sábado, 4 de janeiro de 2014

GARÇON BRIGA COM DESEMBARGADOR E É AFASTADO DO TRABALHO


O garçom que teria sido humilhado por um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte foi afastado do trabalho e passou por consultas com psicólogos após a confusão.
Segundo a administração da padaria Mercatto, que fica na zona sul de Natal, o funcionário trabalha na empresa desde a sua fundação e ficou "muito abalado" pelo episódio registrado na manhã do último dia 29.
O desembargador Dilermando Motta está sendo acusado de ter humilhado o garçom, antes de se envolver em discussão com outro cliente da padaria, o empresário Alexandre Azevedo.
O bate-boca foi filmado por clientes da padaria e as imagens foram parar na internet. Um dos vídeos já superava 210 mil visualizações nesta sexta-feira (3).
Segundo Azevedo, que estava em mesa ao lado de Motta, o desembargador se irritou porque o garçom não colocou gelo em seu copo e gritou com o funcionário na frente dos demais clientes.
"Não satisfeito com esse escândalo, este senhor [Motta] puxou o garçom pelo ombro e exigiu que lhe olhasse nos olhos e o tratasse como excelência, e disse que deveria 'quebrar o copo em sua cara'", afirmou Azevedo em nota divulgada após o episódio.
O empresário disse ter decidido intervir em defesa do garçom. Nos vídeos, ele aparece gritando com o desembargador, a quem chama de "safado" e "sem-vergonha". O magistrado revida e se refere a Azevedo como "cabra safado" e "endemoniado".
O dono da padaria, Adelino Marinho, disse que a empresa deu total apoio ao garçom e optou por conceder férias ao funcionário após o caso.
Em nota, o desembargador Motta negou ter humilhado o garçom ou praticado abuso de autoridade.
"A verdade é que um simples e moderado pedido de esclarecimentos de um cliente a um garçom, que já havia sido solucionado, gerou uma reação de um terceiro com ameaças, gritos e total desrespeito ao público presente", disse.
No texto, Motta afirma ainda que "sem nenhum propósito revanchista, as medidas judiciais cabíveis serão adotadas".
O episódio motivou a abertura de um abaixo-assinado contra o desembargador no site de petições online Avaaz, que contava nesta sexta-feira com quase 10 mil assinaturas

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