quarta-feira, 30 de abril de 2014

SENADO VAI INSTALAR DUAS CPIs PARA INVESTIGAR A PETROBRÁS

Aloysio Nunes: governo está com medo porque, na CPI, as línguas se destravam
Aloysio Nunes: governo está com medo porque, na CPI, as línguas se destravam
Em vez de uma, podem ser instaladas duas CPIs da Petrobras. Eis um sintoma da mais absoluta irracionalidade que tomou conta das hostes governistas. Vamos pensar um tantinho e pôr um pouco de lógica nessa conversa. Os defensores da CPI mista conseguiram o número necessário de assinaturas no Senado e na Câmara, que é um terço em cada Casa. Nesta última, aliás, houve a adesão de 230 deputados — bastavam 171. Há 30 senadores — bastavam 27. Ora, deixar de instalar, então, a comissão conjunta por quê?
A crispação era tal entre os deputados que muitos, e não só os formalmente ligados à oposição, ameaçavam recorrer ao Ministério Público e ao Conselho de Ética do Senado contra Renan. Há mais: a decisão de Rosa Weber, do STF — em favor da CPI exclusiva da Petrobras — não determinou a sua instalação nesta ou naquela Casa. A ministra se pronunciou sobre a essência e a natureza do processo de investigação como um direito fundamental da minoria — logo, alcança também uma comissão mista.
Em entrevista concedida nesta terça à noite ao programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, o senador Aloysio Nunes Ferreira, líder do PSDB,  afirmou que a oposição indicaria, sim, os nomes da CPI do Senado, mas que não havia aberto mão, de jeito nenhum!, da comissão mista, também com os deputados. E, como ele observou, é claro que esta é preferível àquela. Mas, se for o caso, afirmou Nunes, que se façam, então, duas comissões.
O governo quer agora restringir a investigação apenas ao Senado porque considera ter mais controle sobre essa Casa Legislativa do que sobre a Câmara — coisa, aliás, que deveria deixar os senadores irritados porque passam a ser tratados como capachos do Executivo.
No fim da noite desta terça, Renan convocou líderes da oposição e afirmou que vai instalar, na próxima terça-feira, as duas CPIs exclusivas da Petrobras: uma só com senadores e outra mista. Faz sentido? Nenhum! Se o governo não queria CPI nenhuma e, depois, acabou concordando com a do Senado ao menos, em que esta comissão mudaria o conteúdo da mista?
Pior: o homem que anunciou a disposição de instalar as duas comissões anunciou que não desistiu de apelar ao Supremo para impedir as CPIs só da Petrobras. Ele quer porque quer aquela comissão X-Tudo…
Na entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, Aloysio Nunes resumiu: “O governo não queria de jeito nenhum a CPI da Petrobras. Está apavorado com essa história. A CPI é um catalisador de informações que já estão vindo de todo lado. Dentro da Petrobras, você tem muita gente, técnicos qualificados, que não se conformam com aquilo que aconteceu, que vem acontecendo na Petrobras. Então, muitas línguas vão se destravar”.
Tomara! E só para concluir: ter duas CPIs é um troço de tal sorte irracional que me parece que o mais provável é que se instale mesmo a CPI mista!

SENADO VAI INSTALAR DUAS CPIs PARA INVESTIGAR A PETROBRÁS

Aloysio Nunes: governo está com medo porque, na CPI, as línguas se destravam
Aloysio Nunes: governo está com medo porque, na CPI, as línguas se destravam
Em vez de uma, podem ser instaladas duas CPIs da Petrobras. Eis um sintoma da mais absoluta irracionalidade que tomou conta das hostes governistas. Vamos pensar um tantinho e pôr um pouco de lógica nessa conversa. Os defensores da CPI mista conseguiram o número necessário de assinaturas no Senado e na Câmara, que é um terço em cada Casa. Nesta última, aliás, houve a adesão de 230 deputados — bastavam 171. Há 30 senadores — bastavam 27. Ora, deixar de instalar, então, a comissão conjunta por quê?
A crispação era tal entre os deputados que muitos, e não só os formalmente ligados à oposição, ameaçavam recorrer ao Ministério Público e ao Conselho de Ética do Senado contra Renan. Há mais: a decisão de Rosa Weber, do STF — em favor da CPI exclusiva da Petrobras — não determinou a sua instalação nesta ou naquela Casa. A ministra se pronunciou sobre a essência e a natureza do processo de investigação como um direito fundamental da minoria — logo, alcança também uma comissão mista.
Em entrevista concedida nesta terça à noite ao programa “Os Pingos nos Is”, da Jovem Pan, o senador Aloysio Nunes Ferreira, líder do PSDB,  afirmou que a oposição indicaria, sim, os nomes da CPI do Senado, mas que não havia aberto mão, de jeito nenhum!, da comissão mista, também com os deputados. E, como ele observou, é claro que esta é preferível àquela. Mas, se for o caso, afirmou Nunes, que se façam, então, duas comissões.
O governo quer agora restringir a investigação apenas ao Senado porque considera ter mais controle sobre essa Casa Legislativa do que sobre a Câmara — coisa, aliás, que deveria deixar os senadores irritados porque passam a ser tratados como capachos do Executivo.
No fim da noite desta terça, Renan convocou líderes da oposição e afirmou que vai instalar, na próxima terça-feira, as duas CPIs exclusivas da Petrobras: uma só com senadores e outra mista. Faz sentido? Nenhum! Se o governo não queria CPI nenhuma e, depois, acabou concordando com a do Senado ao menos, em que esta comissão mudaria o conteúdo da mista?
Pior: o homem que anunciou a disposição de instalar as duas comissões anunciou que não desistiu de apelar ao Supremo para impedir as CPIs só da Petrobras. Ele quer porque quer aquela comissão X-Tudo…
Na entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, Aloysio Nunes resumiu: “O governo não queria de jeito nenhum a CPI da Petrobras. Está apavorado com essa história. A CPI é um catalisador de informações que já estão vindo de todo lado. Dentro da Petrobras, você tem muita gente, técnicos qualificados, que não se conformam com aquilo que aconteceu, que vem acontecendo na Petrobras. Então, muitas línguas vão se destravar”.
Tomara! E só para concluir: ter duas CPIs é um troço de tal sorte irracional que me parece que o mais provável é que se instale mesmo a CPI mista!

EXISTE PRIVILÉGIOS PARA ZÉ DIRCEU NA PRISÃO

Deputados da oposição que visitaram ontem o ex-ministro José Dirceu no Presídio da Papuda, em Brasília, afirmaram que ele tem uma cela privilegiada. Segundo relatos, o petista estava vendo o jogo de futebol entre Real Madrid e Bayern de Munique em uma TV de plasma quando os parlamentares chegaram.
O local onde ele está preso teria chuveiro quente e um espaço bem maior que o de outros detentos. Integrantes da Comissão de Direitos Humanos, porém, minimizaram as diferenças e disseram que em parecer ao Supremo Tribunal Federal dirão não haver qualquer regalia para justificar a não concessão do direito ao trabalho externo ao ex-ministro – ele foi condenado no julgamento do mensalão ao regime semiaberto.
A visita dos parlamentares ocorreu após pedido do deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho de Dirceu, e de sua irmã, Joana Saragoça. Nilmário Miranda (PT-MG) foi quem apresentou o requerimento propondo a visita. Ele disse não haver privilégios.
A deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) afirmou ter visitado outras celas no mesmo pavilhão, nas quais há superlotação. “É um horror. Gente empilhada, celas escuras, sem iluminação.”

MINISTRO IRONIZA DECLARAÇÕES DE LULA SOBRE O MENSALÃO


Gilmar Mendes ironizou a declaração de que o julgamento foi 80% político (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Gilmar Mendes ironizou a declaração de que o julgamento foi 80% político


A crítica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao julgamento do mensalão em entrevista à emissora portuguesa RTP ainda repercute no Supremo Tribunal Federal (STF). Depois de o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, e do ministro Marco Aurélio Mello rebaterem o petista, Gilmar Mendes ironizou a declaração de que o julgamento foi 80% político. Para o magistrado, o Brasil estaria hoje pior do que a Venezuela em termos de democracia se o mensalão não tivesse sido descoberto.

“Talvez o que a gente tenha de se perguntar é o que seria do Brasil se o mensalão tivesse dado certo? Talvez nós já estivéssemos para lá da Venezuela. Felizmente, o mensalão deu errado, e nós logramos punir o mensalão. Acho que isso é um bom resultado que fortalece a democracia brasileira”, disse Mendes. Ele acrescentou que a colocação de Lula foi contraditória. “Não tem nenhum sentido. Nós já ouvimos o (ex-) presidente pedir desculpas pelo episódio do mensalão. Nós já vimos várias afirmações sobre essa temática desde o recebimento da denúncia.”

QUEDA NAS PESQUISAS AUMENTA DIVISÃO NO P.T.


A queda na popularidade da atual presidente reforça o discurso daqueles que pregam a volta de Lula  (Luludi/Esp. CB/D.A Press - 26/9/13)
A queda na popularidade da atual presidente reforça o discurso daqueles que pregam a volta de Lula


A nova queda da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto abriu de vez a ferida que divide lulistas e dilmistas dentro do PT e na base aliada do governo. “Sabíamos que havia o desgaste, mas ela está caindo mais rápido do que esperávamos”, assustou-se um integrante da coalizão governista, que não esconde a afinidade com o ex-presidente. Já o vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), acredita que é hora de encerrar as especulações e sepultar de vez o “Volta, Lula”. “Temos de fazer nosso dever de casa, acabar com esse disse me disse e deixar claro que nossa candidata é Dilma Rousseff”, sentenciou.

A pesquisa divulgada ontem surge em um momento no qual as más notícias para Dilma se avolumam. Na segunda-feira, a bancada do PR na Câmara pregou abertamente o “Volta, Lula”. O líder do partido, Bernardo Santana (MG), pendurou uma foto do ex-presidente na parede do gabinete. O PSD do Rio de Janeiro fechou com o pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves (MG), apesar do apoio explícito dado pela cúpula da legenda à reeleição de Dilma. O tucano espera os próximos resultados das pesquisas eleitorais para tentar uma abordagem mais incisiva em direção ao PP e à senadora Ana Amélia (RS), pré-candidata ao governo gaúcho.
Para José Guimarães, o PT é o responsável por esse clima de insegurança. Pré-candidato ao Senado pelo Ceará, ele aposta as fichas no encontro partidário marcado para sexta e sábado em São Paulo. “Lula e Dilma têm de dar sinais claros de que estão unidos e de que ela é a candidata. Senão, vamos seguir nesse clima infernal de desgaste”, comentou. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) reforça o entendimento e diz que o partido não pode cometer a “loucura” de substituir Dilma por Lula neste momento. “A queda da presidente nas pesquisas se deve ao massacre que estamos passando. Quando começar o horário eleitoral, vamos ter o que mostrar para a população.”

No fim de semana passado, durante entrevista a uma rede de televisão portuguesa, Lula reiterou que a candidata será Dilma Rousseff. “Eu vou ser cabo eleitoral da Dilma, vou para a rua fazer campanha para Dilma”, afirmou à rede RTP. Ontem, o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, reconheceu que o “Volta, Lula” constrange o ex-presidente. “Essa hipótese não existe, é zero. O (ex) presidente Lula está determinado a dar todo o empenho à reeleição da presidente Dilma. Ele é mais do que taxativo, nunca cogitou essa hipótese (de se candidatar) e está muito incomodado”, disse Carvalho

PESQUISA: DILMA CAI SEIS PONTOS E AÉCIO SOBE QUATRO

Pesquisa CNT: Dilma cai seis pontos e Aécio sobe quatro pontos percentuais

Pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT/ MDA) aponta que a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, caiu quase um ponto percentual. Em consulta espontânea, a petista desceu de 21,3% para 20,5%. O tucano Aécio Neves subiu de 5,6% em fevereiro para 9,3% em abril. O ex-presidente Lula também aparece no estudo e, também, subiu de 5,6% para 6,5%. Candidata a vice na chapa encabeçada por Eduardo Campos (PSB), Marina Silva aparece agora com 4,5%. Em fevereiro ela tinha 3,5%. Campos vem logo atrás e mostra crescimento de dois pontos porcentuais de 1,6% para 3,6%. O item "outros" aparece com queda, de 2,2% para 1,4%. Brancos e Nulos somam, agora, 14%. Não sabe ou não responderam passam de 45% para 40%. Na pesquisa estimulada Dilma também caiu de 43,7% para 37%; Aécio aparece em segundo lugar e subiu de 17%, para 21,6%. Eduardo Campos aparece com 11,8%, quase dois pontos acima ao que pontuava na última avaliação.

DEPUTADO BAIANO DEFENDE CHAPA "AÉCIO-SERRA" PARA PRESIDENTE


Dirigente do PSDB, deputado baiano defende chapa Aécio-Serra: 'Impossível não é'
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
O deputado federal baiano Jutahy Magalhães Jr., que integra a executiva nacional do PSDB, defende o lançamento de uma chapa "puro sangue" do partido à Presidência da República. Apesar da aliança histórica com o DEM, o parlamentar tucano já expressou internamente a preferência por uma coligação com o senador Aécio Neves (MG) na cabeça e o ex-governador de São Paulo José Serra na vice. "Eu vejo com muitos bons olhos essa possibilidade. Eu acho que é a chapa mais forte que poderíamos ter. Eu defendo isso: Aécio candidato a presidente e Serra vice. É de conhecimento dos dois que acredito nisso", revelou Jutahy, em entrevista ao Bahia Notícias. No Congresso Nacional circulou nesta terça-feira (29) o boato de que o acordo entre os dois já estaria sacramentado. O dirigente nega o entendimento, mas não refuta a hipótese. "Não acho impossível. Muita gente achava que era impossível. Impossível não é, mas sair do impossível para a realidade é um longo caminho a percorrer", admitiu. Na composição da chapa da oposição na Bahia, o PSDB foi preterido, uma vez que o DEM teve a preferência de postular o governo, com Paulo Souto, e coube ao PMDB do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que concorrerá ao Senado, a indicação do único tucano do grupo: o ex-deputado constituinte Joaci Góes

terça-feira, 29 de abril de 2014

MINISTRO GILMAR MENDES DIZ QUE LULA TEM ÓDIO DA DEMOCRACIA

Gilmar Mendes, do Supremo: ministros assim deixam Lula irritado; ele não os compreende
Gilmar Mendes, do Supremo: ministros assim deixam Lula irritado; ele não os compreende
Todo mundo sabe que os ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, não formam exatamente uma “corrente” de pensamento. Ainda bem que não! Tribunal não é seita nem ideológica nem partidária. Eles estão lá para, instruídos pela Constituição e pelas leis, julgar de acordo com a sua consciência. Nem devem prestar atenção nem ao alarido das ruas nem aos bochichos de corredores. Só que Luiz Inácio Lula da Silva, que supõe encarnar em si mesmo os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, não se conforma com isso. Nesta segunda, esses três ministros afinaram suas vozes para reagir aos ataques que Lula desfechou contra o STF.
Em entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”, que estreou ontem, às 18h,  na rádio Jovem Pan, Mendes comentou a declaração de Lula, segundo quem o julgamento do mensalão foi “80% político e 20% jurídico”. Disse Mendes: “O tribunal se debruçou sobre esse tema já no recebimento da denúncia. Depois, houve várias considerações técnicas; houve rejeição da denúncia em muitos pontos; houve toda uma instrução processual, e o tribunal julgou com clareza e examinou todas essas questões”.
O ministro está afirmando, em suma, que se fez um julgamento técnico. Joaquim Barbosa, presidente do Supremo, também reagiu: “O juízo de valor emitido pelo ex-chefe de estado não encontra qualquer respaldo na realidade e revela pura e simplesmente sua dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome”.
Pois é… Este é o ponto: Lula não se conforma que a Justiça não ceda às injunções da política — e, claro!, da sua política. Ora, voltemos um pouquinho no tempo. Em abril de 2012, o chefão do PT convidou o ministro Gilmar Mendes para um bate-papo. Ele queria adiar a todo custo o início do julgamento do mensalão. Achando que tinha uma carta na manga contra o ministro — carta falsa, diga-se —, tentou nada mais nada menos do que chantagear um membro da corte suprema do país.Reproduzo em azul trecho de reportagem da VEJA de maio de 2012:
(…)
Depois de algumas amenidades, Lula foi ao ponto que lhe interessava: “É inconveniente julgar esse processo agora”. O argumento do ex-presidente foi que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocupa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1.000 prefeituras nas urnas.
Para espíritos mais sensíveis, Lula já teria sido indecoroso simplesmente por sugerir a um ministro do STF o adiamento de julgamento do interesse de seu partido. Mas vá lá. Até aí, estaria tudo dentro do entendimento mais amplo do que seja uma ação republicana. Mas o ex-presidente cruzaria a fina linha que divide um encontro desse tipo entre uma conversa aceitável e um evidente constrangimento. Depois de afirmar que detém o controle político da CPI do Cachoeira, Lula magnanimamente, ofereceu proteção ao ministro Gilmar Mendes, dizendo que ele não teria motivo para preocupação com as investigações. O recado foi decodificado. Se Gilmar aceitasse ajudar os mensaleiros, ele seria blindado na CPI. (…) “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse Gilmar Mendes a VEJA. O ministro defende a realização do julgamento neste semestre para evitar a prescrição dos crimes.
Retomo
Lula havia recebido a falsa informação de que Mendes teria relações com Carlinhos Cachoeira. Como se tratava de uma mentira inventada pela rede suja na Internet, seu esforço indecoroso caiu no vazio, e Mendes denunciou a tentativa de chantagem.
Com Barbosa, a relação passou a ser de ódio explícito. O chefão do PT não cansou de repetir nos bastidores que Barbosa devia a ele a sua nomeação; que só havia um negro da corte porque ele tomara essa decisão política. Esperava, em suma, para citar uma expressão do ministro Marco Aurélio, que o ministro lhe fosse grato com a toga. Eis Lula: ele não entende a democracia como a institucionalização de papéis. Seu mundo é o da troca de favores; do toma-lá-dá-cá; das relações viciosas que se amparam, se complementam e se justificam.
De resto, ninguém precisa ser muito bidu para supor que Lula certamente considera que agiram com correção os ministros Roberto Barroso e Teori Zavascki, por exemplo, que absolveram José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino do crime de quadrilha. E que errados estavam todos aqueles que condenaram os companheiros.
Em síntese, para Lula, quando um ministro absolve um amigo seu e condena um adversário, está agindo tecnicamente; se faz o contrário, então está movido por má-fé política.
Compreendo essa alma pura. Nestes dias que seguem, Lula deve é estar de olho no Vaticano. Está tentando entender por que cargas d’água Padre Anchieta, João 23 e João Palo 2º foram canonizados, e ele, Lula, por enquanto, não foi ainda nem beatificado

EX ASSESSOR DE PADILHA ERA PONTE ENTRE DOLEIRO E MINISTÉRIO


Sócio do Labogen, Leonardo Meirelles afirmou nesta segunda-feira, 29, que o ex-assessor do Ministério da Saúde Marcus César Ferreira de Moura foi contratado pelo laboratório justamente para atuar como lobista em órgãos do governo federal, em especial na pasta em que trabalhou. “O Marcus Moura mantinha os contatos institucionais com o Ministério da Saúde”, disse Meirelles ao Estado.
O Labogen é apontado pela Polícia Federal como o carro-chefe do esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef.
O laboratório, controlado pelo doleiro, tentou fechar contrato com o Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro Alexandre Padilha para o fornecimento de remédios de hipertensão pulmonar no valor de R$ 6,2 milhões por ano – pelo prazo de cinco anos.
A parceria foi desfeita após a Polícia Federal deflagrar a Operação Lava Jato, que desmontou em 17 de março deste ano o esquema de Youssef e apontou suspeitas sobre os negócios do Labogen, entre outras transações do doleiro.
Escutas da Polícia Federal flagraram o deputado licenciado André Vargas, que pediu desfiliação do PT em meio ao escândalo da Lava Jato, dizendo a Youssef, por meio de mensagem de texto, que Padilha havia indicado o nome de Moura para um cargo de comando no laboratório. A mensagem interceptada foi enviada ao doleiro em novembro de 2013.
Moura havia trabalhado com Padilha no Ministério da Saúde entre maio e agosto de 2011, como assessor de eventos da pasta do governo federal. Também trabalhou na campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. Padilha, que é pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, nega que tenha feito a indicação. O Ministério da Saúde afirma que nenhum pagamento foi liberado para o Labogen.
Atuação. Moura passou a atuar no Labogen em dezembro de 2013, segundo Meirelles. Ele ficava sediado em Brasília, mas com poderes para deslocamentos pelo País, em nome do laboratório. O sócio do negócio controlado por Youssef diz que o ex-assessor de Padilha não chegou por indicação do ex-ministro, mas sim de outro personagem do escândalo da Lava Jato.
Segundo o sócio do Labogen, a indicação de Moura foi feita pelo fundo GPI Participações e Investimentos, controlado por Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Fernando Collor (1990-1992). Pedro Paulo, conhecido como PP, é suspeito de integrar o esquema de Youssef.
“Ele (Moura) veio através desse fundo de investimentos. Não tive nenhuma influência (na contratação) e nenhum contato com o ex-ministro (Padilha). Tive reuniões com o Marcus Moura, ele esteve algumas vezes na empresa tomando conhecimento e ciência das nossas atividades. Eu não o conhecia, nunca o tinha visto”, afirmou Meirelles.
O registro em carteira indica que Moura recebia R$ 4,2 mil ao mês. “Ele ganhava também uma verba para custear viagens e hospedagens. Após o episódio (deflagração da Lava Jato, em 17 de março), não tive mais contato com o Marcus, outro motivo para que o desligue”, disse Meirelles. Segundo informou o jornal Folha de S.Paulo no domingo, o vencimento real de Moura chegava a R$ 25 mil ao mês.
O advogado do sócio do Labogen afirma que o trabalho de atuação do laboratório com o governo realizado pelo ex-assessor de Padilha era legítimo. “Todas as empresas têm alguém responsável pelas relações com o poder público”, disse Haroldo César Nater, defensor de Meirelles – o sócio do Labogen também é acusado de integrar o esquema de lavagem do doleiro.
“Não há nada de irregular nesse trabalho. Um grupo de investidores que tem interesse no Labogen disse que ele (Meirelles) precisava contratar uma pessoa que pudesse fazer o papel de relações institucionais”, disse o advogado.
Diante do escândalo e da ligação de seu nome ao do ex-ministro Padilha, Moura deve perder o emprego no laboratório. “Estou providenciando o desligamento dele, vou comunicá-lo formalmente até porque não temos mais condições de bancar essa despesa”, disse Meirelles.
Remessas. O Estado revelou no domingo que o Labogen enviou pelo menos US$ 113 milhões para o exterior, segundo a Polícia Federal, por meio de operações de fachada. Na prática, o laboratório dizia que estava importando insumos para medicamentos, mas na verdade a intenção era apenas retirar o dinheiro do País, segundo os investigadores.
O ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que assim como Youssef está preso desde março, também é apontado como integrante do esquema que, ao todo, teria lavado R$ 10 bilhões

PAARTIDO DA REPÚBLICA ASSUME CAMPANHA "VOLTA LULA"

Bernardo Santana pendurou um retrato de Lula na parede do gabinete (Alan Marques/Folhapress)
Bernardo Santana pendurou um retrato de Lula na parede do gabinete


O líder da bancada do Partido da República (PR) na Câmara dos Deputados, Bernardo Santana (MG), divulgou ontem um manifesto de apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Segundo Santana, o documento conta com a adesão de 20 dos 32 deputados federais da agremiação. “Entendemos que o momento de crise, dentro e fora do país, reivindica a força de uma liderança política com a experiência e o brilho de Luiz Inácio Lula da Silva no comando da nação brasileira novamente”, diz o trecho final do abaixo assinado, intitulado “Movimento União Brasil Capital & Trabalho”, numa referência à aliança que culminou na chapa Lula e o empresário José de Alencar, do PR, que comandou o país por dois mandatos.

Santana foi contraditório ao negar que a bancada esteja recusando apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. “Ninguém falou que não quer a Dilma. Nós falamos que nós queremos o Lula”, disse o político mineiro. “Há uma grande diferença entre as duas coisas”, completou, em tom enigmático. Santana pendurou um quadro do ex-presidente na parede, durante a entrevista.

A assessoria de Lula informou, no fim da tarde de ontem, que o ex-presidente ainda não havia tomado conhecimento do manifesto do PR. “Se ele soubesse, não precisava do manifesto. A ideia é justamente sensibilizá-lo”, justificou o líder da legenda

GOVERNO FEDERAL E A FARRA DOS TERCEIRIZADOS


 (Thiago Fagundes/CB/D.A Press)
A terceirização de mão de obra para o governo federal se tornou um negócio e tanto. Pelo menos R$ 8 bilhões são despejados todos os anos por meio de contratos fechados por ministérios, secretarias e agências reguladoras, sendo que parte desse dinheiro escorre pelo ralo por falta de regras rígidas e de fiscalização. Essa montanha de recursos é, no entanto, a parte visível dos negócios, pois vários órgãos se recusam a dar transparência às informações. Não à toa, o setor se tornou um chamariz para firmas aventureiras, que promovem a concorrência desleal, ao oferecerem preços baixos para vencer as disputas. Sem estrutura, quebram poucos meses depois e somem com os recursos de milhares trabalhadores. Tudo facilitado por falhas nos métodos para a escolha das vencedoras das licitações.

“É visível que há muita coisa errada, mas ninguém faz nada”, diz um funcionário do Ministério da Fazenda. “Pode prestar atenção: são recorrentes os casos de empresas que recebem do governo, dão calote em funcionários, têm os contratos cancelados, mas, logo depois, voltam a atuar na Esplanada dos Ministérios”, frisa. 

Pior: não se abre nenhuma investigação para os golpes. E o governo paga duas vezes. Primeiro, para a empresa que sumiu. Depois, para os funcionários que ficaram sem salário e sem os direitos trabalhistas. “Tornou-se rotina ver empregados de empresas terceirizadas dizendo que não tiveram o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) depositado nem as contribuições à Previdência Social efetivadas. Para evitar isso, bastaria que os responsáveis pela gestão dos contratos exigissem, mensalmente, os comprovantes dos depósitos no FGTS e de contribuições à Previdência. Essa rotina livraria muita gente de cair nas garras de empresas golpistas”, afirma o servidor da Fazenda.

Descaso

Ele sabe do que fala. No ano passado, a Adminas Administração e Terceirização de Mão de Obra, com sede em Belo Horizonte, e a Delta Locação de Serviços e Empreendimentos, de Lauro de Freitas (BA), receberam do Ministério da Fazenda, mas não pagaram os trabalhadores. As empresas, que sumiram do mapa, também deixaram um rastro de prejuízos nos ministérios da Integração Nacional e da Justiça e no Banco do Brasil. A Delta, por sinal, havia sucedido a Visual Locação e Serviços como prestadora de serviços à Fazenda. A empresa teve seu contrato rescindido exatamente pelo mesmo motivo, ou seja, não pagou os trabalhadores da pasta e desapareceu com o dinheiro. Nenhuma das três firmas foi encontrada pelo Correio para se manifestar. A Fazenda não comentou sobre esses casos.

AÉCIO NEVES ACREDITA EM SEGUNDO TURNO SEM PT

Aécio fala em segunto turno sem PT a empresários

Empolgado com os números da pesquisa do Ibope divulgada no último dia 17, que apresentou a terceira queda consecutiva na aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, já fala em uma disputa de 2º turno entre ele e o ex-governador Eduardo Campos (PSB). O número de pessoas que considera a gestão petista ótima ou boa passou de 43% em dezembro para 39% em fevereiro, 36% em março e 34% em abril. "Não acho fora de propósito que podemos chegar, nós dois, ao 2.º turno. O PT terá que trabalhar muito para não ficar fora", disse o senador ontem (28), depois de participar de uma palestra na Associação Comercial de São Paulo. Também em São Paulo, onde participou de almoço com 525 empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, pré-candidato do PSB, foi mais cauteloso e evitou conjecturar a exclusão de Dilma na reta final da campanha. "Nós vamos estar no segundo turno. Não tenho dúvidas disso". Apesar da queda da aprovação da administração federal, a presidente Dilma mantem uma liderança tranquila nas pesquisas de intenção de voto. Na última do Ibope, no melhor cenário, ela registrou 37% da preferência dos eleitores, contra 14% de Aécio e 6% de Eduardo Campos. Dilma venceria a eleição no 1.º turno em todos os cenários

JOAQUIM BARBOSA CONDENA DECLARAÇÕES DE LULA

Joaquim Barbosa repudia declaração de Lula sobre mensalão
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, rebateu as declarações do ex-presidente Lula sobre o processo do mensalão, em nota na noite desta segunda-feira (28). Dizer que o julgamento foi 80% político é, para o chefe do STF, algo que merece ser alvo de repúdio. "A desqualificação do Supremo Tribunal Federal, pilar essencial da democracia brasileira, é um fato grave que merece o mais veemente repúdio. Essa iniciativa emite um sinal de desesperança para o cidadão comum, já indignado com a corrupção e a impunidade, e acuado pela violência. Os cidadãos brasileiros clamam por justiça", diz. "O juízo de valor emitido pelo ex-Chefe de Estado não encontra qualquer respaldo na realidade e revela pura e simplesmente sua dificuldade em compreender o extraordinário papel reservado a um Judiciário independente em uma democracia verdadeiramente digna desse nome", completou o presidente do Supremo. Barbosa ainda lembrou que o processo foi conduzido de forma "absolutamente transparente", já que todas as partes envolvidas tiveram acesso aos auto

domingo, 27 de abril de 2014

GOVERNO VAI SOCORRER MONTADORAS DE AUTOMÓVEIS

Governo prepara medidas para socorrer as montadoras

O governo federal discute com o setor automotivo medidas para destravar o crédito na compra de veículos e pode anunciar, na próxima semana, a ampliação do prazo de financiamento para até 60 meses. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que o governo pode flexibilizar a exigência para que os bancos provisionem 75% do valor dos financiamentos quando o prazo atinge cinco anos. Entre as propostas em discussão também estão uma forma de facilitar a retomada dos veículos pelos bancos em caso de inadimplência e criação de estímulos para a exigência de um pagamento menor de entrada. Não há limite mínimo para a entrada, mas na prática os bancos exigem 40% do valor do veículo. Outra medida em discussão é a criação de um fundo garantidor, com aportes das instituições financeiras, que deve complementar as garantias oferecidas pelo cliente.  O governo descartou novos cortes de impostos. Destravar o crédito é a saída apontada pela Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea) para reverter a queda de 2,1% nas vendas no primeiro trimestre. Com o freio do mercado interno e dificuldades nas exportações, as montadoras vêm adotando férias coletivas, demissões e suspensões temporárias do contrato de trabalho. "O que colocamos para o governo nas nossas avaliações de conjuntura é que estamos sofrendo nas vendas em função da seletividade do crédito", disse o presidente da Anfavea, Luiz Moan. "Estamos alertando o governo e toda a sociedade que, se os bancos não destravarem o crédito, nossa performance será ruim", afirmou. Um primeiro passo para tentar baixar os estoques foi dado no início do mês, quando a Caixa pré-aprovou o crédito de 4,5 milhões de correntistas para compra de carros. Moan disse que o setor não tem negociado, ainda, a prorrogação das alíquotas reduzidas de IPI. A previsão é que elas voltem a subir em 1° de julho. "Eu prefiro trabalhar agora no crédito. Eu preciso chegar vivo até junho", afirmou. O governo também sinalizou que vai rever a norma do Conselho Nacional de Trânsito que obriga a instalação de rastreadores nos veículos novos. A medida levaria a um aumento dos custos das montadores e do preço do carro para os consumidores, segundo a Anfavea. Moan disse que o aparelho indicado pelo Contran estaria defasado. Os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento apoiam o pedido do setor. O governo também concordou em estudar um plano de estabilização do emprego para momentos de crise.

GOVERNO DILMA É O PIOR EM PRESERVAÇÃO AMBIENTAL


Somente da Floresta Nacional do Tapajós (PA), que permite a exploração sustentável do meio ambiente, 17.851 hectares foram reduzidos (Étore Medeiros/CB/D.A Press)
Somente da Floresta Nacional do Tapajós (PA), que permite a exploração sustentável do meio ambiente, 17.851 hectares foram reduzidos


A poucos meses do fim do mandato, Dilma Rousseff caminha a passos largos para se tornar a presidente que menos criou Unidades de Conservação (UC), em comparação com as gestões de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Desde 2011, foram apenas três novas UCs, contra 81 de FHC e 77 de Lula. A área protegida por Dilma é pouco maior do que a região que será alagada pela Usina de Belo Monte (PA). Além da ínfima ampliação, ambientalistas reclamam da política de redução de unidades e da falta de incentivos para efetivar o desenvolvimento sustentável, um dos objetivos das unidades conservadas.

A comparação com os antecessores é arrasadora. Segundo dados do Instituto Socioambiental (ISA) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), em oito anos, FHC criou 21,5 milhões de hectares (ha) de área preservada. Em dois mandatos, Lula efetivou a proteção de 26,7 milhões de ha. As três UCs assinadas por Dilma desde 2011, uma no Rio Grande do Norte e duas no Paraná, totalizam somente 44.033 ha. Ainda que se somem às cinco ampliações de áreas protegidas, o período Rousseff chegaria a um incremento de 231 mil ha. Abatidos os 164 mil ha desafetados, isto é, que perderam o caráter de espaços protegidos, o saldo de Dilma é de apenas 66,7 mil novos ha em Unidades de Conservação — pouco mais que os 51,6 mil ha do reservatório de Belo Monte. Quase nada de ganho (0,08%) se comparado aos 75 milhões de hectares de UCs já existentes em 2011.

“Foi o governo que menos olhou para a questão das áreas protegidas. Mesmo pensando em todos os ganhos desde 2004, como uma série de política públicas para a Amazônia, sentimos que houve uma certa perda. Percebemos que a área ambiental não foi tão priorizada”, observa Elis Araújo, pesquisadora do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). “Houve um decréscimo no ritmo de criação concreta das UCs nos últimos três anos, a despeito do fato de que o ICMBio continuar realizando estudos para propor novas unidades”, argumenta Marcelo Cavallini, da coordenação de criação de Unidades de Conservação do ICMBio.

O PROBLEMA DA ÁGUA NO PAÍS É PIOR DO QUE PARECE


Além do problema imediato da escassez de água provocada pela seca particularmente grave neste ano, que já perturba o abastecimento na Grande São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) está às voltas com outro, mais difícil, que não se resolve com chuva. É o envelhecimento da rede de distribuição, cujas condições precárias colaboram para os altos índices de perda de água na região.
Levantamento feito pela empresa e enviado em março para a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) mostra que 17% da rede tem mais de 40 anos e 34%, entre 30 e 40 anos. Mais de metade da rede que atende Perdizes (zona oeste), Moema (sul), Tatuapé (leste) e Sé (centro) tem mais de 30 anos. A região central está em pior situação, pois ali parte da tubulação foi instalada na década de 1930, ou seja, tem por volta de 80 anos. Segundo o estudo, "o envelhecimento das tubulações, especialmente na região metropolitana de São Paulo, é um dos principais motivos das perdas físicas (vazamentos) da Sabesp".
Os problemas não param aí, porque 4 de cada 10 vazamentos são invisíveis e difíceis de serem detectados - são rachaduras resultantes do desgaste da tubulação enterrada. Nesse caso, a água não chega à superfície e não se ouve o barulho provocado por ela quando escapa. De acordo com o estudo, 13% dos vazamentos são visíveis e 50% só podem ser localizados por métodos acústicos. "Esses dados são indícios de que as perdas da Sabesp são formadas prioritariamente por vazamentos não visíveis, os quais dificultam sua identificação ou requerem técnicas especiais de detecção, tornando-a mais cara." As perdas físicas representam 66% do desperdício total de água tratada produzida pela empresa.
Como se tudo isso não bastasse, a Arsesp aponta outra dificuldade para pelo menos limitar os prejuízos acarretados pela precariedade da rede, enquanto ela não é renovada. A Sabesp, diz ela, segundo reportagem do Estado, não consegue nem mesmo consertar uma parte dos vazamentos visíveis. Prova disso é que o número de reclamações referentes a casos como esses, que chegam à Arsesp, aumentou 89% nos primeiros dois meses deste ano, em relação a igual período de 2013. Ou seja, a situação, em vez de melhorar, piora.
Esse quadro explica por que a Sabesp não consegue reduzir a perda de água, apesar de suas repetidas promessas. No ano passado, a perda foi de 31,2% de toda a água produzida no percurso entre as estações de tratamento e as caixas d'água dos consumidores. A Sabesp alega que mesmo assim está entre as cinco empresas de saneamento que menos desperdiçam água no País. A Arsesp não concorda com essa avaliação. De acordo com ela, se se excluir a água que a Sabesp vende no atacado - como para Guarulhos, que possui uma rede própria de distribuição -, a perda de água foi de 35,6% em 2012, e não de 32,1%, como afirma a empresa. "Nesse caso", diz a Arsesp, "a Sabesp estaria numa posição muito inferior no ranking nacional."
Não admira que a empresa não consiga atingir as metas fixadas pela Arsesp. O índice de desperdício deveria ter baixado de 32,1% em 2012 para 30% no ano passado, mas ficou em 31,2%. Para este ano a meta é de 29,3%. Para atingi-la, a Sabesp terá de fazer um esforço maior do que o atual, começando por melhorar o seu desempenho no conserto dos vazamentos visíveis, porque essa é a parte mais fácil.
Mas, por mais que avance nesse sentido, ela não conseguirá ir muito longe, porque para isso é preciso renovar a rede de distribuição, o que é caro e demanda tempo. Como diz o presidente da seção paulista da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), Alceu Bittencourt, esse problema "não se resolve com manutenção. A solução é substituição integral (da rede velha)". Como essa troca exige recursos que a Sabesp não tem, cabe ao governo do Estado encontrar uma solução para o problema e o mais rápido possível, porque a situação está se deteriorando.

A GUERRA VIRTUAL DO P.T. PARA AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS


A ordem do ex-presidente Lula, que mandou o PT "ir pra cima" daqueles que expõem os malfeitos do partido, foi perfeitamente entendida. Os petistas estão articulando uma verdadeira guerrilha para atuar nas redes sociais durante a campanha eleitoral. "Não deixem ataque sem defesa", disse o presidente do PT paulista, Emídio de Souza, a participantes de um "camping digital" promovido pelo partido para treinar essas milícias virtuais. É com esse ânimo que os petistas se aprontam para o que consideram ser uma guerra - na qual a verdade é o que menos importa.
Motivos não faltam para que o PT se preocupe. Multiplicam-se evidências de que o escândalo da Petrobrás é muito maior do que o noticiado até agora. Além disso, o eleitorado começa a se dar conta de que a imagem de administradora competente atribuída pela propaganda oficial à presidente Dilma Rousseff não corresponde à realidade. Quando fala em rebater os "ataques" que sofre, o partido pretende negar a realidade, desqualificar os que pensam de modo diferente e propagar teorias da conspiração para justificar os problemas reais do País que governa.
Nada melhor, para isso, do que o lado obscuro das redes sociais, onde o descompromisso com os padrões éticos e técnicos do jornalismo profissional permite que mentiras sejam tomadas como verdades e que verdades sejam combatidas com mentiras repetidas mil vezes. Reputações são dizimadas em alguns cliques.
Para um partido que se vê como a encarnação da vontade popular e que considera as opiniões divergentes como manobras dos "inimigos do povo", nenhum esforço é pequeno para denunciar os algozes do "novo Brasil" construído pelo lulopetismo. O tal "camping digital" que o partido montou para doutrinar seus seguidores respeita esse espírito: adestrar seu exército para disseminar a "verdade oficial" - não só em páginas do partido, mas também na forma de patrulha sistemática em sites e blogs alheios.
Nesse encontro petista, cerca de 2 mil inscritos ouviram dicas sobre como ganhar audiência em blogs, defender o partido na internet e navegar sem deixar rastros que permitam a identificação - a desculpa esfarrapada é, conforme o programa oficial, "dar prejuízo à NSA", a agência de espionagem americana acusada de bisbilhotar a internet no resto do mundo; na prática, porém, trata-se de aprender a espalhar inverdades de forma anônima, evitando processos judiciais.
Além disso, os militantes, com presumível excitação juvenil, puderam assistir a "debates" didáticos, como o intitulado Como as elites e a mídia desconstroem a verdade dos fatos, e também à palestra Internet, informação e disputa política, proferida pelo ex-ministro Franklin Martins - que está na vanguarda da luta dos radicais petistas para amordaçar a mídia crítica ao governo e que gostaria de ver o PT aparelhar a internet tanto quanto aparelhou a administração.
De quebra, em um debate sobre como responder às críticas sobre os gastos com a Copa, a audiência pôde desfrutar das opiniões de Jânio Carvalho Santos, ex-diretor da torcida organizada Mancha Alviverde, do Palmeiras, que já foi preso pela morte de um torcedor corintiano e por tumultos durante um jogo. Em uma das sentenças, o juiz informou que Jânio tem personalidade "voltada para a prática de atos violentos e conduta social reprovável".
Não é de hoje que o PT trata a internet como trincheira. No seu 4.º Congresso, em 2011, foi lançada a ideia da Militância em Ambientes Virtuais (MAV, na sigla petista), organizada para infestar as redes sociais com os ataques a adversários e à imprensa independente. É, portanto, oficial - e esses grupos estão espalhados pelo País, disseminando as distorções produzidas por jornalistas que estão a serviço do governo.
Em recente entrevista a esses jornalistas camaradas, Lula disse que é preciso uma política de comunicação "agressiva", para "defender com unhas e dentes aquilo que a gente acredita que seja verdadeiro". É nesse clima que a guerrilha virtual petista está aquecendo os músculos para fazer a versão do partido prevalecer sobre os fatos.

PAPA FRANCISCO CANONIZA JOÃO PAULO II E JOÃO XXIII

Papa Francisco durante cerimônia de canonização de João Paulo II e João XXIII, em 27 de abril de 2014 na Praça de São Pedro
(Andreas Solaro/AFP)
O papa Francisco declarou neste domingo a canonização de seus antecessores João Paulo II e João XXIII diante mais de 800 000 pessoas na Praça de São Pedro, no Vaticano, numa cerimônia sem precedentes que ganhou peso histórico ainda maior com a presença do papa emérito Bento XVI.
Foi a primeira vez na história que um papa em exercício e um papa emérito celebraram uma missa juntos em público, sobretudo num evento realizado para homenagear dois de seus mais famosos antecessores.
A presença de Bento XVI foi uma reflexão do ato de equilíbrio que Francisco imaginou ao decidir canonizar João Paulo II e João XXIII numa mesma ocasião, mostrando a união da Igreja Católica ao honrar dois papas igualmente amados por conservadores e progressistas.
Recitando em latim, Francisco disse que, após deliberações, consultas e orações pela divina providência, "declaramos e definimos que os abençoados João XXIII e João Paulo II sejam santos e os incluímos entre os santos, decretando que eles devem ser venerados como tais por toda a Igreja". A declaração foi recebida com aplausos da multidão que lotou a Praça de São Pedro.
O Ministério do Interior da Itália havia previsto que em torno de 1 milhão de pessoas assistiriam à missa de canonização na Praça de São Pedro, nas ruas dos arredores e em outras "piazzas" nas cercanias, onde foram instaladas telas gigantes de TV para a transmissão da cerimônia.
Reis, rainha, presidentes e primeiros-ministros de mais de 90 países assistiram à missa. Também participaram da cerimônia cerca de 20 líderes judaicos dos EUA, Israel, Itália, Argentina e Polônia, em sinal de reconhecimento dos avanços feitos nas relações entre católicos e judeus durante as administrações de João XXIII e João Paulo II e na dos sucessores que celebraram a canonização de ambos.
A rede mundial de televisão católica EWTN exibiu  ao vivo os atos para todo o mundo por meio de um portal especialmente criado para a celebração.
João Paulo II – O primeiro milagre de João Paulo II, que o tornou beato em maio de 2011, refere-se à cura do Parkinson da freira francesa Marie Simon-Pierre. O segundo, o caso de Floribeth Díaz, foi reconhecido em junho do ano passado.
Primeiro pontífice não italiano desde a escolha do holandês Adriano VI, em 1522, Karol Wojtyla nasceu em 1920 em Wadowice, no sul da Polônia, em uma família humilde. Foi nomeado bispo titular de Ombi, na Polônia, auxiliar da arquidiocese da Cracóvia em 1958, arcebispo da mesma cidade em 1963 e cardeal em 1967. Após a morte repentina do papa João Paulo I, Wojtyla foi eleito sucessor e adotou o nome João Paulo II em homenagem ao antecessor, que ficou apenas um mês no comando da Igreja Católica. Aos 58 anos, tornou-se o pontífice mais jovem do século XX. Foi entronizado em 22 de outubro de 1978 e se transformou em uma das personalidades mais emblemáticas das últimas décadas, com influência tanto entre os fiéis católicos como na geopolítica mundial

ASSESSOR DO EX MINISTRO DA SAÚDE TRABALHA PARA O DOLEIRO PRESO PELA P.F.

Alexandre Padilha
Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde (William Volcov/FolhaPress)
O doleiro Alberto Youssef, preso há um mês pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, de fato contratou o ex-assessor do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como diretor institucional do laboratório-fantasma Labogen — ou seja, como uma espécie de lobista da empresa em Brasília. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o ex-assessor Marcus Moura foi contratado no final de 2013 e ganhava um salário de 25 000 reais (apesar de sua carteira de trabalho apontar ganhos de apenas 4 000 reais). Na última sexta-feira, o ex-ministro negou que tivesse indicado Moura ao cargo.
Conforme  a Polícia Federal interceptou conversas telefônicas em que o deputado petista André Vargas (PT-SP) discute com Youssef a contratação de um executivo para a Labogen. Segundo relatório produzido pelos policiais, Vargas avisa que o escolhido – Marcus Cezar Ferreira Moura – encontraria Youssef dias depois e ressalta que “foi Padilha que indicou”. “O executivo indicado por Alexandre Padilha”, como os investigadores se referem a Marcus no relatório, também trabalhou como assessor parlamentar de um fundo de pensão controlado pelo PT.
Em entrevista após terem sido reveladas as conversas entre Vargas e Youssef, Padilha informou ainda que não existem contratos do Labogen com o Ministério da Saúde da época em que comandou a pasta. “Mente quem diz que indiquei alguém para qualquer laboratório, mente quem quer estabelecer qualquer envolvimento meu com o doleiro”, disse Padilha na sexta-feira. “Eu repudio qualquer envolvimento do meu nome em mensagens trocadas por terceiros.”
Marcus Moura trabalhou com Padilha como promotor de eventos para a pasta da Saúde entre maio e agosto de 2011

sábado, 26 de abril de 2014

DISPUTA PELO PODER PRODUZ RACHA INÉDITO NO P.T.

A queda de popularidade de Dilma nas pesquisas tira o PT do prumo
A queda de popularidade de Dilma nas pesquisas tira o PT do prumo (Roberto Castro)
A presidente Dilma Rousseff enfrenta um momento inédito de fragilidade. Além de ter problemas na economia, como o crescimento baixo, a inflação persistente e o desmantelamento do setor elétrico, ela perdeu apoio popular e força para barrar, no Congresso, iniciativas capazes de desgastá-la. A aprovação ao governo caiu a um nível que, segundo os especialistas, ameaça a reeleição. Partidos aliados suspenderam as negociações para apoiá-la na corrida eleitoral. Já os oposicionistas conseguiram na Justiça o direito de instalar uma CPI para investigar exclusivamente a Petrobras. Acuada, Dilma precisa mais do que nunca da ajuda do PT, mas essa ajuda lhe é negada. Aproveitando-se da conjuntura desfavorável à mandatária, poderosas alas petistas pregam a candidatura de Lula ao Planalto e conspiram contra a presidente. O objetivo é claro: retomar poderes e orçamentos que foram retirados delas pela própria Dilma. A seis meses da eleição, o PT está rachado entre lulistas e dilmistas — e, para os companheiros mais pragmáticos, essa divisão, e não os rivais Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), representa a maior ameaça ao projeto de poder do partido