domingo, 27 de julho de 2014

PRESIDENCIÁVEIS BUSCAM APOIO NO SETOR PRODUTIVO



Com a economia dando sinais de desaceleração, e a arrecadação de campanha bem aquém da idealizada pela classe política, os presidenciáveis iniciam esta semana um périplo entre os representantes do PIB brasileiro em busca de apoio. Desde que tiveram os registros oficializados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), será a primeira vez que estarão diante do setor produtivo brasileiro — primeiro na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e, semana que vem, na Confederação Nacional da Agricultura (CNA) — para reverter o clima de pessimismo em relação a 2015.

Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff, naturalmente, enfrenta um nível de desgaste maior que seus adversários. “Não há como negar que o discurso oposicionista, neste momento, é mais simpático aos ouvidos do empresariado”, reconheceu o cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria.


Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE) têm mantido, desde os tempos de pré-campanha, um diálogo mais próximo com os empresários. Já Dilma enfrenta mais dificuldades, sendo, por diversas vezes, acusada de centralizadora e intervencionista. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva transformou-se em filtro nessa relação e, nas últimas semanas, a petista viu-se obrigada a corrigir rotas, abrindo o Palácio da Alvorada para jantares com setores produtivos. Prometeu, inclusive, revisar de forma mais profunda algumas atitudes caso seja reeleita em outubro.

Mesmo assim, a tendência atual é de que seja bastante questionada tanto pelos adversários quanto pelos empresários, embora o formato das sabatinas não preveja troca de perguntas entre os presidenciáveis. Na tarde de sexta-feira, Eduardo Campos publicou, em sua página no Facebook, um receio de repetição, ao término deste ano, de nova goleada de 7 x 1 sobre o Brasil (em uma referência à derrota para a Alemanha na Copa do Mundo), desta vez na economia. “Não gosto nem de me lembrar daquele jogo, mas prestei atenção na provocação do jornal Financial Times, que prevê um novo 7 x 1 na vida dos brasileiros ainda este ano: 7% de inflação e 1% de crescimento do PIB”, disse o candidato socialista.

Presidente estadual do PSDB paulista, o deputado Duarte Nogueira afirma que o desafio da candidatura tucana é apresentar aos empresários a certeza de que a mudança de governo trará um ambiente mais confiável na economia. “Nunca arrecadamos tantos impostos e crescemos tão pouco em nossa história”, lamentou o deputado. Para o parlamentar, o problema atual deriva da falta de planejamento do governo, que prefere adotar políticas de curto prazo. “O nosso candidato apresentará uma proposta de planejamento a longo prazo para aumentar a eficiência da nossa economia, implementar políticas regulatórias mais efetivas e trabalhar pela formação de uma mão de obra mais qualificada”, defendeu Nogueira.

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