Ao menos 17 dos 49 imóveis do Minha Casa, Minha Vida invadidos em Vitória da Conquista (BA) foram desocupados entre segunda (30) e quarta-feira (1º).
Entregues em 15 de outubro pela presidente Dilma, as casas foram invadidas por famílias que dizem ser cadastradas há pelo menos quatro anos no programa e afirmam haver beneficiários que não ocuparam os imóveis.
Eles dizem que 250 de um total de 1.750 imóveis do condomínio Pau Brasil estão vazios. A Folha visitou na terça e quarta-feira os imóveis invadidos no final de semana e encontrou as casas fechadas. Algumas estavam trancadas de forma improvisada, com arames no lugar da fechadura.
Moradores disseram que os invasores que continuam nas casas são os que não têm cadastro na prefeitura para receber um imóvel por meio do programa. Quem tem cadastro ficou com medo de perder a casa e resolveu sair.
Na segunda-feira, a Caixa Econômica Federal –administradora do Minha Casa, Minha Vida– deu prazo de 15 dias para que houvesse a desocupação, e informou que os ocupantes deveriam passar por uma atualização de cadastro na prefeitura.
VIGÍLIA NAS CASAS
Novas tentativas de ocupações ocorreram na noite de segunda, mas beneficiários evitaram as invasões. Uma das casas chegou a ser arrombada. Com medo, moradores fazem vigília para evitar invasões. "Eles ficam rodando de casa em casa. Estamos com medo, indo dormir de madrugada por causa das invasões", relatou a auxiliar de cozinha Dina Correia, 45.
As disputas por uma casa no condomínio chegaram ao ápice com o assassinato de Alan Souza Lima, 24, na segunda. O suposto dono do imóvel que ele ocupava o matou com cinco tiros.
No velório de Alan, o pai da vítima, Ariovan Lima, 52, disse que o filho lhe disse que iria sair do imóvel e procurar outro para ocupar.
Policiais civis informaram que o caso só passará a ser investigado nesta quinta-feira (2), devido ao recesso de final de ano.
No conjunto habitacional, predominava um clima de insegurança. Após a morte de Lima, uma mulher foi esfaqueada por outra. A suspeita é de crime passional.
No condomínio, há várias pichações de provocação à polícia –uma delas diz "porcos fardados"
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