversos partidos, sindicatos e a sociedade em geral estão convencidos de que, com ou sem a presidente Dilma Rousseff, o País precisa voltar a andar para frente. Para isso, oposição e setores aliados do governo já trabalham uma agenda que vá além da discussão do impeachment e permita a retomada do crescimento. Nas páginas a seguir, os eventos dos próximos doze meses que poderão construir um ano melhor. 
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OS RANCORES DE RENAN CALHEIROS

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) está acostumado a caminhar junto com o poder. Sua inclinação ao governismo o levou a conquistar papel de destaque em diferentes períodos da vida política brasileira e a desfrutar como poucos de prestígio e influência. Apesar de sua conhecida preferência pela situação, o presidente do Senado tem demonstrado que está disposto a se rebelar contra o governo Dilma Rousseff, do qual era um dos principais aliados. Na semana passada, o peemedebista devolveu a medida provisória da Desoneração, que aumentava a carga tributária das empresas e era considerada estratégica para o ajuste fiscal. O recado de Renan foi entendido por todos e comemorado pela oposição: as complicadas relações entre ele e o governo Dilma parecem agora ter chegado ao limite. Em conversas reservadas, Renan não esconde a lista de mágoas acumuladas nos anos de convivência com a presidente – e assim se coloca como mais um entre os muitos problemas que o Planalto precisa administrar para não ser sugado pelas recentes crises.
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DESAFETO
Acostumado a caminhar junto com o poder, Renan agora parece
estar disposto a infernizar a vida da presidente Dilma
A irritação atingiu seu ápice quando ele foi informado de que está na lista de investigados do procurador-geral Rodrigo Janot por suposto envolvimento na Operação Lava-Jato. Renan contava com uma blindagem, que não aconteceu. Quando, em vez disso, viu sinais de que o governo comemorava seu infortúnio, saiu atirando. Ele diz estar convencido de que a inclusão de seu nome – e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – foi resultado da interferência do governo, que estaria tentando jogar para o Congresso a crise gerada pela operação que investiga os desvios na Petrobras. Em troca, segundo sugere Renan, Janot receberia apoio para sua recondução ao cargo máximo do Ministério Público. Para reagir ao que acredita ter sido uma ação combinada, o presidente do Senado mostrou que o jogo com o governo será ainda mais duro. Durante reunião de líderes, o presidente avisou que não aceitaria a MP da Desoneração e o faria com base em argumentos jurídicos, uma vez que é proibido aumentar tributos por meio de MPs. Diante da surpresa dos líderes com a postura do então aliado do PT, coube ao senador Humberto Costa (PT-PE) deixar a reunião de forma discreta e avisar sobre as intenções de Renan ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

MEGA SENA SAI PARA DOIS APOSTADORES

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O segundo maior prêmio pago pela Mega Sena estava acumulado havia sete sorteios(VEJA.com/Thinkstock)
Os mais novos milionários do país são de Santos, em São Paulo, e Campos Belos, em Goiás. Os dois vencedores da Mega Sena 1.772 vão dividir os 195 milhões de reais, o segundo maior prêmio de uma loteria no país (não levando em consideração a Mega da Virada).
As dezenas sorteadas no concurso foram 12 - 19 - 27- 39 - 41 e 45. O prêmio estava acumulado há sete sorteios.
O maior prêmio pago por uma loteria brasileira foi o de 25 de novembro, no valor de 205 milhões de reais

PRESIDENTE DA ODEBRECHT PEDE LIBERDADE AO SUPREMO

Marcelo Odebrecht presta depoimento durante CPI da Petrobras nesta terça-feira em Curitiba (PR)
Marcelo Odebrecht presta depoimento durante CPI da Petrobras nesta terça-feira em Curitiba (PR)(Heuler Andrey/AFP)
Depois de não conseguirem derrubar as ordens de prisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), corte em que o então relator Ribeiro Dantas acabou isolado em todos os pedidos de liberdade, os principais empreiteiros do país presos na Operação Lava Jato começaram a recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) com habeas corpus e pedidos de revogação das prisões. Eles querem aproveitar o recesso no STF e a presença do presidente Ricardo Lewandowski como plantonista da corte para tentar anular as prisões decretadas pelo juiz Sergio Moro e mantidas pelo STJ. No último dia de trabalhos do STF, o ministro Teori Zavascki, relator do petrolão, pediu que, antes que os pedidos sejam analisados, Moro se manifeste em cada um dos casos em até dez dias. Já recorreram ao tribunal o herdeiro do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e os ex-executivos da companhia Márcio Faria e Rogério Araújo, o presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e o ex-executivo Elton Negrão, além dos ex-deputados André Vargas (ex-PT-PR) e Luiz Argôlo (afastado do SD-BA).

LULA FAVORECEU A VALE EM MOÇAMBIQUE

Cobrança de R$ 20 bilhões desviados da Petrobras preocupam Lula e o PT (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), que é uma das sub-relatoras da CPI do BNDES, apresentará um relatório no qual acusará o ex-presidente Lula de atuar para favorecer empresas brasileiras no exterior com a obtenção de recursos no banco público. O relatório será apresentado em fevereiro, na volta do recesso parlamentar.
Entre outros casos citados no documento, a que EXPRESSO teve acesso, Cristiane registra um suposto lobby de Lula em favor da mineradora Vale, em Moçambique. Segundo o relatório, Lula “esteve envolvido na negociação que favorecia a empresa brasileira em Moçambique, onde ajudou a empresa a conquistar a exploração da maior mina de carvão do mundo – a mina de Moatize, em 2012 – muito embora as autoridades moçambicanas tivessem expressado preocupação com a ‘inexperiência na exploração de carvão’ por parte da companhia brasileira”.
Cristiane Brasil vai sugerir, ainda, que o BNDES passe a contratar auditorias externas independentes para acompanhar as obras financiadas. Isso porque o banco, de acordo com ela, não faz o acompanhamento, confiando nas consultorias contratadas pelas próprias empreiteiras.
A deputada deu o seguinte título ao relatório.“BNDES: transformado em Robin Hood às avessas”, numa referência ao arqueiro que roubava dos ricos para entregar aos pobres.

LÍDER DO PMDB FINANCIOU CAMPANHA DE DILMA

O ex-lider do PMDB na Câmera,Leonardo Picciani (Foto: Michel Filho / Ag. O Globo)
Nas eleições de 2014, o Grupo Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava, se firmou como um grande doador de campanhas, destinando R$ 57,2 milhões a partidos e candidatos. Metade foi para a campanha da presidente Dilma Rousseff e para o PMDB do Rio de Janeiro. O partido fluminense ganhou R$ 11 milhões, e Dilma, R$ 17,5 milhões, a quarta maior contribuição recebida pela candidata petista.
Desde 2011, o PMDB fluminense está sob o comando do presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani. É pai de Leonardo Picciani, que se tornou líder do PMDB na Câmara e, em dezembro, já foi destituído e reconduzido ao cargo. Nos últimos meses, os deputados Picciani lançaram uma boia de salvação para Dilma no processo de impeachment, articulando uma base de apoio à presidente no PMDB. Foram recompensados com dois ministérios e prestígio junto a presidente.
Além de políticos influentes, os Picciani são empresários em ascensão. Em abril, ÉPOCA revelou que a família possui umapedreira no Rio de Janeiro – a Tamoio Mineração S.A. – avaliada em R$ 70 milhões. A reportagem mostrou que, em setembro de 2012, os Picciani compraram parte das ações de um empresário que morrera mais de um ano antes, em abril de 2011. Novo documento obtido por ÉPOCA mostra que um mês depois de adquirir a pedreira, a família se associou ao empresário Walter Faria, o dono da Cervejaria Petrópolis, responsável pelas generosas contribuições na campanha de 2014

EDUARDO CUNHA VAI AO SUPREMO DISCUTIR IMPEACHMENT

Eduardo Cunha se reúne hoje com Ricardo Lewandowski (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
No início da tarde desta quarta-feira (23), o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, irão se reunir para discutir o rito do processo da presidente Dilma Rousseff. As informações são do G1.
"Na reunião com o ministro Lewandowski os líderes deverão levar duas questões: necessidade de urgência para publicação do acórdão. E de outra parte pontos que criam, no ambiente do Poder Legislativo, questões complicadas do ponto de vista de prática. Se não pudermos arbitrar diferenças pelo voto, não haverá saída para os conflitos", disse Cunha.
O presidente da Câmara disse que o encontro servirá para dúvidas sejam esclarecidas, após a decisão do STF de anular a eleição da chapa alternativa, de forma secreta. Entre as dúvidas que Cunha disse querer esclarecer com Lewandwski é: se a comissão for rejeitada pelo plenário, o que vai acontecer?

RELATOR PEDE APROVAÇÃO DAS CONTAS DE DILMA COM RESSALVAS


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O relator das contas do governo da presidente Dilma Rousseff de 2014, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), afirmou nesta terça-feira, 22, que seu parecer é pela aprovação das contas da gestão da petista "com ressalvas". Em um texto de 243 páginas, Acir contrariou o Tribunal de Contas da União (TCU) que, em outubro, decidiu por unanimidade recomendar ao Congresso a rejeição das contas de Dilma. A oposição apostava na eventual reprovação das contas para pressionar por um novo pedido de impeachment contra a presidente.

Apesar da divulgação do parecer, o texto só deve ir à votação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) em março. Em seguida, ainda terá de passar pelo plenário do Congresso.

O senador incluiu três ressalvas em seu parecer: 1) a situação da economia durante o ano de 2014 impediu que houvesse o cumprimento de cenários econômico-fiscal traçados bimestralmente pelo governo em 2014, o que fragilizou a transparência da execução orçamentária; 2) as pedaladas fiscais não se caracterizam como "operação de crédito", por isso não é crime; 3) existência de mais de R$ 200 bilhões em restos a pagar (só em 2014, era de R$ 227 bilhões) sem qualquer programação de pagamento.

No caso das pedaladas fiscais, o principal ponto do processo do TCU, Acir Gurgacz argumentou que não houve desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo ele, os atrasos nos pagamentos - a inadimplência - foram ou estão sendo quitados, sendo, dessa forma, uma mera questão fiscal. Isto é, Dilma pedalou para fazer frente ao cenário econômico adverso de 204. Ele classificou esse tipo de operação como "mera formalidade".

O relator disse que, além da manifestação do TCU, também e embasou nas defesas feitas pelo Banco do Brasil, pela Caixa Econômica, pelo BNDES, por juristas de universidades brasileiras, técnicos da Advocacia-Geral da União, consultores legislativos, entre outros.

Questionado, o senador rebateu o tribunal: "Por que tem que prevalecer a posição do TCU, que é um órgão que assessora o Congresso?" E insinuou que a Corte teria agido de maneira política quando votou em peso pela rejeição, logo após o governo ter recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar retirar o relator do TCU, ministro Augusto Nardes. Ele frisou que não é razoável incluir nas contas de Dilma todas decisões tomadas em cada ministério e órgãos do Poder Executivo.

CADE INVESTIGA LICITAÇÕES DA PETROBRÁS

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A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou, nesta terça-feira, 22, processo administrativo para investigar suposta formação de cartel em licitações para contratação de serviços de engenharia, construção e montagem industrial onshore conduzidas pela Petrobras. O Cade estima que a soma dos valores dos contratos de licitações onshore realizadas pela estatal nas quais há evidências de cartel totalize, pelo menos, R$ 35 bilhões.
Entre as obras potencialmente atingidas pelo suposto ilícito estão as da Refinaria Henrique Lage – Revap, Refinaria Presidente Getúlio Vargas – Repar, Refinaria Paulínia – Replan, Refinaria do Nordeste – Rnest (Refinaria Abreu e Lima) e Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – Comperj. As informações foram divulgadas pelo Cade.
A instauração do processo administrativo constitui a peça inaugural de acusação, no âmbito do Cade, em face das pessoas físicas e jurídicas contra as quais tenham sido apurados indícios de infração.
As empresas apontadas como participantes do suposto cartel são Alusa Engenharia (atualmente denominada Alumini Engenharia S.A.), Carioca Christiani Nielsen Engenharia S.A., Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A., Construtora Andrade Gutierrez S.A., Construtora Norberto Odebrecht S.A., Construtora OAS Ltda., Construtora Queiroz Galvão S.A., Engevix Engenharia S.A., Galvão Engenharia S.A., GDK S.A., Iesa Óleo e Gás S.A., Jaraguá Equipamentos Industriais Ltda., Mendes Júnior Trading Engenharia S.A., MPE Montagens e Projetos Especiais S.A., Promon Engenharia Ltda., Schahin Engenharia S.A., Skanska Brasil Ltda., SOG Óleo e Gás S.A., Techint Engenharia e Construções S.A., Tomé Engenharia S.A. e UTC Engenharia S.A., além de, pelo menos, 59 pessoas físicas funcionários e ex-funcionários dessas empresas.
De acordo com o parecer, há indícios robustos de que as empresas e pessoas físicas investigadas teriam celebrado acordos com a finalidade de fixar preços, dividir mercado e ajustar condições, vantagens ou abstenção em licitações de montagem industrial da Petrobrás.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O IMPEACHMENT E A SUSPEIÇÃO DOS CONDUTORES DESTE PROCESSO


O Brasil é mesmo um país estranho.
Somente dez por cento da população apoia o Governo Federal, e no entanto o povo nada faz de concreto para derrubar o governo que ele mesmo elegeu.
Se o povo coloca no Poder, o povo pode tirar,, e a atual crise do país, revela que sem uma atitude dos cidadãos de bem desta nação, nada vai acontecer, nada vai melhorar.
Estamos acabando o ano, com uma inflação a mais de dez por cento, desemprego batendo às alturas e a taxa de juros orbitando no espaço sinderal.
Apesar de toda a população estar sentindo os efeitos da crise, o governantes nada fazem para amenizar o sofrimento do povo.
Aumenta-se Agua, Ernegia, Transporte, Combustíveis, Alimentos ,aumenta-se tudo, só não aumentam os salários e o rendimento dos trabalhadores.
A classe média que antes formava opinião nesta terra, hoje de tão sufocada, travou o seu grito de revolta na garganta, sentindo-se impotente ante as atitudes das instituições brasileiras que só legislam em benefício próprio, aumentando cada vez mais a diferença de renda dos que ocupam o governo e o restante da população.
Querem derrubar a Presidente através do Impeachment.
Qual a condição moral dos chefes do poder legislativo, para levar adiante essa tão árdua missão.
Será que retirando-se a Presidente, o país vai melhorar? A crise vai acabar? A inflação vai cair? O Emprego vai voltar? O Poder aquisitivo da população vai aumentar?
O que se vê, é um Presidente da Câmara dos Deputados ,denunciado no Supremo Tribunal Federal, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Vê-se o Presidente do Senado Federal, acusado dos mesmos crimes, e mais tráfico de influência, tendo o seu sigilo bancário e fiscal quebrado por ordem da Suprema Corte.
Como podem esses políticos serem magistrados num processo de impedimento da Chefe da Nação?
Por que os Partidos Políticos não arguém a suspeição dos Presidentes da Câmara e do Senado, impedindo-os de comandar o processo de impechment?
Será que estão todos comprometidos com o sistema?
Ou estarão todos envolvidos no mar de lama que se tornou a corrupção neste país.
É hora de levantarmos a voz, e sairmos às ruas para obrigar as instituições a ouvirem a voz do povo.

Se o povo não reagir, nada mudará neste país, pois o comprometimento dos que ocupam o poder é geral e incontestável.

MINISTRO DO PLANEJAMENTO DEFENDE A VOLTA DA CPMF

O novo ministro do Planejamento, Valdir Simão, concede entrevista coletiva no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)
O ministro do Planejamento, Valdir Simão(Evaristo Sá/AFP)
A CPMF será determinante para o Brasil alcançar a meta de superávit primário de 2016 e mudanças na área da Previdência são primordiais, defendeu nesta terça-feira o ministro do Planejamento, Valdir Simão.
"A CPMF está prevista e ela é muito importante para que possamos alcançar o resultado primário previsto para o ano que vem. Vamos trabalhar para a aprovação da CPMF", disse Simão a jornalistas, após cerimônia de transmissão de cargo ao lado do agora ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. A meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) em 2016 será o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB)
Simão destacou ainda que novas medidas legislativas serão necessárias, principalmente na área da Previdência, sobretudo em relação aos benefícios permanentes. "Temos que adaptar o sistema (previdenciário) para garantir o pagamento às futuras gerações", disse.
Em seu discurso, Simão afirmou que o Ministério do Planejamento trabalhará em conjunto com a Fazenda e o poder Legislativo para recuperar a confiança e o equilíbrio fiscal diante do quadro econômico crítico do país

IMPECHEMENT SERÁ RESOLVIDO EM 2016

Processo de impeachment estará resolvido até março de 2016, diz Eduardo Cunha (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em entrevista à TV Câmara na noite de segunda-feira (21), o presidente da Câmara dos DeputadosEduardo Cunha, disse que o processo de impeachment de Dilma estará resolvido até março de 2016. “O ano de 2015 teve uma coisa atípica, que foi a aceitação do pedido de impeachment. E não vamos fechar os olhos, mas isso vai se resolver até março de 2016”. As informações são do jornal O Globo.
Cunha participou do programa “Conversa com o presidente” e disse que o PT e PMDB “já deram o que tinham que dar”. Ele também acusou o Partido dos Trabalhadores de controlar a operação da Polícia Federal, que na semana passada, executou três mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele.
“Não vou me constranger ao exercer meu direto de defesa por acharem que é manobra. O que não dá é para atropelar o meu direito. E isso não vou permitir. Sou vítima de um processo eminentemente político”, revelou Cunha sobre ser pressionado para deixar o cargo. “De tédio, nenhum de vocês morreu esse ano [2015]", disse Cunha

A CRISE DO DESEMPREGO NO BRASIL


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Alex Galdino, de 37 anos, era o principal responsável pelas despesas em sua casa até abril deste ano, quando foi demitido de uma empresa de tecnologia da informação. Sem emprego, não teve outra saída senão fazer bicos enquanto procura outra vaga. No lugar dele, a mulher, Maíra, que é psicóloga e massoterapeuta, assumiu parte das contas da família. Outras foram simplesmente cortadas do orçamento.

O caso de Alex é apenas um entre milhares de chefes de família que estão perdendo seus empregos em função da crise. No mês de novembro, havia 548 mil chefes desempregados nas seis principais regiões metropolitanas do País, 56,9% mais do que em igual mês do ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como são os principais provedores do lar, a demissão é um golpe no poder de compra dessas famílias. Galdino acabou com a TV por assinatura, já gastou todas as suas economias e conta com a ajuda da mãe e da sogra. Cogitou vender o carro, mas adiou esse plano diante da necessidade de manter o veículo para levar a filha e a enteada ao médico, à escola e para fazer as compras de supermercado. Mesmo assim, o número de viagens diminuiu bastante por causa da crise.

“Não consigo emprego nem na área que tenho experiência (TI), nem na área em que sou formado (logística). Nesse tempo todo, só fiz uma entrevista para call center, mas não me chamaram porque acham que sou muito qualificado”, conta o morador da zona sul de São Paulo. “Por enquanto, tenho feito manutenção de computadores e atuo como supervisor freelancer. É menor (a renda), mas é melhor pingar do que secar.”

O número de chefes de família que estão desempregados começou a crescer já em janeiro deste ano. Naquele mês, eram 357 mil nas seis principais regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador). Com o aumento, a taxa de desemprego entre os chefes atingiu 4,7% em novembro deste ano.

Abaixo da média. O resultado está abaixo da média (7,5%), mas esconde uma das principais consequências desse movimento: outros membros da família que antes não trabalhavam passam a procurar emprego, sem que haja vagas disponíveis para acomodá-los. Por isso, a taxa de desemprego sobe. Além disso, o poder de compra diminui, com repercussão sobre setores como comércio e serviços, gerando um círculo vicioso.

“Isso vai fazer com que outras pessoas tentem recompor essa renda perdida”, avalia o economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria Integrada. Segundo o IBGE, há 1,286 milhão de “outros membros” da família buscando emprego, 52,3% mais que em novembro de 2014.

No site de busca Vagas.com, a procura tem sido crescente. O cadastro de novos currículos atingiu 173 por hora na média do acumulado do ano até setembro, 11,6% mais do que em igual período de 2014. Até novembro, a alta acelerou para 17%. As oportunidades, no entanto, encolheram 4% até o mês passado.

Jovens
“Temos percebido que a faixa etária de 25 a 34 anos é a que mais procura, mas o crescimento tem sido maior entre 18 e 24 anos”, conta Rafael Urbano, especialista em Inteligência de Negócios da Vagas.com. Entre os jovens, os cadastros avançaram 49% de janeiro a novembro ante igual período de 2014, segundo o site.

A procura de emprego por jovens é o que mais tem dado combustível ao aumento do desemprego em 2015. Antes, o movimento era contrário: os pais tentavam preservar o estudo do filhos e bancavam seu sustento. Agora, com a renda encolhendo quase 10%, não há como mantê-los longe do batente.

Por outro lado, Bacciotti vê que já há um sentimento de “desesperança” entre os brasileiros, já que a proporção de pessoas economicamente ativas em relação às pessoas em idade de trabalhar tem diminuído. “É um ambiente econômico tão ruim, uma atividade tão paralisada, que há essa desesperança.”

Para o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores, a situação ainda pode piorar antes de melhorar. “Como essas pessoas são as fontes principais de renda, elas não têm condição de sair do mercado de trabalho. Algumas fazem bicos ou abrem o próprio negócio e não são consideradas desocupadas. Mas a probabilidade de o negócio dar certo em 2016 é baixa”, afirma o economista.

“É um emprego muito vulnerável. O risco é que essa pessoa vire desempregada e a taxa de desemprego dê um salto”, acrescenta Caparoz.
Segundo ele, a taxa de desemprego deve atingir seu pico em 2017, provavelmente em dois dígitos, para só então começar a arrefecer em 2018